09/03/2013

A casa dos cardeais


«Domus Sanctae Marthae» está reservada aos eleitores durante a escolha do novo Papa, que vai ficar a residir no local após a eleição

D.R. | Vaticano: Casa de Santa Marta e cúpula da Basílica de São Pedro
Cidade do Vaticano, 08 mar 2013 (Ecclesia) – A Casa Santa Marta (Domus Sanctae Marthae), situada no Vaticano, é exclusivamente reservada aos cardeais eleitores durante o Conclave, podendo ser usada fora desse período por pessoal eclesiástico ao serviço da Santa Sé.
A estrutura de quatro pisos, articulada em dois blocos paralelos unidos por um corpo central, dispõe de 129 quartos, dos quais 109 compostos por estúdio e cama, bem como capela, gabinetes, sala de refeições e espaços para reuniões.
As primeiras semanas do novo Papa vão ser passadas neste espaço, num quarto particularmente preparado para o efeito, disse hoje o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.
O edifício, que não tira a visão à cúpula da Basílica de São Pedro, foi construído em 1991, quando João Paulo II era Papa, em substituição de construções do século XIX erguidas no pontificado de Pio IX.
Antes do início do Conclave, processo com vista à escolha do Papa, a Casa de Santa Marta é preparada para receber os 115 cardeais eleitores esperados para votarem o sucessor de Bento XVI.
A constituição “Universi Dominici Gregis”, que entre outros aspetos regulamenta o funcionamento do Conclave, estipula que todos os cardeais eleitores “deverão ter recebido e ocupado condigno alojamento” no edifício localizado na Praça de Santa Marta quando começarem as operações de eleição do Papa.
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, explicou em conferência de imprensa que os meios de comunicação existentes na Casa de Santa Marta são cortados durante o processo eleitoral.
Até ao fim do Conclave, ou até ao momento em que for determinado pelo novo Papa, os espaços da Casa de Santa Marta, a Capela Sistina, onde decorre o escrutínio, e os lugares destinados às celebrações litúrgicas são fechados às pessoas não autorizadas.
No percurso entre a Casa de Santa Marta e a Capela Sistina, que os cardeais podem fazer a pé ou de autocarro, os serviços do Vaticano devem velar para que os prelados não sejam abordados por ninguém.
Os eleitores que por motivo de doença estão impedidos de sair da Casa de Santa Marta podem votar através de três cardeais sorteados na Capela Sistina, quando já decorre o Conclave.
A urna que guarda estes sufrágios é aberta e mostrada a todos os cardeais presentes na Capela Sistina, para que verifiquem que está vazia, sendo depois fechada, ficando a sua chave sobre a mesa onde o escrutínio é controlado.
Aquando de cada votação os três cardeais dirigem-se aos aposentos dos prelados doentes, regressando após a votação à Capela Sistina, onde a urna é aberta e os votos são misturados com os sufrágios dos restantes cardeais.
Esta vai ser a segunda vez que a Casa de Santa Marta é utilizada num Conclave, depois de ter alojado os cardeais eleitores em 2005 para a eleição de Bento XVI, sucessor de João Paulo II.
RJM/OC

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