A China é hoje o principal parceiro comercial do Brasil. As transações entre os dois países somaram pouco mais de R$ 77 bilhões no ano passado.
Em São Paulo, a quinta-feira (19) promete ser agitada. Tem muita gente querendo ir para a China. Tem fila formada nesta manhã em frente ao consulado para tirar visto.
O sucesso da China, hoje a maior parceira comercial do Brasil, tem feito muita gente se interessar pela cultura e pela língua daquele país. Até a rede pública do estado está com inscrições abertas para cursos de mandarim.
A língua chinesa requer boa memória e bom ouvido. “Tem ‘mai’ que significa comprar, que é o terceiro tom. E tem ‘mai’ que é vender”, explica a aluna Maria Lúcia dos Santos.
Para notar a diferença é preciso ter a persistência e a ambição de Tauany. “Posso usar o mandarim para abrir portas”, afirma a jovem.
Ela sabe das coisas. As portas para os brasileiros que falam mandarim, a língua oficial dos chineses, já estão abertas. “Diariamente, recebemos telefonemas e e-mails de empresas solicitando alunos que possam ser absorvido por essas empresas e que falem um pouquinho de chinês, para atuar tanto nas empresas chinesas que estão se instalando no Brasil quanto nas empresas brasileiras que desenvolvem negócios com a China”, afirma o gerente de planejamento Thiago Fernandes, do Instituto Confúcio.
A caminho de se tornar a maior potência econômica do mundo, a China é hoje o principal parceiro comercial do Brasil. As transações entre os dois países somaram pouco mais de R$ 77 bilhões no ano passado. Nós vendemos a eles minérios, petróleo e soja, e compramos principalmente máquinas agrícolas para construção e automóveis.
Os chineses não só apreciam como estimulam os brasileiros em aprender o mandarim. No instituto da Universidade Estadual Paulista (UNESP), alunos a partir de 11 anos podem aprender de graça a língua e com professores nativos, enviados por universidades chinesas.
A professora Chen Jianan chegou há um ano. Primeiro aprendeu o português e, há um mês, começou a ensinar o mandarim a uma turma. “Agora, Brasil e China fazem mais negócios. A China precisa de pessoas que falem português, e Brasil precisa de pessoas que falem mandarim”, afirma.
O curso livre na UNESP existe há três anos. No início, eram 30 alunos. No ano passado, já havia mil inscritos. O sucesso de público animou o governo do estado a criar um curso piloto de mandarim para 160 adolescentes da rede estadual de ensino.
“Existe a perspectiva de expansão para a rede para o segundo semestre de 2012 e 2013. Como hoje, o inglês é tão importante, o mandarim tem a perspectiva de ser fundamental num futuro bem próximo”, declara a assessora de relacionamentos internacionais de SP, Irene Kazumi Miura.
De acordo com informações da Câmara Brasil-China, o número de turistas brasileiros que visitaram o país saltou de 10 mil para 40 mil em uma década. E cerca de 40 mil chineses visitaram o Brasil, segundo as últimas estatísticas do Ministério do Turismo.
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