Charles Eugène de Foucauld
A sepultura de Carlos de Foucauld encontra-se em
El-Goléa, no deserto sul da Argélia
* 15 de Setembro de 1858 em Estraburgo, na França
† 01 de Dezembro de 1916, em Tamanrasset, na Argélia
Oração do Abandono
De Carlos de Foucauld, rezada diariamente pelos
seguidores da sua espiritualidade
Meu Pai,
a vós me abandono. Fazei de mim o que quiserdes. O que de mim fizerdes, eu vos
agradeço. Estou pronto para tudo, aceito tudo, contanto que a vossa vontade se
faça em mim e em todas as vossas criaturas, não quero outra coisa, meu Deus.
Entrego
minha alma em vossas mãos, eu vo-la dou, meu Deus, com todo o amor do meu
coração, porque eu vos amo e é para mim uma necessidade de amor dar-me,
entregar-me em vossas mãos sem medida, com infinita confiança de que sois o meu
Pai.
O Beato Charles Eugène de
Foucauld nasceu em 15 de Setembro de
1858
em Estrasburgo, (França). De meio familiar aristocrático, fica
órfão de pai e mãe em 1864. Freqüenta a Escola Especial Militar de
Saint-Cyr. É herdeiro de uma enorme fortuna, que rapidamente delapida em jogo,
indisciplina e excentricidades. Retrata-se e, já oficial do exército francês, é
colocado na Argélia. Deixa a vida militar e torna-se
explorador em Marrocos. Chega a receber
uma medalha da Sociedade Francesa de Geografia em reconhecimento do trabalho de
investigação no Norte de África. Mais tarde, uma prolongada reflexão sobre a
vida espiritual vai conduzi-lo a uma conversão súbita e leva-o a ingressar na Ordem Trapista. Nesta Ordem estabelece-se em
França, e depois na síria. Deixa os Trapistas em
1897
em busca de uma vocação religiosa autónoma e ainda não definida. É ordenado sacerdote em 1901.
Regressa à Argélia e leva uma vida isolada do mundo numa zona dos Tuaregues, mas interventiva junto da
população. Aprende a língua Tuaregue e estuda o léxico e gramática, os cantos e
tradições dos povos do Deserto do Saara.
Tem a intenção de criar uma nova ordem religiosa, o que sucede apenas depois da
sua morte: os Irmãozinhos de Jesus.
É assassinado por assaltantes de passagem em 1 de Dezembro de 1916.
Foi beatificado pelo Papa Bento XVI em 13 de Novembro de 2005.
(Fonte Enciclopédia Wikipédia, na
Internet)
A Espiritualidade do Irmão Carlos de Foucauld
Por René Voillaume
COM JESUS, EM NAZARÉ, NO DESERTO
E NOS CAMINHOS DOS HOMENS
“O Padre Carlos de Foucauld, por sua parte,
sempre concebeu a sua vida religiosa consagrada como uma participação da forma
de vida de Cristo (...). Ele deixa tudo para entrar na vida monástica, porque
não pode conceber o amor sem uma imperiosa necessidade de viver unicamente
para Aquele que ama, de imitá-lo em tudo e de partilhar a sua condição de
vida. A regra de vida do irmão Carlos pode resumir-se na sua decisão de imitar
Jesus tal como o Evangelho lho revela. É então que descobre no desenrolar da
existência terrestre de Cristo como que três maneiras de viver: em Nazaré, no deserto, e pelos caminhos como operário evangélico.
Esta intuição tão simples revelou-se nele
extraordinariamente fecunda e dominou sua marcha espiritual. O Irmão Carlos
esteve constantemente atento para fazer de sua vida uma imitação sempre mais
fiel daquela de seu bem-amado irmão e
Senhor Jesus.
“Quanta doçura soube ter Jesus com quem dele se aproximava”
“A minha vocação religiosa nasceu no mesmo momento da minha fé: Deus é tão grande! Há uma diferença tão grande entre Deus e tudo o que não é ele...” (Carta a Henry de Castries, 14 de agosto de 1901)
Quibus auxiliis?
