10/06/2012

Ex-ditador Pinochet provoca protestos no Chile


Manifestantes enfrentaram polícia durante protesto contra homenagem.
Governo disse que não concorda, mas respeita celebração.

Da AFP
Comente agora
Centenas de pessoas enfrentaram a polícia chilena neste domingo (10) em protestos contra uma homenagem ao ex-ditador chileno, Augusto Pinochet, que foi realizada por seus partidários em um teatro da capital, Santiago.
"Assassino, Assassino!", gritavam os manifestantes nas proximidades do teatro Caupolicán, no centro de Santiago, em protesto contra a homenagem, que incluía o lançamento do documentário "Pinochet", sobre a obra do ex-ditador (1973-1990).
A polícia, que preparou uma forte operação para evitar distúrbios, reprimiu com gases lacrimogêneos e jatos d'água os manifestantes e evitou o avanço do protesto para as proximidades do teatro, onde estavam mais de 1.000 simpatizantes do ex-ditador.
"A polícia está limitando nossos passos para que a atividade em homenagem ao ditador possa ser realizada. Aqui está havendo uma homenagem a um criminoso", disse Mireya García, vice-presidenta do Grupo de Familiares de Detidos e Desaparecidos, ao canal de televisão CNN Chile.
A homenagem foi organizado pela Corporação 11 de setembro, cujo nome recorda o dia do golpe de Estado em 1973 contra o governo do presidente socialista Salvador Allende.
"Creio que na democracia temos todo o direito de celebrar", disse o ex-militar Juan González, presidente da Corporação 11 de setembro.
Manifestantes com fotos de mortos e desaparecidos no regime militar protestam neste domingo (10) em Santiago do Chile contra homenagem ao ex-ditador Augusto Pinochet (Foto: AFP)Manifestantes com fotos de mortos e desaparecidos no regime militar protestam neste domingo (10) em Santiago do Chile contra homenagem ao ex-ditador Augusto Pinochet (Foto: AFP)
Partidário de Pinochet se manifesta neste domingo (10) diante de teatro em Santiago do Chile (Foto: AFP)
A ditadura deixou um saldo de mais de 3.000 vítimas, entre mortos e desaparecidos. Nos dias prévios ao ato deste domingo, houve um árduo debate sobre a permissão para se homenagear o ex-ditador.
O governo disse que não compartilha a iniciativa, mas que respeitava o direito de reunião. A Justiça, no entanto, rejeitou um recurso judicial que tentava evitar sua realização, estimando que não possui atribuições para proibir um ato que se realiza em um recinto privado.

Nenhum comentário :

Postar um comentário