Deus nascido entre fraldas, na vila de Belém, em uma gélida noite de inverno. Eis o mistério do Natal cristão. Uma surpresa escondida no meio da noite. Este é o paradoxo gratuito diante de tanta voracidade mercantil de nossos dias. A Igreja chamou esta festa de Festum Nativitatis Domini Nostri Jesu Christi, ou numa fórmula curta, Dies Natalis Domini. Daí a palavra Natal. E de uma corruptela do sul da França, surge a expressão Noel. Os italianos dirão: La nascitá di Cristo. Os espanhóis: La Natividad de Jesucristo. Os ingleses: The nativity of Christ, our Lord. Os alemães: Die Geburt Christi.
O nascimento do Filho de Deus encarnado em nossa carne e vivendo nossa história é o grande segredo do Deus que por amor e por nossa salvação quis ser um de nós para nos levar um dia à sua glória e plenitude divinas.
Não há acontecimento sem sinais. Assim diz Santo Ambrósio, ao comentar o encontro de Isabel e Maria, duas grávidas de profetas. É um texto pleno de poesia: "Isabel foi a primeira a ouvir a voz, mas João o primeiro a sentir a graça; ela ouviu segundo a ordem da natureza, ele estremeceu em razão do mistério. Ela percebeu a vinda de Maria, ele, a do Senhor; a mulher, a da mulher, o filho a do Filho. Elas proclamam a graça, eles operam interiormente e inauguram o mistério de misericórdia em proveito de suas mães; por um duplo milagre, ambas profetizam sob a inspiração de seus filhos (Tratado sobre o Evangelho de são Lucas, livro 2, 19)".
Este é o mistério da fé. E é claro o grande segredo do amor. Quem ama se dá a si mesmo completamente e sem esperar troca nem pagamento. Ato gratuito e generoso. Ato de quem é Deus. E que prefere ser chamado secretamente de Deus-conosco. Um Deus nascido num barraco. Ou como dizem os nordestinos, Deus mais nós. Et Verbum caro factum est. E o Verbo se fez carne. Entre fraldas. O Evangelho de Lucas é o único dos textos do segundo testamento que oferece um texto completo das circunstâncias de tal fato maravilhoso e inédito. O texto de Mateus é muito sucinto e passa a contar a vinda dos magos do Oriente. O segredo do Natal é Jesus. Dirá o Papa Bento XVI em seu novo livro, A infância de Jesus: "Lucas, cujo Evangelho inteiro é permeado por uma teologia dos pobres e da pobreza, faz-nos compreender aqui uma vez mais e de forma inequívoca que a família de Jesus se contava entre os pobres de Israel; faz-nos compreender que era precisamente entre eles que podia maturar o cumprimento da promessa (p. 71)". "A pobreza de Deus é o seu verdadeiro sinal (p. 70)".
A madrugada do dia 25 de dezembro
Nós ignoramos até hoje o dia e a hora do nascimento de Jesus. No século II celebrava-se no dia 6 de janeiro a festa do batismo de Cristo e a manifestação, em grego, epifania, de sua divindade. Até hoje é essa a data para os russos. Os armênios fazem a festa no dia 18 de janeiro. A partir de 353, a Igreja Ocidental celebra no dia 25 de dezembro e a partir do ano 379, também em Constantinopla (hoje Istambul-Turquia) a Igreja irmã do Oriente fará no mesmo dia. Além da decisão dos cristãos também foi uma forma de resignificar antigas festas pagãs conhecidas como Saturnais e que aconteciam entre 17 e 24 de dezembro, abrindo a festa de Janus, o deus de duas faces.