“Mediante a tua graça, e que graça! Com a tua misericórdia, uma infinidade de misericórdias!... Graças à intercessão da Santa Virgem, de São José, de Santa Madalena, de São João Batista, de meu anjo da guarda, de todos os santos e de todas as santas, de tantas pessoas que me amam e que não estão mais neste mundo; [...] com a ajuda de São Paulo Eremita e de Santo Antônio, cuja memória celebramos nestes dias.” (Anotação de 15 de janeiro de 1895)
JESUS DERRAMARÁ GRAÇAS ABUNDANTES E ELES COMPREENDERÃO
“Os nativos nos acolhem bem; não são sinceros: cedem à necessidade. Quanto será preciso para que adquiram realmente os sentimentos que hoje fingem ter? Talvez isso nunca aconteça... Saberão distinguir os soldados dos padres e ver em nós servos de Deus, ministros de paz e de caridade, irmãos universais? Não sei. Se eu fizer o meu dever, Jesus derramará graças abundantes e eles compreenderão.” (Carta a madame De Bondy, do sul de Beni Abbés, 3 de julho de 1904)
FONTE E BÁLSAMO DE CONSOLAÇÃO
“Nós nos esforçamos para ter uma infinita delicadeza em nossa caridade; não nos limitamos aos grandes serviços, mas cultivamos aquela terna delicadeza capaz de cuidar dos detalhes e que sabe derramar, com gestos de nada, uma montanha de bálsamo nos corações. ‘Dai-lhes de comer’, diz Jesus. Da mesma forma nós, com aqueles que vivem ao nosso lado, entramos nos pequenos detalhes de sua saúde, de sua consolação, de suas orações, de suas necessidades: consolamos, damos alívio com as atenções mais diminutas; para com aqueles que Deus põe ao nosso lado esforçamo-nos por ter aquelas ternas, delicadas, pequenas atenções que teriam entre si dois irmãos cheios de delicadeza, e mães cheias de ternura por seus filhos, com a finalidade de consolar, o quanto possível, todos aqueles que nos cercam, e ser para eles fonte e bálsamo de consolação, como o foi sempre nosso Senhor para todos aqueles que se aproximavam dele: para a santa Virgem e São José, mas também para os apóstolos, para Madalena e para todos os outros... Quanta consolação, quanta doçura soube dar a todos aqueles que se aproximavam dele.” (de La bonté de Dieu)
A ORAÇÃO
“Não procura organizar, preparar a fundação dos Pequenos Irmãos do Sagrado Coração de Jesus: apenas vive como se tivesses de ficar sempre sozinho. Se estais em dois, em três, num pequeno número, vivai como se nunca tivésseis de se tornar mais numerosos. Reza como Jesus, tanto quanto Jesus, reservando como ele um lugar sempre muito grande para a oração... Sempre à imagem dele, deixa muito espaço para o trabalho manual, que não é um tempo subtraído da oração, mas doado à oração; o tempo de teu trabalho manual é um tempo de oração. Reza fielmente todos os dias o breviário e o rosário. Ama Jesus de todo o teu coração (dilexit multum), e a teu próximo como a ti mesmo por amor dele... A tua vida de Nazaré pode-se fazer em qualquer parte, viva-a no lugar mais útil ao próximo.”
