15/03/2013

«É tempo para voltarmos às origens»

Comentário ao Evangelho Quinto Domingo da Quaresma - 17 de março


Ensina-nos a Palavra de Deus na primeira leitura deste domingo, 17 de março: «Não volteis a recordar as coisas do passado. Olhai! Vou fazer algo de novo: Já começa a aparecer; não notais?» (Isaías 43, 18-19). 

Todos nós ouvimos dizer que a «História é mestra da vida»: na História do passado da humanidade, de cada nação, povo, família, indivíduo, há coisas que são ensinamentos preciosos para o presente e o futuro. Mas, sem novidade fossilizamo-nos, tornamo-nos múmias que nada ou pouco contribuem para o bem da sociedade ou nosso pessoal. Ora no nosso presente reina bastante em certas áreas humanas o egoísmo, começa a viver-se de forma a banir as verdades fundamentais da vida segundo Aquele que a criou, a vida. 

Tristemente, pode um povo perder o norte e deixar-se conduzir por líderes cujo querer não é primariamente o bem do povo, mas o bem pessoal ou do grupo humano ou político a que pertencem. Doidamente, também isto pode acontecer a chefes que, pela sua posição na religião, deveriam guiar os outros às verdades que libertam do descalabro às vezes à vista, mas que, ao contrário, adulteram a verdade. É então o tempo para nós voltarmos às origens, à finalidade da nossa existência. 

Eleito há poucos dias, já o novo papa traçou o caminho certo para o cumprimento da vocação humana. Na sua primeira missa aos cardeais, proclamou ele, para todos nós também, as linhas de conduta do cristão: 1) Caminhar. A nossa vida é, física, psicológica e espiritualmente um caminho, um avançar para diante, para metas de maior realização. Como Abraão que, convidado por Deus a sair donde morava, aceitou caminhar à luz do Senhor, e se tornou o pai de grandes multidões. 2) Edificar. Cada cristão é um edificador, um construtor da Igreja, que é a família de Deus na terra, esta família que deve tornar-se, no seu comportamento, paradigma-modelo de toda a humanidade. Cada cristão, como membro da Igreja Esposa de Cristo, é também ele/ela esposa de Cristo, e por isso deve trabalhar em uníssono com Cristo. Construir sobre a pedra angular que é Cristo. 3) Confessar. Confessar a Cristo por palavras e obras. Disse o Papa Francisco: «Se não confessamos a Cristo, tornamo-nos uma ONG piedosa, mas não a Igreja». Não haverá chefes na Igreja que deveriam deveras corar ao lerem isto? Ou já perderam o interesse mostrado por Paulo quando dizia: «Acreditei, por isso falo!»? (2 Coríntios 4,13) 

A Deus criador e re-criador peçamos mais garra para mais ativamente proclamarmos Jesus Cristo como Salvador e «Solução de todas as dificuldades» (Tertuliano).


Fátima Missionária

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