Romances de terror, humor e ficção científica marcaram sua carreira.
Americano de ascendência sueca tinha 91 anos.
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O escritor americano Ray Bradbury, autor de livros como "The martian chronicles” (“Crônicas marcianas”) e “Fahrenheit 451”, morreu aos 91 anos nesta quarta-feira (6), de acordo com a agência de notícias Associated Press.
O anúncio foi feito por sua filha, Alexandra Bradbury, que não deu detalhes sobre a causa da morte.
Nascido em 1920 e de ascendência sueca, Bradbury viajou por muitas cidades dos Estados Unidos durante sua infância por conta do trabalho de seu pai, que era técnico em instalação de linhas telefônicas. Em 1934, sua família fixou residência em Los Angeles. Lançou "Dark carnival", uma compilação de contos e seu primeiro trabalho, em 1947. Três anos mais tarde saiu o primeiro romance, "Crônicas marcianas". A obra é sobre as tentativas humanas de colonizar Marte e as consequências dos esforços.
Seu trabalho como escritor abrangeu gêneros como ficção científica, humor e terror, além de histórias sobre negros, irlandeses e mexicanos. Bradbury também fez o roteiro da versão cinematográfica de "Moby Dick" em 1956, além de ter colaborado escrevendo para "The Twilight Zone" e outros programas televisivos, como "The Ray Bradbury Theater", para o qual adaptou vários de seus trabalhos.
Sua obra mais lembrada, "Fahrenheit 451" (1953), escrita em plena Guerra Fria, aponta os males da censura e do controle do pensamento em um Estado totalitário. A história ficou famosa em todo o mundo após a adaptação para o cinema do cineasta François Truffaut em 1966.
O livro entrou de forma brilhante na tradição de grandes livros "distópicos" (em oposição aos "utópicos"), descrevendo sociedades nas quais um governo autoritário central oprime a totalidade ou parte dos seus cidadãos.
Um gênero ilustrado anteriormente por "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley, ou "1984", de George Orwell, mas que Ray Bradbury introduziu ao público em geral, e que continua a ser extremamente popular hoje, como evidenciado pelo sucesso do livro da série "Hunger Games" ("Jogos Vorazes"), da americana Suzanne Collins, recentemente adaptado para o cinema.
"A grande diversão na minha vida foi levantar a cada manhã e correr para a máquina de escrever porque alguma nova ideia havia me ocorrido", declarou Bradbury em 2000. "A sensação que tenho a cada dia é, em grande medida, a mesma que quando tinha 12 anos", disse ao celebrar 80 anos. Com outra frase, definiu o gênero no qual mais se destacou. "Ficção científica é uma ótima maneira de fingir que você está falando do futuro quando na realidade está atacando o passado recente e o presente", comentou. Ele escreveu quase 600 contos e 30 livros.
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