19/07/2012

Dia internacional da Juventude Mariana Vicentina, 18 de julho


Há 182 anos, na noite de 18 de Julho de 1830, Catarina Labouré, noviça da Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, ouve uma voz doce que chama por si: “Vem, vem à capela, a Virgem Santíssima espera-te. Não tenhas medo. São onze horas e meia e toda a gente dorme!”.
Catarina vai à Capela, na Rua do Bac, em Paris, e encontra a Santíssima Virgem, que lhe diz: “Vem ao pé deste altar; aqui serão espalhadas as graças sobre todos quantos as pedirem com fervor e confiança; serão entornadas sobre os grandes e os pequenos. Minha filha, Deus quer encarregar-te de certa missão, não te faltarão dificuldades, mas ultrapassá-las-ás pensando que fazes isso para a glória de Deus. Serás contradita, mas terás a graça; nada temas. Exprime tudo quanto se passa em ti, com simplicidade e confiança, a quem está encarregado de te orientar. Verás muitas coisas; serás inspirada nas tuas orações; refere-o a quem tem o encargo da tua alma. Tem confiança, não receies… Os tempos são muito maus; desgraças irão desabar sobre a França e sobre o mundo inteiro… A cruz será desprezada, o sangue correrá pelas ruas. O Sr. Arcebispo morrerá… Mas, eu estarei convosco. Não percais a coragem.”
Maria passa a algumas recomendações para as comunidades das Filhas da Caridade, apontando defeitos a corrigir. Finalmente, Maria comunica ainda a Catarina de Labouré o projeto da fundação de uma nova Associação de Jovens – a Juventude Mariana Vicentina.