Este nascimento se dá à noite, de madrugada. Noite que é sempre filha do Caos e mãe do Céu. Engendra o sono e a morte, os sonhos, pesadelos, ternura e o engano. A noite sempre simboliza o tempo das gestações, das germinações que irromperão em pleno dia como manifestações da força vital. O que o véu noturno esconde é a semente poderosa do dia. É a noite é momento e tempo de virtualidades, de pulsões interiores, de pensarmos na preexistência das coisas e das pessoas. Entrar na noite escura é voltar para o indeterminado e enfrentar os pesadelos e os monstros obscuros. A noite de Natal é o tempo das trevas fermentarem o futuro ("Quanto mais negra a noite mais carrega em si o amanhecer" - Tiago de Mello) e simultaneamente é preparação ativa do novo dia, donde brota ao alvorecer o sol invencível, a luz plena, o grito de espanto diante do Calor. Desde o século IV um hino latino cantado na cerimônia de Natal dizia que Cristo nasce no meio da noite e daí o costume de assumir a meia-noite como hora do nascimento de Jesus. A Igreja proclama esta Noite Feliz, pelo canto do galo à meia noite, na conhecida missa do galo, e desde o século IV, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, proclama: "Entre os resplendores da santidade, das minhas entranhas Eu te engendrei antes da luz da manhã."
Uma criança nascendo de uma virgem para nossa salvação (puer natus est nobis) sempre será um sinal de contradição. Este menino é uma esperança frágil e pequenina apontando para o futuro. Por essa razão cantamos: "já nasceu o Deus menino para o nosso bem". Toda a natureza canta unida ao cocoricar do galo. A natureza como que "pretende" acordar cada ser humano. Assim diz Santo Agostinho em seu sermão 185: "Desperta, ó homem: por tua causa Deus se fez homem".
O presépio de São Francisco
Outra realidade da madrugada do natal é o presépio. Hoje se conta como uma bela lenda que ele foi recriado por São Francisco de Assis, no século XIII, com gente viva e não bonecos para tornar vivo o ambiente do nascimento de Jesus, entre camponeses, servos analfabetos e pastores malcheirosos. O presépio nos faz participantes do parto divino. Parteiros de crianças vivas e frágeis. Presépio é sempre uma realidade nua e crua. Lembra acampamento de sem-terra, lembra favela, lembra gente vivendo nas ruas. É um teatro vivo, carnal a nos fazer mirar as origens da humanidade, ver os corpos reais, as pessoas reais, nenhum boneco e nenhum enfeite. No frágil e no pequenino, vemos o eterno. Entre fraldas, vemos Deus. Nas palhas de uma manjedoura contemplamos o Salvador, em carne e osso. Para o menino não havia lugar na cidade. Pobreza, simplicidade e humildade. Nada de torres e de mármores frios em templos gelados. Naquele presépio do Poverello de Assis, criado em 1223, na região da Úmbria, em uma gruta de Gubbio, o irmão Francisco reinventa a opção pelos pobres e refaz o impacto da encarnação. Ele não coloca nenhuma representação de Jesus no presépio, pois queria mostrar que ele estava presente na eucaristia que era celebrada naquela missa de Natal. O Deus que nasce se entrega na comida que se comunga. E cantamos: "Jesus vem nascer em cada cristão, Jesus vem trazer a paz e a união".
Boi e jumento
Boi e jumento aquecem o Menino, na madrugada fria e na ausência de carinho desta humanidade que recebe em frágil corpo o Criador do Universo. Esta representação que nos chega dos escritos apócrifos é uma linda lenda criada tempos depois da Igreja apostólica. Nenhum dos textos do Evangelho fala da presença destes animais. Seria uma reminiscência do texto do profeta Habacuc, que diz que o Messias se manifestará entre dois animais. Texto do século VI, o Evangelho do pseudo-Mateus, cita o boi e o jumento. Este evangelho apócrifo marcou o imaginário popular. Será um jumento que levará o recém-nascido para o Egito fugindo da perseguição e um outro jumento que fará Jesus entrar em Jerusalém antes de sua morte. Representam estes animais o calor da criação que quer ver vivo tudo o que nasce e deve viver.
