18/04/2012

'Trabalhamos muito para que tudo desse certo', diz Vaccines sobre hype


Banda britânica se apresenta nesta quarta-feira (18) em São Paulo.
Ao G1, guitarrista afirma que sucesso veio de maneira 'orgânica'.

Flávio SeixlackDo G1, em São Paulo
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Banda britânica Vaccines (Foto:  Leon Diaper/Divulgação)Banda britânica Vaccines
(Foto: Leon Diaper/Divulgação)
Tudo parece acontecer rápido demais para o Vaccines. A banda britânica chamou a atenção pouco depois de se reunir em 2010 na cidade de Londres ao subir uma versão demo de “If you wanna” no YouTube. No mesmo ano, fez um show esgotado na capital inglesa que contou com nomes importantes da música local na plateia. A imprensa, como o jornal “The Guardian” e a revista Clash, amou e não economizou elogios.
Antes mesmo de lançar seu álbum de estreia – “What did you expect from the Vaccines?” saiu em março de 2011 – o quarteto tocou no programa de Jools Holland em 2011, sendo a primeira banda a fazê-lo antes de botar um single na rua. Não era preciso ser um gênio, portanto, para saber que o debut do Vaccines seria um sucesso.
“What did you expect from the Vaccines?” se tornou o trabalho de estreia de uma banda mais vendido no Reino Unido em 2011 e colocou o Vaccines nas paradas de países como Áustria, Bélgica, Suécia e no top 200 da Billboard nos Estados Unidos. Era cercado por todo esse hype que o grupo viria ao Brasil no fim do ano passado para se apresentar no festival Planeta Terra, mas o show foi cancelado.
Sem dar trégua ao tempo, o Vaccines chega de vez ao país poucos meses após a apresentação que nunca aconteceu: os britânicos tocam em São Paulo (Cine Joia) nesta quarta-feira (18) e no Rio de Janeiro (Circo Voador) na quinta (19). O guitarrista Freddie Cowan acredita que a trajetória de sucesso da banda não aconteceu por acaso. "Na realidade, trabalhamos muito pra que tudo desse certo", disse em entrevista por telefone ao G1. Leia trechos da conversa:
As pessoas acham que tudo aconteceu rápido demais, mas a verdade é que foram anos de trabalho duro"
Freddie Cowan
G1 – Vocês tocarão no Brasil após terem cancelado o show que fariam no ano passado. O que esperam encontrar por aqui?
Freddie Cowan –
 O público da América do Sul é supostamente um dos mais loucos do mundo, pelo menos é o que sempre eu ouço por aí. Então espero que os shows sejam ótimos. Mal posso esperar, para dizer a verdade. Será brilhante, com certeza.
G1 – Vocês estão juntos há pouco tempo e o sucesso parece ter acontecido de forma muito rápida para o Vaccines. Agora vão tocar no Brasil. Como vê essa trajetória?
Cowan – 
Acho que tem sido tudo muito orgânico. Estamos juntos há pouco tempo, sim, mas já fazíamos músicas separadamente por muito e muitos anos. As pessoas acham que tudo aconteceu rápido demais, mas a verdade é que foram anos de trabalho duro. Tudo continua acontecendo de forma orgânica. Acabamos de terminar a primeira metade de nosso segundo álbum. De certa forma, tudo aconteceu rápido mas, na realidade, trabalhamos muito pra que tudo desse certo.
The Vaccines, do Reino Unido (Foto: Roger Sargent/Divulgação)The Vaccines, do Reino Unido (Foto: Roger Sargent/Divulgação)
G1 – O Vaccines tocará as músicas do primeiro álbum, claro. Mas os fãs podem esperar algumas surpresas, como novas canções?
Cowan – 
Sim, tomara que dê pra tocar algumas músicas novas. Mas não queremos promover as novidades. Quando tocamos em um país onde nunca estivemos antes, queremos mostrar nossas músicas já conhecidas. Vamos tocar o primeiro álbum inteiro e depois algumas novas. Não queremos desapontar ninguém por não tocar o que as pessoas querem ouvir.
G1 – Como está o registro do próximo álbum?
Cowan – 
Fomos para a Bélgica e gravamos metade do próximo disco e vamos gravar a outra metade quando voltarmos pra lá após tocar no Brasil.
G1 – O que pode nos contar a respeito das novas canções? Como elas estão soando, em comparação com as do primeiro álbum?
Cowan –
 Inocentes, precisas... há um ano não saberíamos o que fazer com essas músicas. Quanto mais tempos passamos juntos como uma banda, entendemos mais o que queremos fazer. Acho que as composições estão ótimas. Não será uma revolução total, mas acho que simplesmente estamos melhores.
Não somos mais os 'novos garotos', estamos no nosso segundo ano. É como se você já tivesse passado por aquele fase inicial na escola, sabe?"
Freddie Cowan
G1 – Vocês vão tocar com o Stone Roses em junho. De alguma forma, eles são uma influência para o Vaccines?
Cowan –
 Mesmo não podendo dizer que eles são uma influência direta, eles servem como inspiração para a música britânica de uma forma geral. Mas eu amo o Stone Roses, o primeiro disco é realmente um clássico. Tocaremos com eles em um dos maiores eventos musicais do ano, eu acho, e estamos muito felizes e honrados de estarmos lá no meio disso tudo.
G1 – “What did you expect from the Vaccines?” foi o álbum de estreia lançado por uma banda que mais vendeu no Reino Unido em 2011. Esperava por algo assim quando estava gravando essas faixas?
Cowan –
 Não ligamos muito pra esse fato. Só queríamos gravar o disco e lançá-lo logo. Nossa ambição era tão pequena que nunca poderíamos imaginar uma coisa dessas. Quando acontece, você fica feliz pra valer, mas não foi por causa disso que decidimos gravá-lo.
G1 – A banda ficou satisfeita com o resultado e a sonoridade desse primeiro trabalho?
Cowan – 
Sim, definitivamente. Um álbum deve servir como uma fotografia da banda ou de um certo período dela. Acho que conseguimos fazer exatamente isso com o álbum de estreia.
G1 – O ano passado foi muito especial para o Vaccines. Acredita que 2012 pode ser ainda melhor?
Cowan –
 Tem o potencial para ser. A banda está prestes a tocar no Brasil, o que deve ser maravilhoso, e pretende ir a lugares diferentes... não somos mais os “novos garotos”, estamos no nosso segundo ano. É como se você já tivesse passado por aquela fase inicial na escola, sabe? Acho que será maravilhoso. Somos muito sortudos. Realmente amo o que eu faço.

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