Nossa Senhora das Graças viria a aparecer novamente a Santa Catarina Labouré a 27 de Novembro de 1830, no mesmo local, pedindo que se cunhasse uma medalha, a Medalha Milagrosa.
Foi nesta primeira aparição de Nossa Senhora das Graças a Santa Catarina Labouré, no dia 18 de Julho de 1830, há 182 anos, que a Virgem Maria pediu à noviça que fosse criada a Associação Juventude Mariana Vicentina, da qual sete milhões de jovens em todo o mundo pertencem.
Significa, portanto, que ainda nos dias de hoje continuamos a cumprir o pedido de Maria que nos foi transmitido por Catarina. É, pois, muito importante que tenhamos a noção da responsabilidade que carregamos aos nossos ombros! Foi a nós que Nossa Senhora escolheu, e, ao dizermos o nosso SIM à nossa Mãe do Céu, assumimos o compromisso se seguir Cristo, inspirados por Maria e São Vicente de Paulo.
Oremos, pois, para que tenhamos a graça de poder continuar a cumprir da melhor forma o desejo manifestado por Nossa Senhora, Mãe do Céu e da Igreja, seguindo a vontade do Pai e caminhando com Jesus Cristo.
A JMV na Arquidiocese de Fortaleza
A Juventude Mariana Vicentina no Ceará chegou em 1867, treze anos após a criação da Diocese de Fortaleza, somente para moças que frequentavam as casas das Filhas da Caridade. O primeiro Centro da JMV no Ceará foi sediado no Colégio da Imaculada Conceição em Fortaleza. Segundo a ex-coordenadora do centro, Magde Schaumann, a fundação da JMV Fortaleza se deu no dia 31 de Maio de 1867 no Colégio da Imaculada Conceição, pela Irmã Bazet, Filha da Caridade, francesa e primeira diretora do Colégio, iniciando o movimento com apenas 6 jovens. Aos poucos, foi aumentando o número de membros e então a Associação ficou dividida em duas seções: a 1ª constituída pelas alunas e ex-alunas do Colégio; a 2ª, pelas alunas do Externato São Vicente de Paulo, da antiga Escola Dominical e pelas demais jovens de Fortaleza. As reuniões ocorriam nos quartos domingos do mês, após a Missa das 7hrs, celebrada pelo capelão do Colégio. Havia o café da manhã servido no refeitório, em seguida, na Gruta de Nossa Senhora de Lourdes era feita a chamada de frequência, depois se ouviam as palavras do diretor espiritual e as orientações da Irmã responsável pela Associação.
Os anos se passaram e nasce um imenso desejo de se construir uma capela anexa ao Colégio da Imaculada Conceição. Segundo os registros do historiador cearense Miguel Nirez Azevedo, a Associação dos Filhos de Maria (hoje a Juventude Mariana Vicentina) foi a maior responsável juntamente com as Filhas da Caridade e as Damas da Caridade de Fortaleza pela construção, manutenção e organização pastoral da Capela do Pequeno Grande, que já sediou a Catedral Metropolitana de Fortaleza durante a reforma, quase centenária, do prédio atual.
Registra-se que, dirigiu a Juventude Mariana Vicentina em Fortaleza em meados do ano de 1890, o jovem José Moreira da Rocha, conhecido mais tarde pelo designo profissional de Desembargador Moreira, que governou o estado do Ceará 34 anos depois do governo na JMV Fortaleza.
Fato marcante para a Juventude Mariana Vicentina da Arquidiocese de Fortaleza durante seu percurso foi o Congresso Regional, ocorrido nos dias 15, 16 e 17 de agosto de 1958, contando com a presença de cinquenta e três Associações Marianas, do Norte e Nordeste do Brasil. Durante o dia, os trabalhos do Congresso eram realizados no Colégio da Imaculada e, à noite, o Teatro José de Alencar abria suas portas para as sessões solenes. “Oração e Penitência” foi o tema geral do Congresso, em comemoração ao centenário das aparições de Nossa Senhora de Lourdes à camponesa Bernadette Soubirous. Outros congressos que marcaram a vida da Província foram: Natal e Fortaleza – Fim da década de 50 para início de 60.
Em 1953 a JMV prosseguiu na missão das Irmãs Marcillac e Parisot, ambas francesas que assumiram a missão de animar os centros do Ceará ainda dependentes da Província do Rio com Grupos de Filhos de Maria e Benjaminas da Virgem, também denominado de Benjaminas de Maria.
Em 1957, Fortaleza torna-se sede da Província do Norte (Bahia à Amazonas) que é dividida em regionais com grupos muito vivos e numerosos, confiados a Assessoria Espiritual da Irmã Inês de Barros Lima FC. e ao Padre Vicente Zico CM. Na época uma revista “Benjaminas Unidas”, hoje a revista Sintonizando, circulava por toda a Província. Padre Luis Gonzaga de Oliveira exerceu a direção espiritual da Associação por algum tempo, entregando a função em 1964 ao Pe. Joaquim Dourado, e em 1965 esteve assessorando a Associação a Irmã Edvanir Lopes.
Depois de uma crise causada pela repressão militar em Decorrência da Ditadura de 1964, época Pós-Conciliar, a Associação ressurge em 1975 com a Irmã Dijesu Pinto, com o nome Movimento Marial.
Em 1985 a Sé Romana em consonância com a Coordenação Internacional da Entidade vinculada ao Pontifício Conselho para os Leigos, comunica a mudança de nomenclatura para Movimento Marial Vicentino.
Em 1995 a Província de Fortaleza vive um fabuloso Congresso com sede no Centro Mére Rogé em Fortaleza. A Coordenação, era composta pelos Jovens: Nelsione Sombra, Cláudio, Adão, Andréa, José Wilson e Orlando e pelas Irmãs: Eudóxia, Lúcia Leila e Leda Benevides, como também por Otília Nunes, Agente de Pastoral da Arquidiocese de Fortaleza.
Em 1991 já intitulada de Juventude Marial Vicentina, após mais um pronunciamento da Sé, a associação em Fortaleza é assessorada pela Ir. Leda Benevides; em 2002 pela Ir. Ana Gonçalves Costa; em fevereiro de 2006 pela Ir. Francisca Lenice Sousa e em novembro de 2011, com os Estatutos Nacionais aprovados e denominada pela Santa Sé de Juventude Mariana Vicentina, a Província de Fortaleza conta com a assessoria de Irmã Regina Souza e Padre Emanuel Bonfim CM.
A JMV no Brasil
A Juventude Mariana Vicentina chega ao Brasil em 1865. Seu primeiro Centro de Coordenação Nacional se encontrava no Rio de Janeiro, no prédio onde hoje funciona o Hospital São Vicente de Paulo na Tijuca. Transfere-se em 1971 para Petrópolis, em 2005 para Curitiba, e em 2011 para São Paulo.
Durante toda a vida da entidade no país, realizam-se grandes Assembleias, Congressos e Encontros Nacionais sempre visando à unidade da associação no país, tendo em vista que a JMV divide-se em seis províncias até então independentes uma da outra. São elas: Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza e Amazonas. Cada uma possui sua sede, sua direção e assessoria. Entretanto, em 2011 foi revisado e aprovado o novo estatuto da entidade no Brasil que visa à unificação das províncias no desejo da reorganização nacional.
No total, a Juventude Mariana Vicentina no Brasil possui aproximadamente duzentos centros onde mais de dois mil jovens se associam e trabalham voluntariamente pelo bem comum dos mais desfavorecidos na sociedade e pela educação na fé de outros jovens.
A JMV no Mundo
A Juventude Mariana Vicentina no mundo possui todo um trabalho e organização internacional da entidade. Desde Pio IX, a JMV teve profícua atuação no Vaticano ao lado dos sucessores de Pedro que nos acolheram na organização da Igreja no mundo desde a aprovação pontifical da JMV, decretada por Pio IX em 1847.
A JMV possui duas sedes internacionais, a sede administrativa (secretariado) em Madrid na Espanha e o Centro de Peregrinação Internacional na Capela da Medalha Milagrosa em Paris na França.
Hoje são ao todo 7 milhões de jovens e adultos em todo o mundo, distribuídos também na Associação da Medalha Milagrosa em alguns países. A JMV é presença em quase todos os países com numerosos Grupos e Centros animados e integrados em sua maioria pela juventude.
Por Guilherme G. Azevedo, articulador da Juventude Mariana Vicentina na Arquidiocese de Fortaleza e CNBB Ne 1

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