FOTO: TATIANA FORTES/ ESPECIAL PARA O POVO
A Capela de Santa Terezinha celebrou ontem a primeira missa depois de 18 anos fechada. Moradores da área, poder público e setor privado uniram forças para reformar a igreja, agora reaberta
Badaladas anunciaram ontem a reinauguração da Capela de Santa Terezinha, no bairro Arraial Moura Brasil. Ornamentos dourados, imagens de santos, portas e paredes pintadas afastam a lembrança da situação de abandono em que a capela estava. “É uma vitória da comunidade”, diz Geilson Cajuí, presidente da Associação de Devotos de Santa Edwiges. O evento contou com a apresentação da banda da Polícia Militar.
Segundo moradores da região, há 18 anos o imóvel tinha se tornado refúgio de usuários de drogas. Cajuí afirma que, desde maio deste ano, a associação luta para que o espaço seja restaurado. “Há 10 anos eu vejo essa igreja sendo depredada. Não dava para continuar assim”, disse.
O presidente da associação se emociona ao falar do esforço para reerguer a capela. “É uma alegria muito grande, que eu divido com todos, ver essa capela de pé”. Cajuí afirma que chegou a receber até ameaças de usuários de drogas que utilizavam o local. Mesmo assim, a associação concluiu o retelhamento da construção, refez o forro do teto e pintou paredes e portas.
A responsabilidade de manutenção da capela, tombada em 1986, passou para o Município em julho de 2003, após assinatura de comodato de 15 anos entre a Arquidiocese de Fortaleza e a Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor). Segundo Cajuí, a Secultfor informou não ter recursos para realizar a reforma. Assim, eles pediram a guarda do imóvel para que pudessem procurar parcerias e restaurar a capela independentemente de recursos da Prefeitura.
Reforma coletiva
Foi com a ajuda da própria comunidade e da iniciativa privada que a Associação conseguiu recuperar a Capela de Santa Terezinha. “Aqui tem um pouco de várias igrejas”, diz Alex Ferreira, membro da associação. Ele afirma que as imagens de santos foram cedidas por outras paróquias. A Catedral Metropolitana de Fortaleza, por exemplo, doou a imagem de Santa Terezinha, exposta em destaque no altar da capela.
O Marina Park Hotel doou parte do material de construção e cedeu a mão de obra e dispositivos de segurança para a reforma. Eliseu Barros, diretor administrativo do empreendimento, esteve presente na cerimônia de reinauguração. Barros afirma que o hotel irá auxiliar a capela sempre que necessário.
A secretária de Cultura de Fortaleza, Fátima Mesquita, também esteve presente na reinauguração da capela e disse que, até o final do mandato, pretende firmar um acordo com a Arquidiocese, com a Associação de Devotos de Santa Edwiges e com o Marina Park Hotel para manter a capela.
A aposentada Francisca Hora dos Santos, 83 anos, acompanhava a cerimônia emocionada. Francisca disse que sua mãe, que havia trabalhado na capela, costumava tocar o sino. Francisca, moradora da região há 70 anos, admitiu estar “muito satisfeita” com o resultado e que vai voltar a frequentar o templo.
Cajuí informa que o próximo passo é conseguir o gradeamento da capela, para evitar a ação de vândalos.
ENTENDA A NOTÍCIA
Enfeites dourados, imagens de santos, portas e paredes pintadas deixam para trás o tempo em que a capela servia apenas como ponto para consumo de drogas. A reforma “é uma vitória da comunidade”, diz Geilson Cajuí.
Yohanna Pinheiro
Yohanna Pinheiro
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