(Meditação de 22 de julho de 1905)
A FRAQUEZA DOS MEIOS HUMANOS É CAUSA DE FORÇA
“Eis nossas armas, as do nosso Esposo divino que nos pede que deixemos continuar a viver em nós a vida dele, ele mesmo, o único Amante... a única Verdade... Não encontraremos melhor do que ele e ele não envelhece... Sigamos esse modelo único e estaremos seguros de fazer muito bem, pois dessa forma não seremos mais nós a viver, mas será ele a viver em nós; nossas ações não pertencerão mais a nós, humanos e miseráveis, mas a ele, e serão por isso divinamente eficazes.” (Carta ao padre Charles Guérin, 15 de janeiro de 1908)
OS POBRES
“Amamos os ricos, pois são filhos de Deus; mas não nos ocupamos deles, já que não precisam disso; ocupamo-nos dos pobres, já que precisam de tudo e porque Jesus os deixou para nós como irmãos, mas como Ele mesmo para serem cuidados, nutridos, vestidos, consolados, santificados, salvos, enfim, amados. Eles são ‘os seus irmãos’, são a família que ele adotou; a que deixa a nós.” (Meditação sobre o Salmo 81)
CABE A ELE CHAMAR-NOS
“Deus nos dará a todo instante o que é necessário para cumprir qualquer missão que lhe aprouver dar-nos... Ele no-lo dará sobrenaturalmente, sem nenhuma preparação de nossa parte, se isso lhe agradar, como fez com seus grandes apóstolos Pedro e Paulo [...]. Ou então no-lo dará fazendo-nos cooperar com sua graça por meio de nosso trabalho, e então nos dirá Ele mesmo de que forma devemos realizar esses trabalhos preparatórios... Cabe a ele chamar-nos na hora em que quiser que nos dediquemos a eles.”
(Meditações sobre os Santos Evangelhos, 234ª)
TU DÁS A SAÚDE ÀS ALMAS POR PURA COMPAIXÃO
“Tu dás a saúde às almas, mesmo quando elas não te pedem, ó meu Deus, por pura compaixão, por puro amor pela obra de tuas mãos, por tuas ovelhas, ó bom Pastor! Que assim seja! Tu não esperas que a ovelha perdida, agredida pelo lobo e já quase morta sob os seus dentes, chame por Tua ajuda; de longe, sempre a vê e sempre lhe dá, até o último momento, tudo o que lhe é necessário para escapar do inimigo. Que assim seja.” (Meditação sobre as passagens dos Santos Evangelhos relativas às quinze virtudes, 106ª)
UM RELÂMPAGO QUE ILUMINA POR UM INSTANTE A NOITE DA TERRA
“Tu poderias, meu Deus, guiar José usando de meios bem diferentes, em vez das aparições: temos a impressão de que tenhas como objetivo tornar, desde as primeiras páginas do Evangelho, evidente aos nossos olhos essa verdade da esperança que é preciso ter na tua graça (que tu nos dás para nos conduzir para a glória), que nos mostras assim, já no início do Novo Testamento, esses anjos, essas estrelas que se elevam ao teu chamado para guiar os homens... É como um relâmpago que ilumina por um instante a noite da terra e nela faz visível, aos nossos olhos estupefatos, qual é a tua maneira de dirigir as almas.” (Meditações sobre as passagens dos Santos Evangelhos relativas às quinze virtudes, 8ª)
Para Bento XVI, Charles de Foucauld, exemplo de fraternidade universal, testemunhou o Evangelho respeitando as outras religiões.
Charles Eugène de Foucauld
A
sepultura de Carlos de Foucauld encontra-se em El-Goléa, no deserto sul da
Argélia
* 15 de Setembro de 1858 em Estraburgo, na
França
† 16 de Dezembro de 1916, em Tamanrasset,
na Argélia
Oração do Abandono
De
Carlos de Foucauld, rezada diariamente pelos seguidores da sua espiritualidade
Meu Pai,
a vós me abandono. Fazei de mim o que quiserdes. O que de mim fizerdes, eu vos
agradeço. Estou pronto para tudo, aceito tudo, contanto que a vossa vontade se
faça em mim e em todas as vossas criaturas, não quero outra coisa, meu Deus.
Entrego
minha alma em vossas mãos, eu vo-la dou, meu Deus, com todo o amor do meu
coração, porque eu vos amo e é para mim uma necessidade de amor dar-me,
entregar-me em vossas mãos sem medida, com infinita confiança de que sois o meu
Pai.