Os anjos cantores
Anjos cantores anunciam uma boa notícia. "Glória no mais alto dos céus e paz na terra aos homens de boa vontade". Anjos, ou seja, mensageiros surgem nos céus para confirmar o nascimento do filho de Deus. Pela melodia que entoam prenunciam um novo tempo. São como nossa consciência artística a reforçar junto aos pastores de ovelhas e gado que os seres celestes se encontram com os excluídos da sociedade e garantem a estes sua auto-estima dando valor à cada vida frágil. Os anjos na tradição cristã natalina são representados com traços infantis, como sinal de inocência e de pureza. Seriam marcas de regressão no homem adulto com saudades de sua infância. Uma valorização do Peter Pan que temos em nós e que pode também simbolizar a vitória sobre a complexidade e ansiedade, bem como a conquista da paz interior e da confiança em si mesmo. Sobretudo os anjos vem proclamar a dignidade humana. Assim diz são Leão Magno em seu primeiro sermão de Natal, 1-3: "Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade, e já que participas da natureza divina, não voltes aos erros de antes por um comportamento indigno de tua condição. Pelo sacramento do batismo te tornaste o tempo do Espírito Santo".
Estrela de Belém
Na ponta desta árvore e muitas vezes sobre o barraco do presépio se coloca a Estrela de Belém. Simboliza a estrela-guia dos magos e sábios do Oriente. A Estrela possui quatro pontas e uma cauda luminosa, como um cometa. Guia os sábios do Oriente por caminhos nunca dantes navegados. Jesus teria vivido toda a vida em Nazaré e nascido por conta de uma viagem forçada feita a terra de José, da tribo de Davi. Em Belém nasce o Salvador. Mas o que ensina Nazaré? Ouçamos esta bela alocução do Papa Paulo VI feita em Nazaré na Palestina em 05 de janeiro de 1964: "Nazaré é a escola onde se começa a compreender a vida de Jesus: a escola do Evangelho. Aqui se aprende a olhar, a escutar, a meditar e a penetrar o significado, tão profundo e tão misterioso, dessa muito simples, muito humilde e muito bela manifestação do Filho de Deus. Talvez se aprenda até, a imitá-lo. Aqui se aprende o método que nos permitirá compreender quem é o Cristo. Aqui tudo fala, tudo tem um sentido. Há aqui algumas breves lições: primeiro uma lição de silêncio. Uma lição de vida familiar. Uma lição de trabalho".
Os três Reis Magos
O Evangelho de Mateus é o único a relatar a vinda dos sábios do Oriente. Sobre este texto dos evangelhos da infância foram acrescentas inúmeras lendas, uma das quais dizendo que eles teriam vindo da Pérsia, por ser uma cultura versada na astrologia. No século V, Orígenes e São Leão Magno propõe chamá-los de reis-magos. No século VII eles ganham nomes populares: Baltazar (deformação de Baal-Shur-Usur - Baal protege a vida do rei), Belchior e Gaspar. Eles trazem ouro, incenso e mirra para o menino Rei, Deus e Salvador. No século XV, lhe são atribuídas etnia: Belchior (ou Melquior) passa a ser de raça branca, Gaspar, amarelo, e Baltazar, negro, para simbolizar o conjunto da humanidade que vê e conhece o Salvador.
Pinheiro de Natal
No amanhecer de Deus, outro símbolo quente é a árvore natalina, um pinheiro enfeitado de luzes e de bolinhas vitrificadas multi-coloridas. Favorecem um clima de resistência. Tradição nascida em tempos medievais, de fundo cristão, reúne dois símbolos religiosos: a luz e a vida. Peças religiosas eram representadas com grande sucesso popular nas igrejas ou seus átrios de entrada, fazendo sempre alusão ao Paraíso, representado plasticamente por uma árvore carregada de frutos, colocada no meio da cena teatral. Esta árvore do Paraíso, ficou como um dos sinais das festas de Natal celebradas a partir do século XI.
