Ceará - Índios obtêm vitória parcial na luta pela preservação da Serra Pitaguary

Adital

Manifestação de indígenas e apoiadores, parou o trânsito na CE 060, na altura do quilômetro 15, na manhã desta sexta-feira (22.03.2013) em defesa da Serra Pitaguary, ameaçada pela ação de pedreiras que devastam o meio ambiente. Entre os apoiadores estava o MSMC que acompanha os Pitaguary há 7 anos, levando para a etnia o acolhimento socioterapêutico da Abordagem Sistêmica Comunitária.

Durante a manifestação de hoje, foi lido um documento da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMACE) que comunica a suspensão do licenciamento ambiental para a empresa Britaboa, que reivindica a ativação da pedreira no território indígena Pitaguary.

O índio Weibe Tapeba explica que um novo licenciamento por parte da SEMACE exige a anuência da FUNAI, o que não deve ocorrer de acordo com o coordenador regional daquele órgão federal, Paulo Ferando Barbosa da Silva, presente ao evento de hoje.

Silva deixou claro que se depender dele, a anuência da Fundação Nacional do Índio (Funai) não será concedida, impedindo o andamento do processo de licenciamento por parte da SEMACE.

Mesmo com a vitória parcial, o pajé Barbosa Pitaguary, que há mais de um ano ocupou o local com sua família, adverte "que permanecerá acampado” ali. Ele diz que se for preciso doará a própria "vida pela terra que é dos índios por direito e por tradição”.

São duas pedreiras em atividade na Serra Pitaguary. A terceira, motivo principal do protesto, desativada há 20 anos, é de propriedade da empresa Britaboa que obteve ordem judicial para expulsar os índios de uma parte da serra, correspondente a três hectares. A expulsão estava marcada para hoje.

A serra, tradicionalemente ocupada pelos Pitaguary está no limite dos municípios de Maracanaú e Pacatuba.

Representatantes de diversas etnias indígenas cearenses estiveram presentes ao ato de solidariedade ao povo Pitaguary, dentre eles os Tapeba, Genipapo-Canindé, Gavião, Anacés, Kanindé, Potiguara, Tabajara e Calabaça.

Também apoiaram o evento organizações não governamentais que acompanha a causa indígena e ambiental, dentre elas o Centro de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos da Arquidiocese de Fortaleza (CDPDH), com a presença de seu diretor, padre Emílio Castelo; o Instituto Nordeste Cidadania (INEC), com a presença de Nágela, Antenor e Gislane.

O MSMC apoiou a atividade com a presença do padre Rino Bonvini, Cláudia Rodrigues, Josué Barlow e Elizeu de Sousa.

Fonte: Site MSMC