O Beato Charles Eugène de Foucauld nasceu em 15 de Setembro de 1858
em Estrasburgo, (França). De meio familiar aristocrático, fica
órfão de pai e mãe em 1864. Freqüenta a Escola Especial Militar de
Saint-Cyr. É herdeiro de uma enorme fortuna, que rapidamente delapida em jogo,
indisciplina e excentricidades. Retrata-se e, já oficial do exército francês, é
colocado na Argélia. Deixa a vida militar e torna-se
explorador em Marrocos. Chega a receber uma medalha da
Sociedade Francesa de Geografia em reconhecimento do trabalho de investigação
no Norte de África. Mais tarde, uma prolongada reflexão sobre a vida espiritual
vai conduzi-lo a uma conversão súbita e leva-o a ingressar na Ordem Trapista. Nesta Ordem estabelece-se em
França, e depois na síria. Deixa os Trapistas em
1897
em busca de uma vocação religiosa autónoma e ainda não definida. É ordenado sacerdote em 1901.
Regressa à Argélia e leva uma vida isolada do mundo numa zona dos Tuaregues, mas interventiva junto da
população. Aprende a língua Tuaregue e estuda o léxico e gramática, os cantos e
tradições dos povos do Deserto do Saara.
Tem a intenção de criar uma nova ordem religiosa, o que sucede apenas depois da
sua morte: os Irmãozinhos de Jesus.
É assassinado por assaltantes de passagem em 1 de Dezembro de 1916.
Foi beatificado pelo Papa Bento XVI em 13 de Novembro de 2005.
(Fonte Enciclopédia Wikipédia,
na Internet)
A
Espiritualidade do Irmão Carlos de Foucauld
Por René
Voillaume
COM JESUS, EM NAZARÉ, NO DESERTO E NOS CAMINHOS DOS
HOMENS
“O Padre Carlos de Foucauld, por sua parte, sempre
concebeu a sua vida religiosa consagrada como uma participação da forma de vida
de Cristo (...). Ele deixa tudo para entrar na vida monástica, porque não pode
conceber o amor sem uma imperiosa necessidade de viver unicamente para Aquele
que ama, de imitá-lo em tudo e de partilhar a sua condição de vida. A regra de
vida do irmão Carlos pode resumir-se na sua decisão de imitar Jesus tal como o
Evangelho lho revela. É então que descobre no desenrolar da existência
terrestre de Cristo como que três maneiras de viver: em Nazaré,
no deserto, e pelos
caminhos como operário evangélico.
Esta intuição tão simples revelou-se nele extraordinariamente fecunda e dominou
sua marcha espiritual. O Irmão Carlos esteve constantemente atento para fazer
de sua vida uma imitação sempre mais fiel daquela de seu bem-amado irmão e
Senhor Jesus.
Entre estas três maneiras de viver de Cristo, escolheu imitar
particularmente a primeira, em Nazaré. Todavia esta escolha não o impede de
seguir Jesus também no deserto e nos caminhos da evangelização dos homens.
Como poderia ser de outra forma para quem escolheu dar-se a Cristo Jesus cuja
vida e missão não poderiam ser perfeitamente compreendidas nem participadas
através de um único modo de vida, concebido como excluindo os outros?
Quanto mais você freqüentar o irmão Carlos esforçando-se
para melhor compreender o fundo de sua alma, mais compreenderá como nele esta
intuição dos três modos de vida de Cristo é característica. Efetivamente, é um
dos traços essenciais de sua mensagem.”
[Mensagem
extraída do livro “Sentinelas de Deus na Cidade”, de René Voillaume, Ed.
Paulinas, SP, 1976]
Ensinamentos
espirituais de Carlos de Foucauld, o Irmão Universal
“Quanta doçura soube ter Jesus com quem dele se aproximava”
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HÁ UMA DIFERENÇA TÃO GRANDE ENTRE
DEUS E TUDO O QUE NÃO É ELE
“A minha vocação religiosa nasceu no mesmo momento da minha fé: Deus é tão grande! Há uma diferença tão grande entre Deus e tudo o que não é ele...” (Carta a Henry de Castries, 14 de agosto de 1901)
Quibus auxiliis?
