11/03/2013

Porta-voz do Vaticano prevê «fumo negro» após primeira votação


Ritual do início da eleição do Papa é marcado por momentos de oração e juramento dos cardeais na Capela Sistina

D.R.
Cidade do Vaticano, 18 fev 2013 (Ecclesia) – O porta-voz do Vaticano apresentou hoje no Vaticano os ritos relativos à entrada dos 115 cardeais eleitores no Conclave que se vai iniciar esta terça-feira, antecipando o “fumo negro” após a primeira votação.
“É de esperar uma ‘fumata’ [fumo que sai da chaminé da Capela Sistina] negra”, disse o padre Lombardi, segundo o qual “dificilmente” o primeiro escrutínio “tem um resultado positivo”.
O diretor da sala de imprensa da Santa Sé recordou que em 2005, no Conclave que elegeu Bento XVI, a primeira ‘fumata’ ocorreu pelas 20h04 (menos uma em Lisboa).
Após a missa votiva pela eleição do Papa, que vai ser celebrada na manhã de terça-feira, os cardeais eleitores vão transferir-se da Casa de Santa Marta, onde residem durante o processo eleitoral, para a Capela Paulina, no Palácio Apostólico do Vaticano, às 15h45 locais.
A procissão rumo à Capela Sistina, que acolhe os escrutínios, tem início marcado para as 16h00, ao som do canto ‘Veni Creator’, para pedir a assistência do Espírito Santo.
Participam na procissão o vice-camerlengo, o auditor geral da Câmara Apostólica e dois membros de cada um dos Colégios dos protonotários apostólicos, dos prelados auditores da Rota Romana e dos prelados clérigos de Câmara.
O rito de entrada na Capela Sistina vai ser presidido por D. Giovanni Battista Re, prefeito emérito da Congregação para os Bispos, o primeiro cardeal na ordem de precedência utilizada nas procissões, juramentos e votações, dado que o cardeal decano [presidente do Colégio Cardinalício), D. Angelo Sodano, tem mais de 80 anos de idade e não participará no Conclave.
“Toda a Igreja, unida a nós na oração, invoca sem cessar a graça do Espírito Santo para que seja eleito por nós um Pastor digno de todo o rebanho de Cristo”, refere a oração que acompanha a entrada na capela.
As orações e os rituais próprios do Conclave estão descritos num livro litúrgico próprio (Ordo rituum Conclavis).
Os cardeais eleitores prestam, em primeiro lugar, o juramento de “segredo” sobre tudo o que diz respeito à eleição do Papa e comprometem-se a desempenhar fielmente a sua missão casos sejam escolhidos como o novo pontífice.
Terminado o juramento, todas as pessoas estranhas à eleição saem após a ordem ‘Extra Omnes’  (todos fora), momento previsto para as 16h45 de Roma: permanecem apenas o mestre das celebrações litúrgicas e o eclesiástico escolhido para a segunda meditação, o cardeal maltês D. Prosper Grech.
O padre Lombardi recordou que a cerimónia, do início da procissão ao ‘extra omnes’ durou “cerca de uma hora” em 2005.
Caso os cardeais decidam proceder a um primeiro escrutínio, o resultado será comunicado através do fumo (branco, caso haja uma maioria de dois terços, ou negro), seguindo-se a recitação da oração de vésperas e o regresso à Casa de Santa Marta.
O porta-voz do Vaticano sublinhou, por outro lado, que a missa de início de pontificado pode acontecer num dia de semana e “não necessariamente ao domingo”, desde que tenha passado o tempo considerado “oportuno” para a chegada de delegações políticas e religiosas para a cerimónia.
A data desta celebração será comunicada “pouco depois” da eleição do Papa, anunciou.
OC

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