10/06/2012

Ajuda financeira pela Espanha


Comissão Europeia, França e Alemanha celebraram intenção de pedido.
Zona do euro concordou em conceder resgate de € 100 bilhões ao país.

Do G1, com informações de agências*
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A Comissão Europeia e ministros da Alemanha e França elogiaram o pedido de ajuda feito à zona do euro pela Espanha para os bancos do país neste sábado (9).O governo espanhol declarou a intenção de solicitar ajuda financeiradepois que ministros de Economia e Finanças da zona do euro concordaram em conceder ao país um pacote de resgate de até € 100 bilhões.


A Comissão Europeia recebeu bem a solicitação, e se disse pronta para agir "rapidamente" nos trâmites necessários e para propor condições apropriadas ao setor. "Com a reestruturação do setor bancário (...), estamos certos de que a Espanha pode gradualmente reconquistar a confiança dos investidores e do mercado", disseram o presidente da CE, José Manuel Durão Barroso, e o comissário europeu de Assuntos Monetários, Olli Rehn, em comunicado.

Já o ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schauble, felicitou o acordo e elogiou a decisão de Madri em esperar os resultados de uma segunda avaliação, independente das necessidades de seus bancos, para solicitar uma quantidade concreta de ajuda.

A França também celebrou o acordo, estimando que este constitui "um forte sinal de solidariedade", declarou à AFP o ministro francês de Finanças, Pierre Moscovici. "É um bom acordo, é um forte sinal de solidariedade", afirmou, precisando que havia "insistido para que as condições estivessem estritamente limitadas ao setor bancário" espanhol e não incluíssem "políticas de austeridade".
Intenção de pedido
Na tarde deste sábado (9), o ministro de Economia espanhol, Luis de Guindos, declarou a intenção de solicitar ajuda financeira após ministros da zona do euro realizarem uma teleconferência para discutir o resgate europeu ao sistema bancário da Espanha.
"O Eurogrupo foi informado de que as autoridades espanholas apresentarão um pedido formal muito em breve e está aberto a responder favoravelmente a tal solicitação", disse o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker. "A quantia emprestada deve cobrir as necessidades de capital com uma margem adicional de garantia, estimada em um total de € 100 bilhões", afirmou.
Segundo Guindos, o Fundo Monetário Internacional (FMI) participará como supervisor. A zona do euro não pedirá um pacote de austeridade à Espanha em troca da ajuda, diferentemente da Grécia, da Irlanda e de Portugal, que também receberam empréstimos financiados pela zona do euro e pelo FMI.
Em vez disso, o Eurogrupo elogiou o país por "já ter implementado significativas reformas fiscais e no mercado de trabalho, além de medidas para fortalecer a base de capital dos bancos espanhóis". O comunicado informou que os países da zona do euro estavam "confiantes de que a Espanha honrará os seus compromissos dentro do procedimento de déficit excessivo e em relação às reformas estruturais".
Iniciada às 11h (horário de Brasília), a reunião do Eurogrupo terminou por volta das 13h30 e contou também com a participação da diretora do FMI, Christine Lagarde.
Se o governo espanhol finalmente pedir a ajuda europeia, será o quarto país da zona do euro a receber um resgate de seus sócios, após Grécia, Portugal e Irlanda. Segundo as agências, a zona do euro exigiria que a Espanha estabilize o setor financeiro.
O encontro emergencial foi convocado após o FMI antecipar, na noite de sexta-feira (8), divulgação de relatório sobre a situação do sistema financeiro espanhol que estava prevista apenas para segunda-feira. O Fundo calculou, contudo, a necessidade de recapitalização dos bancos mais frágeis da Espanha em pelo menos 40 bilhões de euros.
Na noite de sexta, o governo da Espanha afirmou que ainda não concluíra o eventual pedido de resgate à União Europeia e ao Banco Central Europeu (BCE) para a recapitalização generalizada de seu sistema financeiro.  A Comissão Europeia aconselhara Madri a aguardar até conhecer as necessidades exatas de seus bancos antes de formular qualquer pedido de auxílio, apesar de ter reiterado o tempo todo que a decisão sobre o momento de fazer isso depende exclusivamente do Executivo de Mariano Rajoy.
Nota da dívida
A discussão sobre o resgate acontece após a agência de classificação de risco Fitch rebaixar, na quinta-feira (7), a nota da dívida do governo espanhol em três níveis, de "A" para "BBB", com perspectiva negativa. No fim de janeiro, a mesma agência havia reduzido a nota da Espanha de "AA-" para "A". O novo rating é o mais baixo para a Espanha entre as três principais agências de classificação de risco.
A Fitch disse em um comunicado que a Espanha estava especialmente vulnerável para uma piora da crise da zona do euro devido a um alto endividamento externo.
A agência Moody's disse, na sexta, que os desdobramentos envolvendo o setor bancário da Espanha e o crescente risco de que a Grécia deixe a zona do euro poderiam levar a rebaixamentos da classificação da dívida pública, os ratings soberanos, de outras nações da região.
Enquanto a Espanha se move em direção à necessidade de apoio externo direto de seus parceiros europeus, o maior risco aos credores do país pode levar a mais modificações de ratings", disse a Moody's, em nota.
*Com informações da Efe, Reuters, AFP e da Agência Estado.

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