Paulo Macedo, ministro da tutela, vincou «importância terapêutica da espiritualidade»
Lisboa, 05 mai 2012 (Ecclesia) – A Igreja Católica deve colaborar com o Estado na prevenção e tratamento da doença, recorrendo aos padres e a equipas de leigos, afirmou hoje à Agência ECCLESIA o coordenador da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde.
Monsenhor Vítor Feytor Pinto pretende que os católicos apoiem “as pessoas com menos recursos para saberem como podem pedir a isenção das taxas moderadoras”, já que “muitos não o sabem fazer”. O responsável frisou que a Igreja deve estabelecer parcerias com as autoridades de saúde a nível nacional e local, tendo avançado como hipóteses de colaboração a “dádiva gratuita de sangue a curto, médio e longo prazo”, a prevenção das gripes através da vacina e a antecipação dos efeitos das ondas de frio e calor. “Temos de levar os sacerdotes a avisarem todas as pessoas idosas que devem beber muita água e que devem ter cuidado com a exposição ao sol, medidas que se aplicam ainda mais às crianças”, exemplificou. “Se houver coisas a denunciar” [no Ministério da Saúde ou em instituições que dele dependem], denunciem-se; mas se há colaborações que se podem concretizar, então têm de se conseguir”, vincou. O 24.º Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, que começou quarta-feira em Fátima, terminou ao início da tarde de hoje com uma sessão que contou com a presença do ministro da tutela, Paulo Macedo. “Ele fez um discurso fabuloso ao acentuar a necessidade dos mecanismos de entreajuda e a importância terapêutica da espiritualidade, tendo sublinhado que todos os doentes dos hospitais devem ter acesso à assistência espiritual”, referiu monsenhor Feytor Pinto. Entre as conclusões das Jornadas inclui-se a recomendação de que sejam formalizadas equipas dedicadas a esta área “em todas as paróquias de Portugal e que se lhe conceda o mesmo grau de importância e empenho que se dedica a todos os outros setores”. O apoio espiritual e religioso baseado na “oração, aprofundamento da fé e celebração dos sacramentos da Unção dos Doentes, Eucaristia e Reconciliação” deve ser acompanhado pelo estabelecimento de relações de proximidade entre as comunidades católicas e os centros de saúde e hospitais, disse o sacerdote. O responsável mostrou-se satisfeito pela presença no encontro do presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, D. Jorge Ortiga, e do vogal deste departamento que ficou encarregado das questões da saúde, D. Manuel Linda. “É indiscutivelmente um tempo novo que estamos a viver na Pastoral da Saúde em Portugal. Eu estou a lutar por isto há quase 30 anos e nunca me senti tão feliz na resposta que a Igreja está a dar”, assinalou monsenhor Feytor Pinto. RJM |
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