Pe. Brendan Coleman Mc Donald*
A Igreja Católica iniciou na Quarta-feira de Cinzas, dia 13 de fevereiro próximo passado, o Tempo da Quaresma que termina na Quinta-feira Santa na celebração da última ceia de Jesus Cristo com seus apóstolos. A palavra Quaresma vem do latim quadragésima, é o período de quarenta dias que antecede a maior festa do cristianismo: a Ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no Domingo da Páscoa. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil promove a Campanha da Fraternidade desde 1964, como itinerário evangelizador para viver mais intensamente o tempo da Quaresma.
Este ano a CF tem como tema “Fraternidade e Juventude” e como lema “Eis-me aqui, envia-me”. O período da Quaresma é reservado para a reflexão e a conversão espiritual. Católicos são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Somos convidados a viver a Quaresma como um caminho a Jesus Cristo, lendo a Palavra de Deus, orando e praticando boas obras. Em termos práticos, a Quaresma é o tempo de perdão e de reconciliação fraterna. É tempo de retirar de nossos corações todo ódio, rancor, inveja e tudo o que se opõe ao nosso amor a Deus e aos irmãos. Temos três grandes linhas de ação a seguir durante a Quaresma: a oração, a penitência e a caridade.
A duração da Quaresma é baseada no símbolo do número quarenta na Bíblia. É um número de expectativa, de preparação e de prova. Na Bíblia caracteriza as intervenções sucessivas de Deus: Davi, como Saul, reinou 40 anos; o dilúvio durou 40 dias; Moisés serviu Deus no Monte Sinai durante 40 dias e durante 40 anos Moisés conduziu o povo de Israel na peregrinação pelo deserto até chegaram à Canaã; Jesus passou 40 dias no deserto e depois apareceu ressuscitado durante 40 dias etc.
Cerca de duzentos anos depois da morte de Cristo, os cristãos começaram a preparar a Festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d.C, a Igreja Católica aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma. Embora seja um tempo penitencial, não é um tempo triste e depressivo. Trata-se de um tempo especial de purificação e de renovação da vida cristã para poder participar com maior plenitude do mistério pascal do Senhor.
A liturgia da Quaresma insiste: o pecado não é irreparável. Para os que creem, existe volta conversão, perdão e salvação. Jesus não veio para condenar, mas para salvar. “Eu vim para que os homens tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). É importante lembrar que o jejum é obrigatório para os católicos entre 18 e 60 anos na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa. Ao longo do período da Quaresma há também o costume de dar esmolas aos pobres e mais necessitados.
*Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1
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