01/12/2012

Uma marca jogada fora por tão pouco


Luiz Henrique Campos
lhcampos@opovo.com.br 
Editor adjunto do Núcleo de Conjuntura do O POVO

Uma das marcas que caracterizou a passagem de Luizianne Lins pela prefeitura de Fortaleza foi a festa de Réveillon. O evento ganhou dimensão nacional e apesar de questionamentos sobre os valores despendidos a cada edição, não se pode deixar de reconhecer o avanço em relação a anos anteriores em termos de divulgação para o município. Por isso, seria natural que mesmo com a derrota na última eleição, fosse garantida a festa, até como forma de assegurar simbolicamente a origem dessa marca.
O que se vê hoje, todavia, a menos de um mês para o encerramento de 2012, é a completa dúvida sobre a realização do evento, fato gerado a partir de infeliz entrevista concedida pela prefeita, jogando a bola para o governador e o futuro prefeito decidirem. Como as condicionantes colocadas pela prefeita ao governador e a Roberto Cláudio para a realização do evento foram publicamente aceitas, era esperado, pelo menos, que o processo caminhasse a partir de então. O que se nota, no entanto, é que nada andou de lá para cá, do que se deduz que a prefeita parece ter deixado de lado a condução do processo.
Caso isso se confirme de fato, será uma pena. Primeiro, porque a cidade não pode ser vítima de desavenças políticas. Outro aspecto, diz respeito diretamente a imagem de Luizianne, que sairia arranhada caso a festa não acontecesse, ou aconteça sem o devido esmero de versões anteriores. Para quem construiu sua trajetória no trato correto da coisa e do respeito à sociedade, seria lamentável em todos os sentidos.
Isso mostra, o quanto ainda os gestores públicos precisam amadurecer para entender que não são donos do executivo. Não custa lembrar que o papel do gestor público é articular ações em prol da coletividade, e quando essas se concretizam, assumem esse caráter coletivo. Ao criar dificuldades para a festa, a prefeitura, portanto, não só atinge o governador ou futuro prefeito. Mas a sociedade, que se apropriou daqueles instantes que lhe trazem orgulho, entre outros sentimentos.
O Povo

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