Um japonês de 94 anos se tornou nesta quinta-feira (13) o homem mais velho a disputar uma eleição no Japão. Ryokichi Kawashima apresentou, apenas três horas antes do prazo, sua inscrição como candidato ao parlamento do país pela prefeitura de Saitama, no centro do país. As eleições acontecem no domingo (16), apenas três dias após Kawashima decidir se candidatar.
Ryokichi Kawashima tinha uma poupança com 3 milhões de ienes (R$ 75 mil) guardados para seu funeral, mas decidiu investi-los em sua campanha parlamentar. Seu comitê é composto basicamente de familiares. Ele conta que o que o levou a entrar para política após nove décadas de vida foi assistir a um debate pela televisão. "Eu não podia aceitar quão fragmentado e desorganizado eles [os principais candidatos] se tornaram. Eles não têm noção da realidade", afirma.
O Japão possui uma das populações mais velhas do mundo. Um quarto dos japoneses tem mais de 65 anos, gerando uma conta de R$ 27 bilhões à aposentadoria pública do país. Mas a campanha de Kawashima não se foca nesse nicho ou no orçamento japonês. Sua agenda é principalmente antinuclear e antinacionalista.
As relações com a China são tópico recorrente nas campanhas após a tensão em torno de um grupo de ilhas compradas pelo Japão. "Eu lutei na guerra Sino-Japonesa por sete anos e os chineses me ajudaram a sobreviver nos anos de pós-guerra, então os conheço bem", diz Kawashima. "Toda a disputa pelas ilhas e a fala de que eles vão nos invadir é pura criação de pânico. Os governantes chineses podem dizer estas coisas, mas eu sei que nunca fariam algo assim."
Sua decisão de correr as eleições foi tomada após se reunir com sua filha de 62 anos e os três irmãos mais novos, que tem entre 76 e 85 anos. "Todos meus amigos estão mortos, então organizei um encontro familiar e pediu a ajuda deles", diz. Ele reconhece que tem poucas chances de ganhar uma vaga que também é disputada por candidatos do Partido Democrático do Japão, de situação e do oposicionista Partido Democrático Liberal. Os liberais são apontados como favoritos nestas eleições. (Com Reuters)
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