Serão anuladas produções que fujam ao tema proposto. As inscrições para o Exame começam no dia 13
Brasília. Diante da repercussão negativa de redações que continham desde receita de macarrão instantâneo à exaltação a time de futebol, o Ministério da Educação (MEC) decidiu ampliar o rigor na análise dos textos para a próxima edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Conforme divulgado ontem, as inscrições do exame ocorrerão de 13 a 27 de maio e a aplicação das provas será nos dias 26 e 27 de outubro. A taxa de inscrição será de R$ 35.
O Ministério da Educação também decidiu diminuir de 200 para 100 a nota de discrepância que leva as redações para um terceiro corretor FOTO: AGÊNCIA BRASIL
"Se estamos mudando o padrão e aumentando o rigor, é porque não ficamos confortáveis com algumas avaliações que nós tivemos", disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
"Estamos partindo desses casos específicos para aprimorar ainda mais a correção", disse. Nos últimos meses, o MEC foi confrontado com a divulgação nas redes sociais de redações com deboche de alunos. Uma delas, com a citação do hino do Palmeiras, ganhou nota 500.
Em outra, um estudante detalhou a receita de preparação de Miojo - o tema da redação se voltava para a questão de fluxos migratórios. Agora, com os novos critérios de correção, as duas redações ganhariam nota zero.
O edital da próxima edição do Enem, que foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) de ontem, prevê que serão anuladas redações que apresentem "parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto". Outra mudança se refere a uma das cinco competências avaliadas na redação - o domínio da língua portuguesa.
A partir de agora, serão aceitos desvios gramaticais como "excepcionalidade" e "quando não caracterizem reincidência".
"Em erro crasso excepcional, a banca vai examinar a natureza dessa excepcionalidade, se é um desvio compatível com a nota máxima. É que nem jogo de futebol. A regra é clara, mas a interpretação do juiz nem sempre é consenso, há um grau que compete à banca", disse Mercadante.
O MEC também decidiu diminuir de 200 para 100 a nota de discrepância que leva as redações para um terceiro corretor. Atualmente, todas as produções textuais do exame são submetidas a dois corretores independentes - na edição do ano passado, quando a diferença de notas era superior a 200 pontos, o texto era submetido a uma terceira avaliação.
No Enem 2013, quando a diferença for superior a 100 pontos, o texto terá de passar por uma terceira análise.
Diário do Nordeste
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