12/01/2013

Os sonhos constroem-se


Descobrir como os outros avaliam o próprio caminhar suscita em nós a vontade de encontrar “não uma, mas dez novas aprendizagens” que a vida tem “escondidas” também para cada um de nós.
O Afonso e a Ana são dois jovens da Consolata que, após o curso universitário, decidiram mergulhar na desafiante aventura de viver de modo diferente. Eis uma bela prenda do Natal enviada por e-mail para todos nós.

“Olá! Somos o Afonso e a Ana. Vivemos há cinco meses na Irlanda do Norte após uma decisão louca e arriscada que tomamos em conjunto.
Tudo isto começou porque existem alturas da vida em que paramos e sentimos que somos apenas seres que respiram. Seres que deambulam pela vida. Esta paragem aconteceu há um ano. Estávamos em Portugal a discutir os nossos sonhos e o nosso futuro. Com muita tristeza, verificamos que em três anos não fizemos nada daquilo que realmente queríamos. Estávamos a ser engolidos pela típica sociedade onde o que interessa é ter um trabalho. Muitas vezes ouvimos: o que interessa é teres dinheirinho!!! Não interessa se estás no Jumbo ou no Continente! Já tens sorte em ter emprego. Como se o vazio que se sente não importasse ou não existisse.

Estávamos a tornar-nos naquilo que sempre criticamos nos nossos retiros e formações juvenis, naquilo que mais temíamos. Decidimos rever as nossas opções: A nossa situação em Portugal era frágil, porque um andava a trabalhar em empregos sem relação com a sua vocação e o outro, só por alguma sorte, trabalhava na sua área. No entanto, e com a falta de perspectivas futuras (não só de emprego, mas principalmente de cumprir os nossos sonhos) decidimos mudar a nossa abordagem perante a vida. Nada do que temos é permanente e temos sempre que trabalhar para encontrarmos o nosso lugar de destino. Por isso: Ou continuaríamos a nossa aborrecida e inútil vida ou largaríamos tudo e seguíamos aquilo para que há muito éramos chamados.

Durante o tempo que estivemos na Consolata ouvimos muitas vezes falar em voluntariado no estrangeiro. Começamos a pesquisar e encontramos em Belfast uma oportunidade, de acordo com os objetivos da Ana, para trabalhar com os sem-abrigo… Perfeito! Pensamos nós! Como diz Allamano: Deus chama-me hoje e não sei se me chamará amanhã.
Ao fim de seis meses, estávamos no aeroporto com os nossos pais e alguns amigos. Deixamos para trás aquilo que mais preservávamos na nossa pequena cidade. Muitas lágrimas correram.

Faz agora cinco meses que começamos esta nova aventura e acreditem que nunca nos sentimos tão vivos! Todos os dias é uma bênção e não há uma mas dez novas aprendizagens! E desejamos que continue assim. Pelo meio de muitas peripécias e aventuras, já nos encontramos um pouquinho estabelecidos nas terras de sua majestade e continuamos a integrar-nos.  Todo o risco, todos os receios, todos os medos que tivemos estão a dar lugar cada vez mais a novas expectativas, alegrias e esperanças no objetivo
de cumprirmos os nossos sonhos.

Apesar de tudo o que estamos a viver, não nos esquecemos das pessoas que estão em Portugal e não têm tempo para parar e pensar naquilo para que são chamadas. Vivem uma vida incompleta e sem rumo algum. A estes e a estas dizemos: Aproveitem este tempo para fugir daquilo que é ordinário e reinventem-se! Acreditem que a mudança é positiva e que Deus estará em vós para vos guiar!
Para aqueles que procuram a essência de viver desejamos que encontrem aquilo que procuram!”.


Fátima Missionária

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