23/01/2012

Streep diz que filme sobre Thatcher mostra outro lado da Dama de Ferro

O filme sobre a mulher mais poderosa do século XX surpreende porque não é um filme político. É simplesmente a história de uma mulher.
PUBLICIDADE


Começa com a letra M, mas a gente não sabe se o nome dessa pessoa que estamos vendo na tela é Meryl ou Margareth. A atriz Meryl Streep no papel da ex-primeira-ministra Margareth Thatcher é uma daquelas atuações tão perfeitas que fazem a gente confundir o cinema com a vida real. 

O filme, que ainda não estreou no Brasil, relembra o tempo em que a Grã-Bretanha foi governada pela ‘Dama de Ferro’. Thatcher ganhou esse apelido quando esteve no poder entre 1979 e 1990 e não é difícil entender por quê. 

Sobreviveu a uma tentativa de assassinato, foi durona com os sindicatos, adversária feroz do comunismo no mundo e do machismo dentro do próprio partido. Contrariando conselhos, declarou guerra à Argentina e comandou a vitória britânica no conflito das Malvinas. 

Será que depois do filme Meryl ficou tão durona quanto a dama de ferro? Meryl Streep conversou com o Fantástico em Londres, antes da pré-estréia do filme. Ela conta que foram meses de trabalho para ficar parecida com Thatcher. E não só por causa do penteado, ou da maquiagem especial, com próteses no rosto. Meryl Streep estudou os passos, os gestos, o jeito de falar. Todos os símbolos da autoridade da dama de ferro. 

Na historia recente, Margaret Thatcher comandou a Grã-Bretanha por mais tempo do que qualquer homem. Já faz mais de 20 anos que ela deixou o poder, e é difícil imaginar um outro primeiro-ministro depois dela, que mereça ser retratado nas telas de cinema. O filme sobre a mulher mais poderosa do século XX surpreende porque não é um filme político. É simplesmente a história de uma mulher. Uma filha do dono de uma mercearia do interior, que se impôs num mundo que era exclusivo dos homens. 

Meryl diz que hoje em dia parece natural ter mulheres no poder: uma presidente no Brasil, uma primeira-ministra na Alemanha. Mas foi a eleição de Thatcher que abriu essa porta, que representou essa grande mudança no sistema. 

O roteiro causou polêmica porque, na maior parte do tempo, mostra a Thatcher de hoje, já fora do poder, em idade avançada, com a mente confusa e tendo alucinações. O filme faz questão de não julgar as atitudes da governante que até hoje desperta amor e ódio. 

“O interessante”, diz a atriz, “é poder mostrar o outro lado da mulher que não chorava nem ria em público, porque considerava isso um sinal de fraqueza”. 

Mostrar emoções é justamente o forte de Meryl Streep. Por causa delas, a atriz já conquistou mais indicações ao Oscar do que qualquer homem. E logo deve ampliar o próprio recorde. Na terça-feira (24) saem os indicados de 2012 e ela deve concorrer à estatueta pela 17ª vez. 

Só levou duas até hoje, mas, em quase 40 anos de carreira, poucas vezes alcançou um favoritismo tão grande quanto agora. Na semana passada ganhou o Globo de Ouro. E fez uma cara de surpresa tão sincera que nós quase esquecemos que ela é uma grande atriz. 

Nenhum comentário :

Postar um comentário