09/12/2012

Revestimento de material vulcânico reproduz nas piscinas tons iguais aos do mar

Izabela Lessa usou a pedra em projeto na orla carioca Foto: Camilla Maia

Izabela Lessa usou a pedra em projeto na orla cariocaCAMILLA MAIA
Azul esverdeado ou verde azulado? A cor indefinida, com um certo tom de mar caribenho, é justamente o que tem levado arquitetos a escolher um novo revestimento para piscinas, feito de materiais vulcânicos. Para fugir das convencionais pastilhas azuis, ou daquele visual manjado de “piscina de clube”, e fazer bonito no jardim de casa, uma turma tem apostado numa pedra vinda da Indonésia, batizada com o exótico nome de sukabumi. Por aqui, ela já ganhou apelidos mais fáceis nas lojas, como bali ou hijau verde.
Além da cor, foi o toque natural que ela imprime que seduziu Paulo Jacobsen. Numa piscina de 25m x 6m, numa casa no Recreio, ela ganha nuances diferentes em cada nível. Nas partes mais fundas, por exemplo, o tom aparece mais intenso. Para o arquiteto, é mais um ponto positivo da pedra.
— Isso faz com que a piscina se integre melhor ao paisagismo e à natureza, transmitindo um frescor — elogia.
Em comparação com pastilhas de vidro ou com cerâmica, o material tem saído na frente também pelo aspecto mais uniforme, passando uma continuidade aos olhos. Isso acontece porque os rejuntes ficam mais discretos, não tão aparentes. Como as pastilhas são pequeninas, a argamassa entre elas chama mais atenção e, com o tempo, pode acabar ficando encardida.
A arquiteta Izabela Lessa lembra também que, por ser porosa, a sukabumi é naturalmente antiderrapante, portanto, tem a vantagem de ser menos escorregadia. É apontada ainda como um material bastante resistente, que não absorve o calor (por isso não esquenta muito) e não se solta com facilidade. Izabela aderiu 100% à pedra e tem recomendado a todos os clientes. Um dos projetos mais recentes, uma cobertura na orla da Zona Sul, ganhou o revestimento em suas duas piscinas: uma mais reservada no segundo andar, com hidromassagem, e outra no terceiro, para receber convidados.
— O tom da água fica muito próximo da cor do mar nos dias ensolarados — diz Izabela. — A manutenção é igual à de uma piscina normal, não dá mais trabalho não. Só é preciso esvaziá-la e limpar de tempos em tempos.
O engenheiro Eduardo Camargo, à frente da loja Pedras Inteligentes, na Barra da Tijuca, explica que a bali faz parte da categoria chamada de rochas metamórficas. Constituída de materiais vulcânicos, é submetida a altas temperaturas debaixo da terra. Por isso, sofre metamorfoses. O resultado não é uma pedra escura (no tom típico das pedras vulcânicas), mas com uma coloração esverdeada, que reage em contato com a água, se sobressaindo. Chega a virar turquesa em alguns pontos da piscina.
— Ela é vendida em placas de até 30cm x 30cm, e a instalação leva o mesmo tempo que as pastilhas, que também são vendidas em placas — explica Eduardo.
Ele conta que existem ainda versões mais brutas e porosas, usadas apenas para as partes laterais da piscina, dando um ar mais selvagem.
No projeto que nasceu da parceria do arquiteto João Armentano com o paisagista Gilberto Elkis, numa casa em São Paulo, a pedra vulcânica também é a estrela da piscina e aparece não apenas dentro dela, mas também ao redor. É que a dupla investiu no efeito chamado “borda infinita”, quando a água transborda pelas laterais. Eles aproveitaram o desnível do terreno para criar o efeito. A água cai numa canaleta que circunda a piscina inteira. O verde da pedra da Indonésia contrasta com o preto da Hitam, pedra também vulcânica — ambas da marca Palimanan, à venda por aqui na Ekko Revestimentos, em Ipanema. Duas espreguiçadeiras dentro da piscina completam o clima caribenho.
Tanto João Armentano, em São Paulo, quanto a arquiteta Paola Ribeiro, aqui no Rio, recorreram a este, digamos, toque final em “suas” piscinas. Paola investiu em três níveis diferentes para brincar com os tons, na comprida e fina piscina que acompanha praticamente toda a lateral de uma casa na Barra. Numa das extremidades, ela separou um “quadrado”, criando uma pequenina banheira de hidromassagem.
— Ela foi pensada para ser usufruída, claro, mas também desempenha um papel muito decorativo. E a hijau, neste caso, só agrega beleza à ideia — explica a arquiteta.
Investir na beleza, porém, pode ter seu preço. Enquanto as placas de pastilha costumam sair a partir de R$ 80 (o metro quadrado), as de pedra vulcânica sukabumi não custam menos de R$ 200 (também o metro quadrado).


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