27/11/2012

Dependência química

Pe. Brendan Coleman*


Estima-se que entre 15% e 20% da população mundial enfrenta problemas com alcoolismo.

Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS) e apontam para uma triste realidade: a dificuldade de tratar a doença, já que o álcool, apesar de causar dependência, é comercializado sem qualquer restrição aos menores de 18 anos.

A doença, e alcoolismo é uma doença, é caracterizada por ocasionar problemas sociais, físicos e até mesmo psicológicos no paciente e, como qualquer outra dependência, não tem cura, mas pode  e deve ser controlada por meio da abstinência.
A Pastoral da Sobriedade é a ação da Igreja Católica e de várias Igrejas Evangélicas na prevenção e recuperação da dependência química.

Aqui no Ceará, o falecido dr. Silas Munguba, da Igreja Batista, foi um grande pioneiro nesta área com sua organização “Desafio Jovem”. Hoje, várias igrejas evangélicas estão trabalhando com grande dedicação neste campo. De acordo com o Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de  Álcool na População Brasileira, estima-se que 3% da população faça uso nocivo do álcool e 9% preenche critérios para a dependência do álcool. Estas informações foram repassadas pela coordenadora do CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool).

Assim como outras drogas: maconha, cocaína, crack, estasy, oxi, nicotina e os opiáceos, o álcool é uma substância que age diretamente no sistema nervoso central, provocando alterações psíquicas e físicas e, consequentemente, alterando o funcionamento do cérebro.

Os AA (Alcoólatras Anônimos) que não importa a formação religiosa, ou se tenha religião, estão fazendo um excelente trabalho em recuperar alcoólatras. Admitir que um familiar esteja usando drogas ou que  já desenvolveu um quadro de dependência química é um processo muito doloroso.

A Pastoral da Sobriedade da Igreja Católica é uma ação pastoral conjunta que busca a integração entre todas as pastorais, movimentos, comunidades terapêuticas, Casas de Recuperação, para, através da pedagogia de Jesus Libertador, resgatar e reinserir os excluídos na sociedade, propondo uma mudança de vida através da conversão. Nesse sentido, a Pastoral não se limite apenas em bloquear o uso da droga e do álcool.

A ideia é propor a descoberta do verdadeiro sentido da vida, com o uso da metodologia dos grupos de autoajuda. Nessa sistemática, a participação da família também ganha um peso muito grande e, enquanto o dependente participa buscando a libertação e a sobriedade, sua família recebe orientações para ajudá-lo no processo de recuperação.

Esta pastoral é uma resposta da Igreja Católica a um grave problemática social. Tomo a liberdade de oferecer três endereços úteis aqui no Ceará na luta contra a dependência química: a) Narcóticos Anônimos, Fone: (85) 9115-4664, e b) Desafio Jovem, Fone: (85) 3052-7200, c) Fazenda da Esperança, (85) 3232-9265.

Artigo publicado no jornal O Estado e reproduzido neste site com autorização do autor

*Pe. Brendan Coleman é Assessor da CNBB - brendan@matrix.com.br



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