“Mediante a tua graça, e que graça! Com a tua misericórdia, uma infinidade de misericórdias!... Graças à intercessão da Santa Virgem, de São José, de Santa Madalena, de São João Batista, de meu anjo da guarda, de todos os santos e de todas as santas, de tantas pessoas que me amam e que não estão mais neste mundo; [...] com a ajuda de São Paulo Eremita e de Santo Antônio, cuja memória celebramos nestes dias.” (Anotação de 15 de janeiro de 1895)
JESUS DERRAMARÁ GRAÇAS ABUNDANTES E ELES COMPREENDERÃO
“Os nativos nos acolhem bem; não são sinceros: cedem à necessidade. Quanto será preciso para que adquiram realmente os sentimentos que hoje fingem ter? Talvez isso nunca aconteça... Saberão distinguir os soldados dos padres e ver em nós servos de Deus, ministros de paz e de caridade, irmãos universais? Não sei. Se eu fizer o meu dever, Jesus derramará graças abundantes e eles compreenderão.” (Carta a madame De Bondy, do sul de Beni Abbés, 3 de julho de 1904)
FONTE E BÁLSAMO DE CONSOLAÇÃO
“Nós nos esforçamos para ter uma infinita delicadeza em nossa caridade; não nos limitamos aos grandes serviços, mas cultivamos aquela terna delicadeza capaz de cuidar dos detalhes e que sabe derramar, com gestos de nada, uma montanha de bálsamo nos corações. ‘Dai-lhes de comer’, diz Jesus. Da mesma forma nós, com aqueles que vivem ao nosso lado, entramos nos pequenos detalhes de sua saúde, de sua consolação, de suas orações, de suas necessidades: consolamos, damos alívio com as atenções mais diminutas; para com aqueles que Deus põe ao nosso lado esforçamo-nos por ter aquelas ternas, delicadas, pequenas atenções que teriam entre si dois irmãos cheios de delicadeza, e mães cheias de ternura por seus filhos, com a finalidade de consolar, o quanto possível, todos aqueles que nos cercam, e ser para eles fonte e bálsamo de consolação, como o foi sempre nosso Senhor para todos aqueles que se aproximavam dele: para a santa Virgem e São José, mas também para os apóstolos, para Madalena e para todos os outros... Quanta consolação, quanta doçura soube dar a todos aqueles que se aproximavam dele.” (de La bonté de Dieu)
A ORAÇÃO
“Não procura organizar, preparar a fundação dos Pequenos Irmãos do Sagrado Coração de Jesus: apenas vive como se tivesses de ficar sempre sozinho. Se estais em dois, em três, num pequeno número, vivai como se nunca tivésseis de se tornar mais numerosos. Reza como Jesus, tanto quanto Jesus, reservando como ele um lugar sempre muito grande para a oração... Sempre à imagem dele, deixa muito espaço para o trabalho manual, que não é um tempo subtraído da oração, mas doado à oração; o tempo de teu trabalho manual é um tempo de oração. Reza fielmente todos os dias o breviário e o rosário. Ama Jesus de todo o teu coração (dilexit multum), e a teu próximo como a ti mesmo por amor dele... A tua vida de Nazaré pode-se fazer em qualquer parte, viva-a no lugar mais útil ao próximo.”
(Meditação de 22 de julho de 1905)
A FRAQUEZA DOS MEIOS HUMANOS É CAUSA DE FORÇA
“Eis nossas armas, as do nosso Esposo divino que nos pede que deixemos continuar a viver em nós a vida dele, ele mesmo, o único Amante... a única Verdade... Não encontraremos melhor do que ele e ele não envelhece... Sigamos esse modelo único e estaremos seguros de fazer muito bem, pois dessa forma não seremos mais nós a viver, mas será ele a viver em nós; nossas ações não pertencerão mais a nós, humanos e miseráveis, mas a ele, e serão por isso divinamente eficazes.” (Carta ao padre Charles Guérin, 15 de janeiro de 1908)
OS POBRES
“Amamos os ricos, pois são filhos de Deus; mas não nos ocupamos deles, já que não precisam disso; ocupamo-nos dos pobres, já que precisam de tudo e porque Jesus os deixou para nós como irmãos, mas como Ele mesmo para serem cuidados, nutridos, vestidos, consolados, santificados, salvos, enfim, amados. Eles são ‘os seus irmãos’, são a família que ele adotou; a que deixa a nós.” (Meditação sobre o Salmo 81)
CABE A ELE CHAMAR-NOS
“Deus nos dará a todo instante o que é necessário para cumprir qualquer missão que lhe aprouver dar-nos... Ele no-lo dará sobrenaturalmente, sem nenhuma preparação de nossa parte, se isso lhe agradar, como fez com seus grandes apóstolos Pedro e Paulo [...]. Ou então no-lo dará fazendo-nos cooperar com sua graça por meio de nosso trabalho, e então nos dirá Ele mesmo de que forma devemos realizar esses trabalhos preparatórios... Cabe a ele chamar-nos na hora em que quiser que nos dediquemos a eles.”
