05/01/2012

Reconstrução do Haiti demasiado lenta

Cerca de 600 mil pessoas continuam a viver em campos de deslocados em condições precárias, passados dois anos do terrível sismo que devastou a capital e os arredores de Port-au-Prince, no Haiti. Num discurso oficial sobre as prioridades para 2012, o primeiro-ministro, Garry Conille anunciou: «Estas pessoas continuam nos campos, é preciso geri-las, é o nosso objetivo». Para as organizações da sociedade civil, os projetos de reconstrução desenvolvidos ao longo de 2011, não contribuíram para uma mudança real das más condições de vida das vítimas e da população em geral, indica a agência Misna.

A recolocação de pessoas deslocadas ocorreu de uma forma pouco clara em Pétionville e na capital, Port-au-Prince, no âmbito do projeto 16/6, lançado em agosto de 2011, segundo a mesma fonte. O projeto visa a reabilitação de 16 bairros da capital assim como o encerramento de seis campos de pessoas desabrigadas. Ocorreram expulsões forçadas, denuncia a comunicação social. Fontes da Alterpresse, jornal local, assinalam abusos perpetrados pelas forças de segurança haitianas como a destruição de tendas e atos de violência contra os deslocados.

Perante as expulsões forçadas, algumas vítimas e pessoas deslocadas em campos da capital haitiana manifestaram a 10 de junho o seu descontentamento e exigiram alojamentos decentes às autoridades. O presidente Martelly anunciou a construção de 680 alojamentos para os desabrigados, para o início de 2012. Em dezembro, o governo institui uma unidade dedicada à reconstrução dos edifícios administrativos públicos, destruídos pelo sismo.

*Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

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