04/04/2013

Papa Francisco, João Paulo II e Santa Faustina ligados pela misericórdia


A acentuação da misericórdia de Deus é um dos traços da espiritualidade que une o Papa Francisco, João Paulo II e Santa Faustina, religiosa polaca que viveu entre 1905 e 1938.
“A relação do Papa Francisco com as pessoas que aos olhos da sociedade nada valem é uma atitude de misericórdia para com elas”, afirmou hoje à Agência ECCLESIA o padre Basileu Pires, responsável pela 16.ª Semana de Espiritualidade que decorre até domingo no Convento de Balsamão, em Macedo de Cavaleiros.
A iniciativa, dedicada ao tema ‘Fé e Misericórdia no Diário de Santa Faustina’, é composta por cinco conferências, entre as quais se inclui a do bispo de Coimbra e presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, D. Virgílio Antunes.
O padre Basileu sustentou que “o Santo Padre quer levar por diante o programa de São Francisco de Assis, assente numa relação fraterna” e vincou que “o mundo de hoje precisa muito do amor gratuito que se inclina sobre o outro com carinho e ternura”.
A divulgação da compaixão de Deus pelo ser humano constitui para o sacerdote uma das principais vertentes da misericórdia divina enunciadas nos textos da religiosa polaca que inspiram a semana de estudos.
“Jesus disse a Santa Faustina para falar da sua bondade infinita a todos, particularmente aos pecadores, para que ninguém tenha medo de se aproximar dele”, assinalou.
“Suscitar nas pessoas a confiança na misericórdia” e ser agente do perdão na vida quotidiana, porque “quem experimenta o amor de Deus sente a necessidade imperiosa de ser misericordioso os outros”, completam as intuições que o sacerdote considera mais importantes em Santa Faustina.
A importância da misericórdia é também acentuada pelo facto de o imaginário cristão continuar a ser povoado pela conceção de um Deus “polícia” que está “à espera do pecado para castigar”, apontou.
Helena Kowalska, conhecida como Santa Faustina, nasceu em Glogowiec e morreu em Cracóvia.
Ao longo da vida teve várias visões e diálogos com Cristo, parcialmente relatadas no livro ‘Diário - A Misericórdia Divina na minha Alma’.
O processo de beatificação da religiosa começou por iniciativa do então arcebispo de Cracóvia, Karol Wojtyla, que também acanonizou no dia 30 de abril de 2000, já como Papa João Paulo II.
No mesmo ano o beato polaco determinou que o primeiro domingo a seguir à Páscoa, o segundo do Tempo Pascal, se passasse a denominar da “Divina Misericórdia”, no seguimento das indicações redigidas no ‘Diário’.
O terço da Divina Misericórdia e a hora da Misericórdia, 15h00, quando, de acordo com a Bíblia, ocorreu a morte de Jesus na cruz, constituem devoções à espiritualidade da compaixão divulgada por Santa Faustina.
João Paulo II morreu na noite de 2 de abril de 2005, sábado, véspera do domingo da Divina Misericórdia, quando a liturgia da Igreja já tinha iniciado a celebração da festa.
O lema constante no brasão do Papa Francisco, idêntico ao que usou enquanto cardeal e arcebispo de Buenos Aires, é ‘miserando atque eligendo’, frase que evoca um excerto do Evangelho segundo São Mateus: “olhou-o com misericórdia e escolheu-o”.
Convento de Balsamão, situado na Diocese de Bragança-Miranda, 470 km a nordeste de Lisboa, pertence à comunidade dos Marianos da Imaculada Conceição.
RJM
Agência Ecclesia

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