19/05/2012

Os segredos de quem estuda fora do Brasil


Cada vez mais jovens brasileiros disputam vagas nas melhores universidades do mundo

ALINE RIBEIRO E THAIS LAZZERI
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MUITAS OPÇÕES Tabata de Pontes em São Paulo. Ela passou duas semanas nos Estados Unidos para conhecer a rotina das universidades que a aceitaram. Optou por Harvard (Foto: Marcelo Spatafora/ÉPOCA)
Numa sala de aula com alguns jovens imberbes, além de meia dúzia de meninas que parecem compenetradas, a professora pergunta com exagerada naturalidade:
– Alguém aí já ouviu falar da constante de Faraday?
Silêncio.
– E de carga elementar?
Silêncio de novo. Ela insiste:
– Quem nunca escutou levanta a mão.
Os espectadores são alunos com mais ou menos 18 anos de um cursinho particular de São Paulo, o Etapa. Estudam para enfrentar o vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), um dos mais concorridos do país. A professora Tabata Amaral de Pontes conduz a aula de eletroquímica com postura de doutora. Responde às dúvidas individualmente. Na lousa, escreve fórmulas que, aos desabituados, mais parecem grego ou húngaro. Tabata não tem cabelo de cientista maluco, tampouco a cara do nerd clássico. Com apenas 18 anos, ela usa aparelho nos dentes, tênis All Star, calça jeans detonada e presilha tic tac para não deixar a franja cair em seu rosto de menina. Nem por isso é menos respeitada pelos alunos, que a chamam de professora, inclusive os mais velhos do que ela.
Tabata acaba de ser aceita em seis instituições que fazem parte da lista das 20 melhores universidades do mundo: Instituto de Tecnologia da Califórnia (CalTech), Yale, Princeton, Colúmbia, Harvard e Pensilvânia. Detalhe importante: ela vem de uma família da Vila Missionária, bairro de classe média baixa na Zona Sul de São Paulo. Estudou em colégio público até o começo da 7ª série. Nos demais anos, ganhou uma bolsa do próprio Etapa, onde hoje ensina alunos que pagam uma mensalidade de R$ 1.500.
Embora seja uma exceção na realidade das escolas públicas, Tabata representa uma nova geração de jovens que já não mais sonham em sentar-se nas carteiras dos melhores centros do Brasil, como a USP ou o ITA. Eles ampliaram seus horizontes estudantis ao descobrir que, sim, a possibilidade de frequentar o ensino superior fora do Brasil é real – e menos inalcançável do que se imaginava no passado. 
Capa da edição 731 - Os segredos de quem estuda fora do Brasil (Foto: revista ÉPOCA/Reprodução)
A reportagem de capa da edição de ÉPOCAque está nas bancas e também à venda para o seu tablet (baixe o aplicativo) conta a história de Tabata e outros jovens que vão realizar o sonho de estudar nas melhores universidades do mundo. Não basta ser o melhor aluno do colégio. É preciso mais. ÉPOCA traz dicas para quem quer seguir o mesmo caminho. Ajustar o foco e investir no inglês estão entre os conselhos. Em ÉPOCA desta semana, mais orientações e histórias inspiradoras para quem quer um dia se matricular nas instituições de ensino mais conceituadas do mundo. 

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