Neste sentido, já se passaram
sete anos do assassinato da Irmã Dorothy Stang. Temos consciência de que o
testemunho profético e a mística dessa fiel e corajosa discípula de Jesus de
Nazaré, com seu sangue derramado na floresta amazônica, ainda irá produzir
frutos, muitos bons frutos.
Irmã Dorothy afirmou, no
momento em que foi imolada: “Eis a minha alma” e mostrou a Bíblia Sagrada. Leu
ainda alguns trechos das Sagradas Escrituras para aquele que, logo em seguida,
iria assassiná-la. Morta com sete tiros, aos 73 anos de idade, no dia 12 de
fevereiro de 2005, em Anapu, no Estado do Pará, Brasil.
Diante do contexto da morte
brutal da irmã Dorothy, fica muito presente a frase de Tertuliano, dita no século
terceiro: “Sangue de mártires é sementes de cristãos”. “Evangelizar constitui,
com efeito, o destino e a vocação própria da Igreja, sua identidade mais
profunda. Ela existe para Evangelizar” (Evangelli Nuntiandi, 14), não fugindo
da profecia e do testemunho, se for o caso, do martírio.
O modelo capitalista no
Brasil, marcado pela desigualdade social e estrutural entrou com toda sua força
também na Amazônia. Para a floresta amazônica, foi por opção de vida, a
inesquecível Irmã Dorothy. Lá ela abraçou a proposta do Evangelho, vivido na
simplicidade, mas com grande e profunda coerência. Uma mulher forte e
determinada, no seu estilo de vida e com uma mística a causar medo e contrariar
os que desejavam outro projeto para floresta, longe e distante do projeto de
Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso mesmo tramaram: “Vamos matá-la”.
Irmã Dorothy está viva e
presente da vida do seu povo, com sua vida oferecida em sacrifício, num
verdadeiro hino de louvor a Deus, com sua coragem profética. Ela continua mais
amada e admirada, tornando-se referência, símbolo e patrimônio do povo
brasileiro, que sonha com uma nova realidade, aos olhos da fé.
Vivemos uma fé em que se
afirma muito a dimensão do louvor e somos inteiramente favoráveis e temos plena
convicção de que o nosso Deus é Senhor da vida e da história. Agora viver o
mandamento maior: “Amarás o Senhor teu Deus de todo coração e a teu próximo
como a ti mesmo” (MT 22, 37), significa ser uma Igreja pascal, na generosidade,
na renúncia, na doação, no testemunho e na profecia, a exemplo de irmã Dorothy,
no seu desejo de assemelhar-se ao Filho de Deus, ao doar sua própria vida pela
floresta amazônica. Fica a pergunta: quando é que teremos uma Igreja
verdadeiramente pascal, testemunhando sua fé no Senhor ressuscitado, segundo o
pensamento de Tertuliano?
Pe Geovane Saraiva,
Pároco de Santo Afonso
Nossa
progranação para o dia 12/02:
Para celebrar o 7º aniversário
da sua partida para o Pai, convidamos os amigos que alimentam no íntimo do
coração os mesmos sonhos da querida Religiosa, Irmã Dotohhy Stang.
Local: Paróquia de Santo
Afonso (Igreja Redonda).
Av. Jovita Feitosa, 2733 –
Parquelândia – Fortaleza – CE.
Data: 12 de fevereiro de 2012
Horário: 18 horas
Celebrante
principal: Dom Edmilson da Cruz
Presença das Irmãs
de Notre Dame – sua Congregação Religiosa (Norte Americanas).
Grupo de Teatro Dom
Helder - da Paróquia de Santo Afonso fará uma apresentação no final.
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