28/11/2012

Cantor ítalo-americano começa turnê brasileira a partir de quinta (29).



'Quero provar que posso continuar cantando até os 100', afirma ao G1.

Flávio SeixlackDo G1, em São Paulo
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Tony Bennett em foto de divulgação do disco 'Viva duets' (Foto: Divulgação)Tony Bennett em foto do disco 'Viva duets'
(Foto: Divulgação)
Falar de Tony Bennett e lembrar apenas de sua atual turnê, que passa pelo Brasil nos próximos dias, seria uma heresia e tanto. Afinal, o cantor ítalo-americano de 86 anos começou sua carreira lá no começo dos anos 1950 e já lançou mais de 70 álbuns, ganhou 17 Grammys e vendeu mais de 50 milhões de discos mundialmente.
Mas, mais do que números, o que conta mesmo é sua voz: forte, cheia de personalidade, inesquecível. Crooner à moda antiga, Tony Bennett ainda consegue emocionar sem a necessidade de se amparar em grandes e novos artifícios ou mudar seu estilo - que permanece o mesmo desde sempre - para se adequar às exigências do mercado.
Entre seus trabalhos mais recentes estão discos de duetos com nomes clássicos e contemporâneos da música como Lady Gaga, Aretha Franklin, Mariah Carey e ainda Amy Winehouse, no que é considerado a última gravação antes de sua morte. Mais recentemente, ele lançou "Viva duets", álbum bilíngue com artistas latino-americanos como Gloria Estefan, Thalía e as brasileiras Maria Gadú e Ana Carolina. Em todos os shows no Brasil, além de estar acompanhado por seu quarteto, o cantor receberá no palco Antonia Bennett, sua filha, como convidada especial. No Rio, cantará também com Ana Carolina.
Em entrevista ao G1, Bennett fala sobre a vontade de cantar até os 100 anos, lembra qualidades de Amy Winehouse no estúdio e diz ser um dos responsáveis por espalhar a bossa nova nas rádios americanas.
G1 - O que vem à sua mente quando pensa no Brasil dos anos 50 ou 60?
Tony Bennett -
 Bem, amo ir no Brasil e tive sorte de estar no país quando a bossa nova começou a virar moda. Eu imediatamente reconheci que seria um poderoso gênero musical. Para dizer a verdade, quando voltei para os EUA fui a algumas rádios e disse a todos sobre esta música nova vinda do Brasil e alguns meses depois estava nas rádios americanas.
G1 - Você está no mundo da música desde a década de 1950, tendo lançado mais de 70 álbuns em sua carreira. O que ainda há para ser feito e de onde tira a energia para fazer música?
Bennett -
 É difícil acreditar que estou gravando há mais de 60 anos, mas sou uma daquelas pessoas que sempre pensa no próximo passo. Na verdade há um ditado que acho muito bom, que diz: "Você é bom apenas até seu próximo show". Então aqui estou eu com 86 anos e sinto que ainda estou cantando bem, então quero provar a mim mesmo que posso continuar cantando até os 100.
Na verdade há um ditado que acho muito bom, que diz: 'Você é bom apenas até seu próximo show'. Então aqui estou eu com 86 anos e sinto que ainda estou cantando bem, então quero provar a mim mesmo que posso continuar cantando até os 100."
Tony Bennett, cantor
G1 - A ideia de dividir os microfones com outros artistas no projeto 'The duets' é bastante interessante. Com foi trabalhar com Amy Winehouse? Qual era o impacto que ela causava quanto tinha um microfone a sua frente?
Bennett - 
Amy Winehouse era uma das únicas artistas contemporâneas que podia ser considerada, de fato, uma cantora de jazz no mesmo nível de Billie Holiday e Ella Fitzgerald. Ela era boa assim. Quando gravamos, percebi quão sincera ela era enquanto cantora e como não tinha medo de se arriscar. A cada tomada ela tentava algo diferente e seu senso de improviso era tão bom quanto o de qualquer cantora que pude testemunhar.
G1 - Lady Gaga tem uma ótima voz, o que dá pra ver quando ela canta ao vivo. O que pode dizer a seu respeito, já que trabalharam juntos?
Bennett -
 Ela tem uma voz incrível e eu fiquei muito impressionado com ela não apenas enquanto artista mas como pessoa. Ela se importa muito com todos ao seu redor. Quando terminamos a gravação de "Lady is a tramp", ela agradeceu pessoalmente a toda a equipe antes de sair. Acho que ela é incrível.
G1 - Poderia dizer o que vai tocar no Brasil? Talvez fazer duetos com Ana Carolina e Maria Gadú, que participam de seu álbum?
Bennett -
 Nessa turnê estou acompanhado por meu quarteto de jazz que é formado por músico magníficos. Gosto de ter certeza que o público está se divertindo, então quero cantar músicas que as pessoas amem mais. Espero que dê certo fazer algum dueto com alguém do meu CD, vamos ver se alguém sobe no palco comigo. Talvez isso aconteça.
Cantor ítalo-americano Tony Bennett (Foto: Divulgação)Cantor ítalo-americano Tony Bennett, que toca no Brasil em novembro e dezembro (Foto: Divulgação)

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