A atual árvore de Natal aparece na Alsácia no século XVI e no século seguinte se espalha o hábito de iluminá-la com velas. No século XIX a esposa alemã do duque de Órleans introduz este costume na França no ano de 1837. Em 1912, Boston, nos Estados Unidos, inaugura uma árvore iluminada numa das praças centrais da cidade, e isto se espalha por todo o planeta inclusive em países não-cristãos. Este pinheiro natalino mostra que mesmo no inverno mais rigoroso, o verde de seus ramos resiste e as maçãs continuam saborosas e comestíveis mesmo depois da chegada da nova e rude estação com a neve e geadas permanentes. As maçãs (hoje as bolas vermelhas) presas aos galhos da árvore são sinal de vida diferenciada. Muitos colocam sob a árvore frutas secas e cristalizadas para mostrar o outro lado da vida. Somente neste século XX começamos a usar o pinheiro como árvore-símbolo dos vegetais que jamais perdem as suas folhas diante da dureza do inverno do hemisfério norte. Para os cristãos é a árvore de Jessé, conforme Isaías 11,1-3, o tronco de onde brota a flor e desta pelo Espírito de Javé e pelo amor de uma virgem nasce Cristo. A árvore se confunde com Maria e a flor faz germinar Jesus. Assim diz S. Bernardo: "O que não era mais que uma flor, ele o chamará Emanuel, e o que não era mais que um ramo, dirá claramente que era uma virgem." A árvore é o símbolo do humano, pois germina, cresce e morre. E da morte de suas sementes novas árvores florescem. Símbolo feminino, pois surge da mãe Terra, vive de sua seiva, sofre transformações e produz frutos.
Coroa de Advento
Em muitos países se faz durante o advento com ramos de pinheiro uma coroa ou guirlanda com quatro velas para o tempo prévio da chegada do menino, conhecido como Advento. Estas velas simbolizam as grandes etapas da salvação em Cristo. No primeiro domingo deste tempo litúrgico, acende-se a primeira vela que simboliza o perdão a Adão e Eva. Eles morrem nesta terra mas viverão em Deus. No segundo domingo, a segunda vela acesa representa a fé dos patriarcas. Eles crerão no dom da terra prometida. A terceira vela simboliza a alegria do rei David, que celebrou a aliança e sua continuidade. Esta terceira vela sempre têm uma cor mais alegre, particularmente o rosa, para distingui-la das outras mais sóbrias. A última vela simboliza o ensinamento dos profetas, que anunciaram um reino de paz e de justiça.
As velas
Nas noites de frio, acendemos uma vela. Acender velas nos remete à festa judaica de Chanuká, que celebra a retomada da Cidade de Jerusalém pelos irmãos macabeus das mãos dos gregos. Lembramos também da remota festa pagã do Sol Invencível dos romanos (Dies solis invicti). No hemisfério norte é celebrada na noite do solstício de inverno, em 25 de dezembro. Os cristãos se apropriam desta festa e transformam-na na festa da luz que é Cristo. Uma luz do céu desceu para nós (Lux magna super terram). Na chama da vela estão presentes todas as forças da natureza. Vela acesa é símbolo de individuação e de nossos anos vividos. Tantas velas, tantos anos. E um sopro pode apagá-las para que de novo possamos reacendê-las no ano vindouro. O sopro do aniversariante é mais forte que os anos que ele já viveu. Para o cristão simbolizam a fé e o amor consumido em favor da causa do Reino de Deus. Velas são como vidas entregues pelo viver.
Sinos natalinos
As renas carregam sinos de anúncio e de convocação. O repique e o toque do bronze mexem com as entranhas do humano. Simboliza o respeito ao chamado divino e evoca quando suspenso em torres tudo o que está suspenso entre o céu e a terra e ponto de comunicação entre ambos. Recorda o ambiente rural, o tempo da igreja matriz e seus sinos e toques de aviso e de convocação para a vida e para a morte. Sinos ressoam ao ouvido e na alma religiosa de todos os povos.
Cartões, presentes e ceia de Natal
Não nos esqueçamos dos cartões de Natal, dos presentes escondidos, da ceia familiar e da missa do galo. A ceia lembra o ato de amor de Jesus. Lembra também nossa origem judaica enquanto religião que celebra a fé em torno de uma mesa de família. Alguns quebram nozes e avelãs, outros comem uvas a cada badalada do sino da meia noite. Tantos símbolos de agrupamento familiar, de ligação do quotidiano fragmentado e de festa. Festa que quer dizer quebra da rotina, momento de prazer e de glória. Tempo de benção. Tempo de reacender a esperança, de encontrar parentes, amigos e dar um sinal de paz e justiça em prol das crianças. Cantar o Gloria In Excelsis Deo ao Menino Deus feito gente como a gente. Em muitos cartões há o toque mágico da neve presente neste dezembro no hemisfério norte e que faz as pessoas ficarem dentro das casas. Aqui é o inverso e todos no Brasil tropical, vão para as ruas por conta do verão.
