19/04/2012

Na cidade natal de Roberto Carlos, irmãs trocaram noivos pelo 'rei'



Gersy e Leonor dizem que deixaram de casar para seguirem o ídolo.
Roberto Carlos comemora 71 anos nesta quinta-feira (19).

Amanda MonteiroDo G1 ES
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Gersy guarda o rádio em que ouviu Roberto Carlos cantar pela primeira vez, aos nove anos (Foto: Amanda Monteiro/ G1 ES)Gersy guarda o rádio em que ouviu Roberto Carlos cantar pela primeira vez, aos nove anos (Foto: Amanda Monteiro/ G1 ES)
Além do horizonte existe um lugar bonito e tranquilo onde mora Gersy Volpato, 82 anos,conhecida por sua dedicação à carreira de Roberto Carlos. Ela e a irmã, Maria Leonor Volpato, falecida há quatro anos, abriram mão de se casar por amor ao rei. A foto delas está na parede da Casa de Cultura. E também está na parede da casa de dona Gersy, onde ela tem quase um museu particular: a discografia completa, em discos e CDs, coleções de revistas e jornais, ingressos dos shows e muitas fotos. Cachoeiro de Itapemirim faz semana de festas para o rei.
Imagina dizer que já paguei um táxi para o Roberto Carlos"
Gersy Volpato, fã de Roberto Carlos
Para chegar lá, é preciso disposição: a casa fica no distrito de Cobiça, área rural a 7 quilômetros de Cachoeiro de Itapemirim, após um longo caminho pela estrada de chão até chegar à Fazenda Entre Penha. Roberto Carlos está nas paredes, nas gavetas, nos armários e, principalmente, na memória. Dona Gersy conta que ouviu o cantor pela primeira vez no programa infantil da Rádio Cachoeiro, em 1950. Ela e a irmã ficaram encantadas e pediram permissão ao pai para ir assistir.
Irmãs Volpato se dedicaram a acompanhar carreira de Roberto Carlos (Foto: Reprodução/ Amanda Monteiro)Irmãs Volpato se dedicaram a acompanhar carreira
do rei (Foto: Reprodução/ Amanda Monteiro)
"A gente ia a pé até Cachoeiro, são mais de duas horas de caminhada, para assistir ele cantar no rádio. Ele tinha nove anos de idade! Todo domingo, nossa rotina era acordar bem cedo e ir para Cachoeiro. O programa começava às 10h. A gente se arrumava na casa da minha tia, que morava na cidade, e corria para a rádio para ver o Robertinho", conta.
Gersy conta que, muitas vezes, Roberto Carlos saía do programa e ia ver os jogos do Estrela do Norte, time de futebol da cidade. "E a gente ia atrás, acompanhá-lo no estádio Mário Monteiro, para ver futebol", lembra.
Quando Roberto Carlos foi para o Rio de Janeiro, as irmãs se programaram para ir ver sua estreia na rádio carioca. "Na volta, nós íamos para São Cristóvão e ele também. Decidimos dividir um táxi, mas Roberto ficou com vergonha porque não tinha dinheiro. Nós pagamos o táxi. Ele estava bem no início da carreira, tadinho. Imagina, hoje, eu dizer que já paguei um táxi para o Roberto Carlos", ri da lembrança.
Revista autografada por Roberto Carlos emoldurada na parede de dona Gersy (Foto: Amanda Monteiro/ G1 ES)Revista autografada por Roberto Carlos na parede
(Foto: Amanda Monteiro/ G1 ES)
Na coleção, emoldurado na parede, está o ingresso do primeiro show de "Roberto Carlos Braga", motivo de orgulho para dona Gersy. E também uma peça rara: uma revista de rádio autografada, com dedicatória. "Ninguém acreditava que ele fosse dar autógrafo para a gente. Mas ele sempre nos tratou com muita atenção e com muito carinho. Éramos conhecidas como 'as irmãs Volpato'", conta.
E a história de não casar por amor a Roberto Carlos? "Foi uma escolha minha e da minha irmã. Mas não porque a gente queria ter algo com ele, nada disso. Escolhemos acompanhá-lo, ir aos shows, aos programas. Daí alguns namorados tinham ciúme, queriam proibir e a gente não aceitava. Então preferimos ficar solteiras. E não me arrependo nem um tiquinho. Até hoje ligo para a rádio para pedir música de Roberto Carlos", afirma Gersy.
Comerciante namorou e casou com 'ajuda' das músicas do reiA namoradinha não era do amigo, mas José Carlos Scandiani a amava loucamente. Tanto que se empenhou para escrever as letras das músicas de Roberto Carlos e enviar por carta à sua amada.
"Nasci, cresci, namorei e casei ouvindo Roberto Carlos. Tocava na rádio e eu adorava. Comprei os discos. Quando comecei a namorar, queria mandar as letras das músicas por carta, para minha namorada. Imagina o trabalho que eu tinha: ouvia um pedaço, parava a agulha do disco, anotava, voltava a tocar, parava e anotava. Era difícil encontrar o ponto, levava bastante tempo até conseguir escrever a música inteira. Mas deu certo. Namoramos, casamos e estamos juntos até hoje", diz.
A coleção de discos e fitas de Roberto Carlos chama atenção na vitrine e no interior da loja de sapatos de José Carlos, no centro de Cachoeiro. O cantor está na decoração do estabelecimento e até no papel de parede do computador. Mas José Carlos afirma que é só uma forma de externar sua admiração. "Já tentaram compar, mas não vendo. Todas as músicas dele têm um pedaço de mim", conta.
Até hoje, aos domingos, o comerciante tem um ritual de tirar o domingo para ouvir as músicas de Roberto Carlos. "Entro no carro e ouço bem. Vou selecionando as músicas, é um tempo meu. Não enjoo, é música que faz parte de mim. Levo Roberto Carlos para onde vou", afirma.
Na semana de aniversário do cantor, José Carlos deixou mensagem de parabéns na vitrine da loja e colocou uma caixa de som tocando as músicas de Roberto Carlos para os clientes.
Discos e fitas de Roberto carlos decoram a loja de sapatos de José Carlos, em Cachoeiro (Foto: Amanda Monteiro/ G1 ES)Discos e fitas de Roberto carlos decoram a loja de sapatos de José Carlos, em Cachoeiro (Foto: Amanda Monteiro/ G1 ES)

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