28/07/2012

Igreja demonstra apoio aos Jogos Olímpicos desde 1908


Nicole Melhado
Da Redação, com agências


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Antonella Stelitano é uma das autoras do livro 'Pio X, as Olimpíadas e o esporte'
A abertura dos Jogos Olímpicos 2012 acontece nesta sexta-feira, 27, no Estádio Olímpico de Londres, na Inglaterra. No domingo, 22, o Papa Bento XVI, depois da proclamação do Angelus, enviou uma saudação aos atletas e organizadores.

O Santo Padre recordou que o evento é um dos maiores acontecimentos esportivos do mundo, em que participam atletas de muitas nações e como tal reveste também um forte valor simbólico, razão porque a Igreja Católica encara as Olimpíadas com grande simpatia e atenção.

“Rezemos para que, segundo a vontade Deus, os Jogos de Londres sejam uma autêntica experiência de fraternidade entre os povos da Terra”, desejou Bento XVI.

Mas não é de hoje que a Igreja vê com simpatia tal evento esportivo. Em 1908, quando, na sequência de uma grave crise econômica, Roma renunciou sediar os Jogos Olímpicos, o fundador dos Jogos Olímpicos modernos, Pierre de Coubertin, procurou a ajuda do Vaticano e o então Papa São Pio X ofereceu-lhe apoio.

Tal episódio é narrado no livro "Pio X, as Olimpíadas e o esporte", escrito por Antonella Stelitano, Quirino Bortolato e Alejandro Mario Dieguez, lançado nessa quinta-feira, 26, pela Editora italiana San Liberale de Treviso.

A obra destaca que Pio X foi o primeiro papa a apoiar as Olimpíadas e a abrir as portas do Vaticano aos atletas.

Naquela época "menos de 1% da população praticava alguma atividade esportiva, que era realizada só como forma de treinamento militar ou como passatempo das classes mais altas", explicou  Antonella Stelitano, em entrevista à Rádio Vaticano.

No início do século XX, muitas pessoas não entendiam a importância da prática de esporte, recorda Antonella Stelitanota, então Pio X disse a um dos seus cardeais: "Tudo bem, se é preciso que entendam que isso pode ser feito , então eu vou fazer exercício na frente de todo mundo e assim eles poderão ver que, se o Papa pode fazê-lo, qualquer um pode fazê-lo".

Pio X  também estava ciente do potencial educativo do esporte. Ele viu o esporte como uma maneira "de aproximar os jovens e reuni-los ao mesmo tempo, seguindo certas regras e mostrando respeito pelos adversários”, explica a autora.

O Papa entendeu ainda que era um modo possível e simples de reunir pessoas de diferentes etinias, religiões e ideias políticas.

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