Papai Noel
Personagem destacado nestas festas é o Papai Noel. São Nicolau, chamado Santa Klaus, Sint Nikolaas, é o bispo de Myra, da Lícia antiga, sudoeste da Ásia Menor, na atual Turquia. Viveu no século 4 e foi transformado no tempo das cruzadas e na idade média em um bispo e Pai universal e providente que oferece às crianças presentes, brinquedos e carinhos da terceira idade. Contam seus biógrafos que bispo salvou da prostituição três moças jogando, à noite, em suas janelas, três sacos de ouro como dote de casamento. Dizia-se também de forma lendária que São Nicolau no dia de sua festa em 06 de dezembro de cada ano, passaria de telhado em telhado depositando presentes nas meias colocadas em frente das chaminés. Ele estaria acompanhado de um "homem mau" encarregado de punir as crianças desobedientes. Em 1087 mercadores italianos roubaram de Myra as relíquias deste bispo e a trouxeram para Bari, na Apúlia, onde hoje se encontram.
Nicolau foi substituído em alguns países pela lenda do menino Jesus que distribuiria presentes na noite do dia 24 de dezembro. Unindo estes contos às antigas lendas nórdicas, renas, trenós, gnomos míticos, temos hoje todos os ingredientes de um conto infantil do hemisfério norte, capaz de comover até os adultos que ainda sonham com sua infância.
Na antigüidade se trocavam presentes na festa do solstício de inverno, como um sinal de renovação. Em Roma se festejava a deusa Strenia. Nos países nórdicos o deus Odin à cavalo sobre uma nuvem trazia para as crianças recompensas ou punições face ao seu comportamento.
A atual imagem do Papai Noel, de roupa vermelha e saco de brinquedos às costas, nasceu nos Estados Unidos na metade do século XIX, como um Nicolau mudado em gnomo ou em um simpático velhinho. Esta imagem foi introduzida na Europa depois da Primeira Guerra Mundial e chegou ate nós, brasileiros, trazida pelos soldados da Força Expedicionária que estiveram na Itália como combatentes.
Natal de verdade é experiência que vem de dentro
O convite está feito. Basta participar e fazer nascer de dentro a festa. Ir até ao menino Deus que nasce e viver o mistério que vem de dentro. Se não conseguir falar nada, não importa. Sinta, cante e celebre. Natal é um acontecimento na vida de cada pessoa e no meio de toda a criação. É uma luz que ilumina a noite escura e uma Palavra que dá sentido e projeto para viver sereno e livre. Cristo age sobre os seus de dentro. Feliz Natal em sua família e com os que você fizer de seus irmãos e companheiros de caminho. Façamos o Natal, pois ele não está à venda, nem está pronto. Precisa ser manufaturado e vivido. Precisa ser experimentado na fé e fé total e alegre em Deus.
Unamos nossa voz à de São Bernardo, abade que faz esse elo hino em louvor da Virgem Mãe: "Abre, ó Virgem santa, teu coração à fé, teus lábios ao consentimento, teu seio ao Criador. Eis que o Desejado de todas as nações bate à tua porta. Levanta-te, corre, abre. Levanta-te pela fé, corre pela entrega a Deus, abre pelo consentimento. Eis aqui, diz a Virgem, a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra". Isso é Natal: dizer sim a Deus, e dentro de nós mesmos. Com convicção e liberdade.
Caro amigo e querida amiga: levanta, corre e abre teu coração e tua casa para a visita de Cristo Salvador.
* Fernando Altemeyer Júnior é teólogo, doutor em ciências sociais, professor nas Faculdades Claretianas, na UNISAL, na EDT e na PUC-SP.
Fonte: Fernando Altemeyer Júnior / revista Missões
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