07/09/2012

Padre não é um "funcionário do sagrado"


«Se o sacerdote no exercício do seu ministério relativizar a fé da Igreja e, ao sabor dos tempos, das teologias e correntes de opinião, optar por uma maneira pessoal de acreditar, ele torna-se um ‘funcionário do sagrado’, deixa de ser pastor deste povo que professa a fé dos apóstolos», afirmou esta sexta-feira, em Fátima, o cardeal-patriarca de Lisboa, José Policarpo. 

O purpurado, que falava na sessão de encerramento do sétimo Simpósio do Clero, pediu aos padres que se mantenham fiéis à verdade da Igreja Católica. «É preocupante saber de sacerdotes que, acerca de aspetos vitais, ousam dizer: a Igreja pensa que, mas eu penso de outro modo. Hoje, mais do que nunca, ser peregrino da verdade supõe fidelidade e conversão contínua», afirmou José Policarpo, aconselhando os presbíteros, enquanto peregrinos da fé, a concentrarem-se nas fontes da própria Igreja: «a Palavra de Deus, o magistério autêntico e a fidelidade à tradição». 

O cardeal manifestou «tristeza e preocupação» pelas correntes atuais de reinterpretação do Concílio Vaticano II e convidou os sacerdotes a relerem os documentos acerca do ministério sacerdotal, sobretudo a «Lúmen Gentium» e a «Presbiterorum Ordinis». O Concílio e o vasto magistério dos Papas «são a bússola indispensável nesta nossa peregrinação da verdade», e as leituras que não sejam motivadas por uma sã interpretação tranformam-se em desvios da verdade, sublinhou o patriarca de Lisboa. 

Na sua intervenção, intitulada «O Padre, peregrino da fé», José Policarpo realçou ainda a necessidade do sacerdote ser sempre um peregrino da caridade. «A busca da caridade envolve toda a vida do sacerdote: o amor pastoral por aqueles que lhe foram confiados; o fazer comunhão, com a Igreja, Povo de Deus, com os outros sacerdotes, com o seu bispo, a solicitude pelos pobres e pelos doentes. É preciso interiorizar que a peregrinação da fé e da caridade, são uma única caminhada», frisou.


Fátima Missionária

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