Padre Geovane Saraiva*
Jesus recebeu a missão de
abraçar a cruz, em total fidelidade ao pai, que percebemos com clareza na
celebração da Paixão, sempre marcada por um profundo silêncio, que nos leva
compreender o despojamento e o aniquilamento, dentro do mistério salvífico do
Filho Deus.

É o sopro do Espírito Santo
através do Concílio vaticano II, iniciado com O Papa João XXIII, o Papa da
bondade, agora que se transforma em realidade no Papa Francisco, levando
adiante o projeto de Francisco de Assis, num espírito de total abertura e permanente
esforço em favor da paz e do diálogo entre as pessoas, classes e forças vivas
do planeta, que clama diante da dor, da desorganização e do gemido da
sociedade, sonhando com uma Igreja repleta de esperança, uma Igreja que mostre
seu verdadeiro rosto pascal.
Também somos convidados a
recordar a pessoa de Dom Aloísio Lorscheider, aquele que melhor compreendeu o
Concílio Vaticano II, num esforço de vivenciá-lo, numa atitude profética e corajosa
sabedoria, ao afirmar: “O vaticano II
faz-nos passar de uma Igreja-Instituição para uma Igreja-sociedade perfeita - Igreja-comunidade, inserida no mundo, a serviço do reino de Deus; de uma
Igreja-poder para uma Igreja pobre, despojada, peregrina; de uma
Igreja-autoridade para uma Igreja serva, servidora, ministerial; de uma Igreja
piramidal para uma Igreja-povo; de uma Igreja pura e sem mancha para uma Igreja
santa e pecadora, sempre necessitada de conversão, de reforma; de uma
Igreja-cristandade para uma Igreja-missão, uma Igreja toda missionária”.
A
Escritora Lya Luft, mesmo não sendo uma católica praticante, disse palavras
belíssimas a respeito do Papa Francisco: “Mas que ninguém se engane e se iluda,
ali existe uma alma terna e férrea, como precisamos todos nós na figura de um
pai, e ele é o pai. Francisco, Francesco, como o gostoso som italiano, escolheu
como inspiração aquele de Assis. Foi eleito para ser pai de um rebanho
incontável e olha para, além disso, dirigindo uma bênção aos não crentes, coisa
rara até onde sei...” (Revista Veja, p. 20. Ed. 2314).
O Servo dos Servos de Deus manteve tradição de quando era arcebispo de
Buenos Aires , lavando os pés de pessoas humildes: "Quem está no ponto
mais alto deve servir aos outros", disse o Papa, ao presidir pela primeira
vez como Sumo Pontífice os tradicionais ritos da Semana Santa. "Isso é um
símbolo e um gesto: lavar os pés quer dizer que estou a serviço", explicou
o novo Papa a um grupo de cerca de 50 detentos de várias nacionalidades que
participaram da missa.
Veja sua mensagem aos idosos em 2005, quando era Arcebispo de Buenos Aires: "Às vezes levamos os velhos ao geriatra. Guardamo-los como a um sobretudo no armário. Só faltaria colocarmos também alguma bolinhas de naftalina em seus bolsos. Mas não pode ser assim. É preciso amá-los". Deus seja louvado porque temos um Papa completo, para o mundo hodierno, com todos os seus desafios.
*Padre da Arquidiocese de
Fortaleza, Escritor, Membro da Academia de Letras dos Municípios do Estado
Ceará (ALMECE), da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza e
vice-presidente da Previdência Sacerdotal.
Pároco de Santo Afonso
Autor
dos livros:
“O
peregrino da Paz” e “Nascido Para as Coisas Maiores” (centenário de Dom Helder
Câmara);
“A
Ternura de um Pastor” - 2ª Edição (homenagem ao Cardeal Lorscheider);
“A
Esperança Tem Nome” (espiritualidade e compromisso);
"Dom
Helder: sonhos e utopias" (o pastor dos empobrecidos).
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