Morte de Irmã Dorothy
Nos últimos dias o Brasil todo,mas especialmente o povoado de Anapu,PA,relembrou a morte mártir de Irmã Dorothy,missionária americana da Ordem de Notre Dame.
Dorothy Mae Stang nasceu em Dylon aos 07 de junho de 1931,ingressou na Congregação de Nossa Senhora de Namur em 1948 e em 1956 entrou para a vida religiosa com os votos de pobreza,castidade e obediência.Foi professora de escolas da congregação de 1951 a 1966.
Em 1966,iniciou seu ministério no Brasil,em Coroatá (MA).A religiosa estava presente na Amazônia desde a década de sessenta junto a trabalhadores do Xingu.Seu trabalho pastoral e missionário visava geração de emprego e renda a partir do reflorestamento em áreas degradadas e na minimização de conflitos fundiários.
Atuou ativamente em projetos sociais no Pará em projetos de desenvolvimento sustentável,chegando até o povoado de Anapu e ganhando reconhecimento nacional e internacional.
A religiosa participava da Comissão Pastoral da Terra,da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil e defendia a reforma agrária justa e conseqüente.Também mantinha intensa agenda de dialogo com lideranças camponesas, políticas e religiosas para buscar soluções para os conflitos relacionados a posse e exploração da terra.
Recebeu inúmeras ameaças de morte,mas sem deixar intimidar-se,pelo contrário,sobre as ameaças declarou: «Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar.»
Recebeu o prêmio da Ordem do Advogados do Brasil pela defesa aos direitos humanos em 2004.
A religiosa foi assassinada com 6 tiros,(sendo um na cabeça e o resto ao redor do corpo) em 12 de fevereiro de 2005.
Conta uma testemunha que antes de receber os disparos ela foi indagada se estava armada e ela respondeu: «eis a minha arma!»e mostrou a Bíblia e ainda leu uns trechos para aquele que a mataria
Seu corpo foi sepultado no povoado de Anapu,Pará.
Não vou fugir e nem abandonar a luta dos povos da floresta que estão desprotegidos.Eles têm o sagrado direito a uma vida digna. (Ir. Dorothy)
"Eu não corro risco de vida,mas os colonos.
Eles têm família para sustentar." (Ir. Dorothy)
O livro do Eclesiastes, logo no início do seu prólogo diz: “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade - vanitas vanitatum, ommia vanitas. Que proveito tira o homem se de todo o trabalho e com que se afadiga debaixo do sol?” A Quaresma nos faz pensar na morte e na transitoriedade da vida. Francisco de Assis olhava com muita seriedade para a realidade da morte, como algo sagrado e divino. À medida que louvava a Deus, chamava-a de irmã. Guardemos as palavras do Apóstolo Paulo: “Nós não temos aqui cidade permanente, mas estamos à procurada cidade de que há de vir” (Hb 13, 14); “Sabemos, com efeito, que, se a nossa morada terrestre, esta tenda, for destruída, teremos no céu um edifício, obra de Deus, morada eterna, não feita por mãos humanas” (2Cor 5, 1).
Ela reflete a nossa condição de ser humano. Não nos acostumando e, mesmo, sofrendo como um profundo golpe e dor. Nos Estados Unidos ocorreu aos 05 de outubro de 2011 a morte prematura de Steve Jobs, com a idade de 56 anos (24.02.1955), vítima de um câncer no pâncreas, diagnosticado em 2004. Ele mesmo externou em um pensamento, que descobriu quando tinha 17 anos: “Se viver cada dia de sua vida como se fosse o último, chegará um dia em que estará certo”. Impressionado, se perguntava através desse pensamento: “Se este fosse último dia da minha vida, será que eu faria mesmo o que estou prestes a fazer hoje?”
A genialidade dessa grandiosa figura humana foi de tal modo, que tornou mais agradável, mais bela e mais edificante a vida sobre face da terra. Na verdade, somos agradecidos ao bom Deus pelo seu grande invento do Mac, do iPod, do iPad e do iPhone, entre outras inovações, no mundo da informática e das comunicações.
Como é que podemos olhar para esse gênio, que provavelmente, a história o colocará como um dos homens mais importantes da humanidade no século XXI? No dizer de Paulo Barros, outro grande gênio, criativo, inovador e obstinado carnavalesco, da Unidos da Tijuca, como aquele que “chutou o balde”, que arrebentou e revolucionou o mundo, através de suas extraordinárias descobertas, provocando-nos profundas reflexões em torno do segredo da fama e do sucesso, seja na vida profissional, seja nos valores da vida, como um dom maravilhoso de Deus.
Na sua condição de paciente, consciente de que a morte estava por chegar, afirmava: “posso agora dizer algo que me parecia menos claro, quando a morte era um conceito intelectual: ninguém quer morrer; mesmo as pessoas que desejam ir para o paraíso não querem morrer para chegar até lá. Ainda assim, a morte é o destino final do qual todos nós partilhamos. Ninguém jamais escapou dela. E é assim que as coisas deveriam ser, porque a morte é provavelmente a melhor invenção da vida. Ela tira do caminho o que é velho e abre espaço para o que é novo”.
Steve Jobs tem muito a nos ensinar e dizer, como patrimônio da humanidade, na sua originalidade e genialidade, que “é preciso descobrir aquilo que amamos e a única maneira de fazer um trabalho grandioso é amar aquilo que fazemos”. Fixando na mente e no coração, que temos que cuidar dos dons, talentos e da nossa própria vida, segundo a vontade de Deus, a nossa razão de ser e existir, nas palavras do carnavalesco Paulo Barros, “chutar o balde”.
Pe Geovane Saraiva, Pároco de Santo Afonso
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