(Meditações sobre os Santos Evangelhos, 234ª)
TU DÁS A SAÚDE ÀS ALMAS POR PURA COMPAIXÃO
“Tu dás a saúde às almas, mesmo quando elas não te pedem, ó meu Deus, por pura compaixão, por puro amor pela obra de tuas mãos, por tuas ovelhas, ó bom Pastor! Que assim seja! Tu não esperas que a ovelha perdida, agredida pelo lobo e já quase morta sob os seus dentes, chame por Tua ajuda; de longe, sempre a vê e sempre lhe dá, até o último momento, tudo o que lhe é necessário para escapar do inimigo. Que assim seja.” (Meditação sobre as passagens dos Santos Evangelhos relativas às quinze virtudes, 106ª)
UM RELÂMPAGO QUE ILUMINA POR UM INSTANTE A NOITE DA TERRA
“Tu poderias, meu Deus, guiar José usando de meios bem diferentes, em vez das aparições: temos a impressão de que tenhas como objetivo tornar, desde as primeiras páginas do Evangelho, evidente aos nossos olhos essa verdade da esperança que é preciso ter na tua graça (que tu nos dás para nos conduzir para a glória), que nos mostras assim, já no início do Novo Testamento, esses anjos, essas estrelas que se elevam ao teu chamado para guiar os homens... É como um relâmpago que ilumina por um instante a noite da terra e nela faz visível, aos nossos olhos estupefatos, qual é a tua maneira de dirigir as almas.” (Meditações sobre as passagens dos Santos Evangelhos relativas às quinze virtudes, 8ª)
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Para Bento XVI, Charles de Foucauld, exemplo de fraternidade universal, testemunhou o Evangelho respeitando as outras religiões.
Como é tradição neste pontificado, no
final da celebração eucarística e do rito da beatificação, Bento XVI desceu do
Palácio Apostólico até á Basílica de S. Pedro para venerar as relíquias dos
novos bem-aventurados e saudar os fiéis. O Papa salientou que Charles de
Foucauld nos convida à fraternidade universal que viveu no Sahara, no meio dos
tuareg, convida-nos ao amor do qual Cristo nos deu o exemplo.
“Demos graças a Deus pelo testemunho
oferecido por Charles de Foucauld, disse o Papa, recordando que durante a sua
vida contemplativa e escondida em Nazaré encontrou a verdade da humanidade de
Jesus, convidando-nos a contemplar o mistério da Incarnação; naquele lugar ele
aprendeu muito sobre o Senhor que queria viver com humildade e pobreza. (Rádio
Vaticano, 13.11.2006)
Entre estas três maneiras de viver de
Cristo, escolheu imitar particularmente a primeira, em Nazaré. Todavia esta
escolha não o impede de seguir Jesus também no deserto e nos caminhos da
evangelização dos homens. Como poderia ser de outra forma para quem escolheu
dar-se a Cristo Jesus cuja vida e missão não poderiam ser perfeitamente
compreendidas nem participadas através de um único modo de vida, concebido como
excluindo os outros?
Quanto mais você freqüentar o irmão Carlos
esforçando-se para melhor compreender o fundo de sua alma, mais compreenderá
como nele esta intuição dos três modos de vida de Cristo é característica.
Efetivamente, é um dos traços essenciais de sua mensagem.”
