Cubículo atrai turistas de todo o mundo; G1 esteve em um dos hotéis.
Já hotel-cabine oferece quarto com mais conforto e privacidade.
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O cubículo, de cerca de 1 metro de altura por 1 metro de largura, à primeira vista assusta. Mas ir ao Japão e não se aventurar a passar uma noite em um hotel-cápsula é perder a chance de vivenciar algo que quase não se vê em outra parte do mundo. O G1 esteve em um desses hotéis por uma noite no mês passado.
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Há diversas opções. A maioria só aceita homens, mas há os que possuem alas separadas por sexo. Os convencionais oferecem cápsulas lado a lado, uma em cima da outra, com escadinhas para acesso às mais altas.
Em um país cada vez mais carente de espaço, a cápsula não chega a ser uma excentricidade no Japão. É apenas uma opção, barata e prática. São cerca de 1.600 hotéis do tipo no país, segundo a Organização Nacional de Turismo Japonês. Há diárias em locais próximos às principais estações por menos de 2.800 ienes (o equivalente a R$ 70).
Os hotéis são conhecidos por abrigar trabalhadores que perderam o último metrô ou trem (e não querem desembolsar uma boa grana com o táxi) e aqueles que exageraram na dose nos bares e karaokês.
Mas é fato que ano após ano as cápsulas atraem turistas de todos os cantos do mundo curiosos em saber como é dormir em uma. Num dos principais hotéis do tipo, em Shinjuku, um dos bairros mais movimentados de Tóquio, um painel agrega fotos de visitantes de vários países com frases resumindo a experiência – que a maioria, claro, aprova.
A primeira providência ao chegar ao hotel-cápsula é tirar os sapatos. No Shinjuku Kuyakushomae Capsule Hotel, isso ocorre antes mesmo de o hóspede se dirigir à recepção. Após guardar os calçados em uma pequena gaveta e pegar a chave, o próximo passo é guardar os pertences em outro armário. Os viajantes com malas maiores devem deixá-las na recepção – talvez o maior inconveniente da estada, já que é preciso pedir a um atendente a bagagem sempre que preciso.
Pelo hotel, a maioria só traja uma calça e uma camiseta fornecidas no momento do check-in – uma espécie de pijama marrom claro. No elevador para os andares dos “quartos”, panorâmico, é possível ver as luzes da capital que não dorme.
Para os envergonhados, o problema começa no banho. O lavatório é compartilhado por todos os hóspedes e segue uma tradição no Japão: o banho é tomado sentado, com uma mangueirinha (ninguém parece se importar com turistas em pé, no entanto). Logo depois, sem nenhum resquício de sabonete ou xampu, a ordem é entrar e relaxar em um ofurô com hidromassagem coletivo – hora que vale e muito deixar qualquer pudor de lado.
Ao lado do lavatório, há um banheiro e um espaço, também com banquinhos, com pias, secadores de cabelo e espelhos.
A cápsula pode parecer pequena, mas consegue ter ainda uma TV, um controle remoto e uma tomada para carregar celulares ou outros equipamentos eletrônicos. Possui ainda internet wi-fi.
Para quem tem claustrofobia e quiser se aventurar, um alento: não é possível fechar a cápsula à chave. Há apenas uma cortininha, que é presa a dois ganchos. É possível sair da cápsula a qualquer hora, sempre que se sentir enclausurado.
Para quem tem mais de 1,90m, no entanto, a experiência pode ser bem mais complicada. O comprimento do dormitório não chega a 2 metros, e dobrar a perna ou fazer qualquer movimento mais brusco é quase impossível. Os que têm sono leve também não se sentirão tão à vontade: qualquer barulho feito pelo vizinho ao lado ou de baixo/cima é ouvido, inclusive os mais desagradáveis.
Mas não dá para esperar conforto. Ficar num hotel-cápsula é coisa para um dia. Vale pela experiência inusitada e, porque não dizer, divertida. O sono é o de menos.
Hotel-cabine
Na preparação para dormir em uma cápsula, uma boa opção é se hospedar em um hotel-cabine. Em Kyoto, cidade na península de Honshu, há acomodações do tipo.
Na preparação para dormir em uma cápsula, uma boa opção é se hospedar em um hotel-cabine. Em Kyoto, cidade na península de Honshu, há acomodações do tipo.
O First Cabin Kyoto Karasuma oferece os quartos, que se resumem a uma cama e uma minibancada acoplada. Há uma ala masculina e uma feminina; os banheiros também são separados por sexo. O G1 esteve por duas noites no hotel japonês.
As cabines são, realmente, bem maiores que uma cápsula, mas os inconvenientes, os mesmos. As malas ficam na recepção e precisam ser solicitadas sempre que for necessário. O traje comum é uma calça e uma camiseta azuis, fornecidos diariamente, assim como as toalhas.
Também de uso coletivo, os banheiros, no entanto, proporcionam mais privacidade. São cabines fechadas. Os hóspedes podem deixar os pertences em uma cesta na frente da porta enquanto usam o chuveiro.
Os quartos também contam com TV, controle remoto e tomadas, além de ar-condicionado. A televisão, no entanto, não emite som: para ouvi-la, é preciso acoplar um fone de ouvido (já incluído no pacote). O objetivo, claro, é não perturbar o sono dos vizinhos.
Vários sites do Brasil e do exterior oferecem reservas para os hotéis-cápsula e para os hotéis-cabine. Em alguns, é possível pagar antecipadamente, com cartão ou boleto. Em outros, o pagamento é feito no momento da chegada. A maioria aceita cancelamento até dois dias antes.
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