26/03/2013

Montagem brasileira de "O rei leão" estreia nesta semana

O Rei leão (Foto: João Caldas/Disney)Cem formigas, 52 bestas selvagens, 39 hienas, 15 gazelas, 14 leoas, 12 papagaios, três zebras, dois elefantes, um rinoceronte. Parece uma lista de atrações de um grande zoológico. Mas é parte dos ‘animais’ que estarão no palco do Teatro Renault, em São Paulo, a partir desta quinta-feira (28), quando O rei leão estreia em palcos brasileiros. É a primeira vez que o musical de maior bilheteria da Broadway - ele está em sua 16ª temporada - vem à América Latina.
Nesta segunda-feira (25), a diretora Julie Taymor, o produtor Thomas Schumacher, o compositor Tim Rice – que assina a trilha sonora original ao lado de Elton John - e parte do elenco estiveram em um encontro com a imprensa para apresentar o início da temporada brasileira.
Diante de tanto sucesso nos palcos – foram diversos prêmios e montagens em 16 países diferentes – Thomas Schumacher fez questão de lembrar que, há 22 anos, encontrou certa dificuldade em formar uma equipe para o filme lançado pela Disney, o que gerou o musical. “O primeiro que chamei foi Tim Rice (compositor). Depois, ele convenceu Elton John a compor as canções com ele”, diz.
Com o sucesso do filme, a Disney pediu que Schumacher adaptasse a história para os palcos, em um grande musical. O produtor classifica a empreitada como um dos maiores desafios de sua carreira. “Minha preocupação era não reproduzir o filme – que é muito cinematográfico – no teatro. Procurei a Julie (Taymor), que eu tinha certeza que faria perfeitamente essa adaptação para os palcos”, diz Schumacher.
A primeira preocupação de Julie foi como colocar tantos animais em um palco. A decisão veio na técnica que ela chama de “evento duplo”, que é a mistura da performance humana e o uso de máscaras e bonecos manipulados. “O público pode escolher ver um ou outro, ou até os dois ao mesmo tempo”, diz Julie. O segundo desejo era criar uma adaptação que agradasse não só as crianças, como também os adultos.
Para receber os dois públicos, O rei leão – que ficará em cartaz de quarta a domingo - terá duas sessões vespertinas aos finais de semana. A previsão é que a temporada – que já está com as primeiras três semanas com ingressos esgotados – dure até o final do ano. A Time for fun, que trouxe a produção ao Brasil, espera que, a exemplo do que acontece ao redor do mundo, a temporada se estenda. O musical só será apresentado em São Paulo.

Versões de Gil e tempero tropical 

O rei leão 2 (Foto: João Caldas/Disney)
A diretora Julie Taymor, que acompanha todas as montagens de O rei leão pelo mundo, afirma estar empolgada com o elenco brasileiro. “Estou impressionada com o talento, as características e o desempenho deles no palco”, diz. Entre os principais nomes, estão César Mello (Mufasa), Osvaldo Mil (Scar), Tiago Barbosa (Simba), Josi Lopes (Nala), Rodrigo Candelot (Zazu) e a veterana em montagens – já são oito, contando com a brasileira, a atriz sul-africana Phindie Mkhize (Rafiki).
Para o ator César Mello, de 35 anos, o contato com atores, música e elementos africanos torna a oportunidade especial. “Esses elementos nem passam pelo meu lado racional. Eles vão tocar direto no meu coração”. Animado, ele diz que está decidido a conhecer a África.
Sobre a vaidade de ser um dos protagonistas de um dos musicais mais importantes do mundo, Mello diz estar bem tranquilo. “Não é glória (estar no elenco). É apenas gratidão. Com as máscaras e maquiagem talvez meu rosto nem fique tão exposto assim”, diz o ator, que participou da novela Lado a lado, que acabou recentemente.
As versões das canções criadas por Tim Rice e Elton John são do cantor e compositor Gilberto Gil, que deu sua visão para músicas como “Ciclo da vida”. Tim aprovou a escolha do brasileiro. “Não o conheci pessoalmente, não tivemos contato. Mas sei de sua grande história, não só musical, mas também como político” afirma Tim.
Além das letras em português, a direção diz que há toques de “tropicalismo” – ainda não revelados – em piadas em pequenos diálogos entre os atores. O texto original foi traduzido por Rachel Ripani. “Isso é muito bem visto pela Disney. É essencial que a montagem também tenha um pouco das características do país onde está sendo apresentado”, diz Stephanie Mayorkis, da produtora Time for fun.
Revista Época

Nenhum comentário :

Postar um comentário