[Mensagem extraída do livro “Sentinelas de
Deus na Cidade”, de René Voillaume, Ed. Paulinas, SP, 1976]
Ensinamentos espirituais de Carlos de Foucauld,
o Irmão Universal
“Quanta doçura soube ter Jesus com quem dele se aproximava”
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HÁ UMA DIFERENÇA TÃO GRANDE ENTRE DEUS
E TUDO O QUE NÃO É ELE
“A minha vocação religiosa nasceu no mesmo momento da minha fé: Deus é tão grande! Há uma diferença tão grande entre Deus e tudo o que não é ele...” (Carta a Henry de Castries, 14 de agosto de 1901)
Quibus auxiliis?
“Mediante a tua graça, e que graça! Com a tua misericórdia, uma infinidade de misericórdias!... Graças à intercessão da Santa Virgem, de São José, de Santa Madalena, de São João Batista, de meu anjo da guarda, de todos os santos e de todas as santas, de tantas pessoas que me amam e que não estão mais neste mundo; [...] com a ajuda de São Paulo Eremita e de Santo Antônio, cuja memória celebramos nestes dias.” (Anotação de 15 de janeiro de 1895)
JESUS DERRAMARÁ GRAÇAS ABUNDANTES E ELES COMPREENDERÃO
“Os nativos nos acolhem bem; não são sinceros: cedem à necessidade. Quanto será preciso para que adquiram realmente os sentimentos que hoje fingem ter? Talvez isso nunca aconteça... Saberão distinguir os soldados dos padres e ver em nós servos de Deus, ministros de paz e de caridade, irmãos universais? Não sei. Se eu fizer o meu dever, Jesus derramará graças abundantes e eles compreenderão.” (Carta a madame De Bondy, do sul de Beni Abbés, 3 de julho de 1904)
FONTE E BÁLSAMO DE CONSOLAÇÃO
“Nós nos esforçamos para ter uma infinita delicadeza em nossa caridade; não nos limitamos aos grandes serviços, mas cultivamos aquela terna delicadeza capaz de cuidar dos detalhes e que sabe derramar, com gestos de nada, uma montanha de bálsamo nos corações. ‘Dai-lhes de comer’, diz Jesus. Da mesma forma nós, com aqueles que vivem ao nosso lado, entramos nos pequenos detalhes de sua saúde, de sua consolação, de suas orações, de suas necessidades: consolamos, damos alívio com as atenções mais diminutas; para com aqueles que Deus põe ao nosso lado esforçamo-nos por ter aquelas ternas, delicadas, pequenas atenções que teriam entre si dois irmãos cheios de delicadeza, e mães cheias de ternura por seus filhos, com a finalidade de consolar, o quanto possível, todos aqueles que nos cercam, e ser para eles fonte e bálsamo de consolação, como o foi sempre nosso Senhor para todos aqueles que se aproximavam dele: para a santa Virgem e São José, mas também para os apóstolos, para Madalena e para todos os outros... Quanta consolação, quanta doçura soube dar a todos aqueles que se aproximavam dele.” (de La bonté de Dieu)
A ORAÇÃO
“Não procura organizar, preparar a fundação dos Pequenos Irmãos do Sagrado Coração de Jesus: apenas vive como se tivesses de ficar sempre sozinho. Se estais em dois, em três, num pequeno número, vivai como se nunca tivésseis de se tornar mais numerosos. Reza como Jesus, tanto quanto Jesus, reservando como ele um lugar sempre muito grande para a oração... Sempre à imagem dele, deixa muito espaço para o trabalho manual, que não é um tempo subtraído da oração, mas doado à oração; o tempo de teu trabalho manual é um tempo de oração. Reza fielmente todos os dias o breviário e o rosário. Ama Jesus de todo o teu coração (dilexit multum), e a teu próximo como a ti mesmo por amor dele... A tua vida de Nazaré pode-se fazer em qualquer parte, viva-a no lugar mais útil ao próximo.”
