04/03/2013

Em protesto contra o trabalho escravo, Dom Pedro Casaldáliga retira seu nome do prêmio de Jornalismo


Adital
Foto: CIMIDom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia Apostólica de São Felix do Araguaia, protocolou ante a Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae), do Governo, e na Casa Civil, o pedido para que se retire seu nome do Prêmio de Jornalismo, criado pelo Governo do Estado. A decisão foi tomada depois de saber da nomeação de Janete Riva como Secretária de Cultura do Estado.
Monsenhor Casaldáliga mostrou sua insatisfação pela nomeação de Janete Riva, que se encontrava na lista suja do Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho e MTE, em julho de 2012, tendo encontrado, em 2010, sete trabalhadores em situação análoga ao trabalho escravo em sua fazenda Paineiras, localizada no município de Juara (MT).
Segundo expressou Dom Pedro, o pedido formal para que retirem seu nome do Prêmio de Jornalismo em Direitos Humanos, organizado pela COETRAE/MT, se deve a "que a fazenda de propriedade da secretária da Cultura do Estado do Mato Grosso, Janete Riva, consta na lista suja do Trabalho Escravo.
A semana passada, também o Fórum de Direitos Humanos e da Terra do Mato Grosso - FDHT/MT, ao referir-se à nomeação de Riva, manifestou que não se pode aceitar que o estado do Mato Grosso, reconhecido nacional e internacionalmente pela luta contra o trabalho escravo, tenha como secretária alguém que foi manchada com prática de trabalho escravo.
O prêmio Nacional de Jornalismo COETRAE – MT "Dom Pedro Casaldáliga" é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da COETRAE e do Conselho Estadual do Trabalho (Cetb-MT). Foi lançado em julho de 2012, com o propósito de fomentar a produção de produtos jornalísticos que incitam ao combate ao trabalho escravo.
O nome de Dom Pedro foi escolhido para batizar o Prêmio devido a sua atuação, desde os anos 70, em denunciar da prática persistente do trabalho escravo no Brasil. Monsenhor Casaldáliga foi um dos primeiros a falar sobre o trabalho escravo na modernidade. O Prêmio está dotado de R$140 mil, distribuídos em oitos categorias.
Por: Redação de OCLACC-SignisALC,com informações da Comissão Pastoral da Terra, CPT Nacional.

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