08/08/2012

Como bombar na web


EM EXIBIÇÃO Simulação de como  você assistiria a alguém se estivesse dentro  da tela do computador. Qualquer um pode virar um astro na internet  (Foto: Montagem de Alexandre Lucas sobre foto de Marcelo Spatafora/ÉPOCA)
Os vídeos caseiros se tornaram tão populares quanto as fotos digitais. Em parte porque as câmeras estão pre-sentes nos celulares mais rudimentares. Os programas de edição, com ferramentas mais simples e intuitivas, muitas vezes vêm com os computadores. E o interesse do público por ver e criar vídeos cresceu. Apenas o YouTube, site mais popular para publicar e compartilhar vídeos, recebe 72 horas de filmagem por minuto e exibe mais de 4 bilhões de filmes curtos todos os dias no mundo.

“O vídeo hoje está em qualquer lugar. Tanto os blogs mais simples como as empresas grandes criam seus pró-prios canais no YouTube”, afirma André Corradini, professor da escola de tecnologia da informação Impacta. A expansão da produção de vídeos se deve principalmente à redução no preço dos equipamentos.

As novas gerações também têm mais facilidade para usar recursos tecnológicos. O paulistano Cauê Moura é um exemplo. “Comecei a fazer uns vídeos no meu quarto, para enviar a meus amigos e ver o que eles achavam. Deu certo”, afirma. As gravações foram vistas mais de 52 milhões de vezes. A seguir, Cauê e outros produtores de vídeos dão dicas para fazer os filmes bombar na internet. Ou pelo menos para você não passar vergonha com suas produções caseiras.

Fuja deste mico (Foto: reprodução)
Filme com cuidado 
A primeira regra para os cinegrafistas amadores é esquecer o zoom. “Com ele, muitas vezes a aproximação o-corre de modo tão brusco que nem dá para ver o que a pessoa filmou”, diz Eliseu Lopes Filho, vice-coordenador do departamento de cinema da Fundação Armando Álvares Penteado. “E o vaivém da câmera cansa quem está vendo.” Se precisar aproximar a imagem, caminhe em direção a ela com calma. “É importante dar tempo para o público ler aquela informação.”

Outro problema frequente em vídeos amadores é o áudio. Vale a pena comprar um microfone externo, para o barulho de fundo não interferir. “Acho importante investir primeiro no equipamento de som, para que as pessoas entendam o que você quer dizer”, diz Erik Gustavo, criador do canal Marcelinho Lendo Contos Eróticos, sucesso na internet.
A mudança brusca de iluminação também compromete o acabamento final do vídeo. Se for filmar em mais de um lugar, tente usar a mesma quantidade de luz, seja ela natural ou artificial. Para a imagem não tremer, o ideal é se movimentar pouco. Quem não tiver um tripé pode apoiar os braços ou a filmadora numa cadeira ou encostar os cotovelos no corpo e segurar o aparelho com as duas mãos. Ao filmar com celulares, é preciso ter cuidados extras. Como eles são leves, o risco de oscilar aumenta.

dicas de quem faz sucesso (Foto: Marcelo Spatafora/ÉPOCA, Rogério Cassimiro/ÉPOCA, Stefano Martini/ÉPOCA e Shutterstock)
Edite sem clichês  
É possível editar os vídeos no computador ou mesmo direto no smartphone. Os programas mais usados por quem está começando são o Windows Live Movie Maker, da Microsoft, e o iMovie, da Apple. No celular, o Vimeo tem um aplicativo gratuito bastante prático, que permite cortes, a introdução de trilhas sonoras e facilita a distribui-ção na internet.

Para os iniciantes, o mais importante é limpar as imagens, retirando trechos irrelevantes, e escolher transições adequadas entre uma cena e outra. “O corte seco ou o efeito de dissolução da imagem são suficientes”, afirma Corradini. “Quanto menos artifícios mirabolantes você usar, mais valor dará para o que filmou.”
A trilha sonora, se usada, deve ser escolhida com cuidado. Por lei, não é permitido usar músicas que não sejam de domínio público. A solução é comprar músicas ou CDs com direitos autorais liberados, chamados discos brancos.

Para fazer bons vídeos, não basta conhecer os aspectos técnicos da edição. “É preciso ter sensibilidade”, diz Corradini. Erik Gustavo indica filmes e seriados de TV como boas fontes para referências. “Assista sempre às ce-nas de bastidores”, diz. “Procure também saber o que produtores independentes estão fazendo com pouco ou nenhum dinheiro.”
  
Espalhe sua mensagem 
Na hora de divulgar o vídeo na internet, um bom título é fundamental. A escolha das palavras certas definirá se ele será mais ou menos acessado quando procurado em sites de busca. A descrição do vídeo é importante para ele ser localizado. Escolha como palavras-chave termos que tenham relação com o conteúdo. “Não tente enganar a audiência usando palavras que não refletem o assunto tratado”, diz Lopes Filho. “Isso afasta os seguidores.”
Usar as redes sociais exige estratégia. “Mais importante que enviar o link para todo mundo é encontrar um grupo para o qual a história realmente interesse”, afirma Wagner Martins, sócio e diretor de planejamento da Espalhe Marketing de Guerrilha, agência especializada em boca a boca. Para conquistar seguidores fiéis, crie um canal de vídeo e mantenha um ritmo frequente de postagens. Responder aos comentários dos fãs e fazer alianças com outros produtores de vídeos pode ajudar.

Antes de divulgar sua produção, reflita sobre a adequação de seu conteúdo. “Pense bem antes de falar sobre coisas muito íntimas”, diz Paola Gavazzi, criadora do site Truques de Maquiagem. Uma vez divulgado, um vídeo caseiro constrangedor corre o risco de tornar-se um viral, à custa da dignidade sua e de quem estiver com você.

Revista Época

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