(Meditação de 22 de julho de 1905)
A FRAQUEZA DOS MEIOS HUMANOS É CAUSA DE FORÇA
“Eis nossas armas, as do nosso Esposo divino que nos pede que deixemos continuar a viver em nós a vida dele, ele mesmo, o único Amante... a única Verdade... Não encontraremos melhor do que ele e ele não envelhece... Sigamos esse modelo único e estaremos seguros de fazer muito bem, pois dessa forma não seremos mais nós a viver, mas será ele a viver em nós; nossas ações não pertencerão mais a nós, humanos e miseráveis, mas a ele, e serão por isso divinamente eficazes.” (Carta ao padre Charles Guérin, 15 de janeiro de 1908)
OS POBRES
“Amamos os ricos, pois são filhos de Deus; mas não nos ocupamos deles, já que não precisam disso; ocupamo-nos dos pobres, já que precisam de tudo e porque Jesus os deixou para nós como irmãos, mas como Ele mesmo para serem cuidados, nutridos, vestidos, consolados, santificados, salvos, enfim, amados. Eles são ‘os seus irmãos’, são a família que ele adotou; a que deixa a nós.” (Meditação sobre o Salmo 81)
CABE A ELE CHAMAR-NOS
“Deus nos dará a todo instante o que é necessário para cumprir qualquer missão que lhe aprouver dar-nos... Ele no-lo dará sobrenaturalmente, sem nenhuma preparação de nossa parte, se isso lhe agradar, como fez com seus grandes apóstolos Pedro e Paulo [...]. Ou então no-lo dará fazendo-nos cooperar com sua graça por meio de nosso trabalho, e então nos dirá Ele mesmo de que forma devemos realizar esses trabalhos preparatórios... Cabe a ele chamar-nos na hora em que quiser que nos dediquemos a eles.”
(Meditações sobre os Santos Evangelhos, 234ª)
TU DÁS A SAÚDE ÀS ALMAS POR PURA COMPAIXÃO
“Tu dás a saúde às almas, mesmo quando elas não te pedem, ó meu Deus, por pura compaixão, por puro amor pela obra de tuas mãos, por tuas ovelhas, ó bom Pastor! Que assim seja! Tu não esperas que a ovelha perdida, agredida pelo lobo e já quase morta sob os seus dentes, chame por Tua ajuda; de longe, sempre a vê e sempre lhe dá, até o último momento, tudo o que lhe é necessário para escapar do inimigo. Que assim seja.” (Meditação sobre as passagens dos Santos Evangelhos relativas às quinze virtudes, 106ª)
UM RELÂMPAGO QUE ILUMINA POR UM INSTANTE A NOITE DA TERRA
“Tu poderias, meu Deus, guiar José usando de meios bem diferentes, em vez das aparições: temos a impressão de que tenhas como objetivo tornar, desde as primeiras páginas do Evangelho, evidente aos nossos olhos essa verdade da esperança que é preciso ter na tua graça (que tu nos dás para nos conduzir para a glória), que nos mostras assim, já no início do Novo Testamento, esses anjos, essas estrelas que se elevam ao teu chamado para guiar os homens... É como um relâmpago que ilumina por um instante a noite da terra e nela faz visível, aos nossos olhos estupefatos, qual é a tua maneira de dirigir as almas.” (Meditações sobre as passagens dos Santos Evangelhos relativas às quinze virtudes, 8ª)
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Para Bento XVI, Charles de Foucauld, exemplo de fraternidade universal, testemunhou o Evangelho respeitando as outras religiões.
Como é tradição neste pontificado, no final da celebração
eucarística e do rito da beatificação, Bento XVI desceu do Palácio Apostólico
até á Basílica de S. Pedro para venerar as relíquias dos novos bem-aventurados
e saudar os fiéis. O Papa salientou que Charles de Foucauld nos convida à
fraternidade universal que viveu no Sahara, no meio dos tuareg, convida-nos ao
amor do qual Cristo nos deu o exemplo.
“Demos graças a Deus pelo testemunho oferecido por Charles de
Foucauld, disse o Papa, recordando que durante a sua vida contemplativa e
escondida em Nazaré encontrou a verdade da humanidade de Jesus, convidando-nos
a contemplar o mistério da Incarnação; naquele lugar ele aprendeu muito sobre o
Senhor que queria viver com humildade e pobreza. (Rádio Vaticano, 13.11.2006)
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