16/08/2012

Pesquisa destaca percepção de brasileiros/as sobre meio ambiente e consumo sustentável


Karol Assunção
Jornalista da Adital
Adital
Meio ambiente e consumo sustentável são temas que estão em pauta nos debates atuais. Para saber o que brasileiros e brasileiras pensam sobre o assunto, a Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), coordenou a pesquisa O que o brasileiro pensa do meio ambiente e do consumo sustentável.
A publicação é dividida em duas etapas: uma qualitativa, sobre "Mulheres e tendências atuais e futuras do consumo no Brasil”, e outra quantitativa, com a visão de brasileiros/as acima de 16 anos de idade de todas as regiões do país.
Patrícia Mendonça, assessora técnica da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental e coordenadora-executiva da pesquisa, afirma que a publicação tem o objetivo de reunir informações que contribuam para as políticas do MMA, principalmente a Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Plano de Ação em Produção e Consumo Sustentável.
"Na etapa qualitativa, abordamos a percepção das mulheres sobre o seu lugar no mundo – na família e no trabalho, o reconhecimento de seu poder, aspirações em relação ao futuro, hábitos de consumo, disposição para mudar padrões de consumo e avaliação sobre o que os produtos verdes, mercado ético e empresas cidadãs têm sobre as decisões de compra. Na etapa quantitativa, foi mapear as percepções da população brasileira sobre as questões ambientais, a fim de construir a quinta edição da série histórica ‘O que o Brasileiro pensa do Meio Ambiente’, iniciada em 1992 com enfoque especial aos temasdesenvolvimento consumo sustentáveisexplica.
A pesquisa qualitativa ouviu 67 pessoas de várias partes do país - que atuam na área de consumo ou de gênero - sobre questões relacionadas tanto à inserção das mulheres no mercado de trabalho e na política, o reconhecimento do poder delas nas tomadas de decisões, como sobre hábitos de consumo, vontade de mudar padrões de consumo e reflexões sobre crise ambiental e desenvolvimento sustentável.
Segundo a coordenadora-executiva da pesquisa, os/as "formadores de opinião” apontaram "a questão da compulsividade e o perdularismo como um comportamento fora de lugar nos dias de hoje, um paradoxo que não é compartilhado pelas propagandas e pela mídia”. Por outro lado, mostra-se que o consumo é necessário para a qualidade de vida das pessoas e que, com o aumento das condições financeiras, aumenta-se também o consumo.
"O que deve ser questionado são as escolhas e a forma predatória de consumo e destacar que o papel fundamental da mídia é atrelar o consumo responsável como valor afirmativo, pois estes novos consumidores (jovens adultos entre 16 a 34 anos com escolaridade a partir do ensino médio) estão abertos a isto”, ressalta.
Já a pesquisa quantitativa mostra a percepção dos/as brasileiros/as sobre a questão ambiental. Com base nos dados colhidos, Patrícia destaca uma "evolução” dos/as brasileiros/as sobre o assunto.
"O indicador mais evidente desta transformação positiva está no número de pessoas que espontaneamente não sabiam mencionar um problema ambiental no Brasil – este número variou de 46% em 1992 para 10% em 2012 – e que conceitos sofisticados como ‘desenvolvimento sustentável’, ‘consumo sustentável’ ou ‘biodiversidade’ já fazem parte do repertório de muitos brasileiros. Por outro lado a pesquisa mostra que de modo geral, os brasileiros ainda possuem hábitos bastante prejudiciais ao meio ambiente, sobretudo no descarte incorreto de vários itens, na fase que chamamos de pós-consumo, mas tem disposições para mudar seu comportamento e isto é possível quanto maior for o conhecimento sobre os problemas ambientais”, comenta.
Segundo Patrícia, a pesquisa ainda mostra que 43% dos/as brasileiros/as reciclam, 30% evita utilizar sacola plástica e 49% já consertou algum produto quebrado para não comprar outro. "É evidente que temos o lado do ‘copo vazio’ – que é mais da metade da população – que devemos considerar para ampliar as políticas públicas sobre esta temática, mas de qualquer modo os hábitos pró-meio ambiente atingem uma parcela significativa da população e dependendo do desempenho do governo e dos canais de comunicação, este número tende a aumentar”, considera.
Confira a pesquisa em: http://www.mma.gov.br

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