25/11/2012

«O tempo da crise é o tempo da ação dos crentes»


mana Social do Porto
«O tempo da crise é o tempo da ação dos crentes»
Texto E. Assunção | Foto E. Assunçao | 25/11/2012 | 08:00
Luciano Manicardi, segundo à esquerda
Face aos tempos difíceis que vivemos, é necessário «sair do lamento e demonstrar que a maldade não tem a última palavra», afirmou o teólogo biblista italiano Luciano Manicardi, durante a Semana Social, que encerra hoje, 25 de novembro, no Porto
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Refletindo sobre «A caridade, essência do ser da Igreja», Manicardi explicou aos numerosos ouvintes que «os tempos de crise exigem a redescoberta da urgência da caridade». O momento atual «diz-nos que estamos a viver tempos difíceis para a caridade, aliás difíceis para a justiça e para a razão, para a solidariedade e para a compaixão, para a fraternidade e para a humanidade». Quem mais sofre é «sobretudo a humanidade débil, desfavorecida, indefesa, pobre e sem voz». O teólogo italiano refletiu sobre a caridade no panorama do «hoje» histórico que a Europa enfrenta. 

«O crente em tempo de crise é chamado a ser um resistente». É exigida uma «ação responsável dos crentes que sabem dar o nome às obras dos malvados e opor-lhes resistência». O tempo de «hoje» pode ser transformado num «tesouro» para «viver de modo evangélico o momento no qual a maldade impera». Exige que os cristãos saibam «vigiar, estar atentos, lúcidos, críticos». Os tempos de crise são propícios para viver, «manifestando a diferença cristã». Exige dos cristãos que sejam «responsáveis pela caridade e pela justiça hoje».

O conferencista italiano remeteu os ouvintes para a necessidade de mudar de mentalidade. Trata-se de «ver a realidade com olhos novos». Não basta «dar voz a quem não tem voz». É necessário «dar visibilidade a quem é invisível». O próximo só «existe quando aceito vê-lo e encontrá-lo; torno-me próximo quando aceito ver o outro na sua necessidade, ou melhor, na sua unicidade». Tal como na parábola do Evangelho, «o homem ferido atinge profundamente o samaritano, que se torna próximo da sua dor». Hoje mais do que nunca é urgente «aprender a gramática do humano».

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