12/05/2013

«Estás a ver que conseguimos?»

FÁTIMA
Peregrinação internacional aniversária
Texto Juliana Batista | Foto Francisco Pedro | 11/05/2013 | 18:41
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A emoção toma conta dos peregrinos à chegada ao Santuário de Fátima. Entre lágrimas e abraços dirigem-se à Capelinha das Aparições. Consigo levam as dores, o cansaço e a fé, depois de centenas de quilómetros percorridos, que pensaram não conseguir fazer
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Abraços. Beijos. Alegria. Lágrimas. Cansaço. São estes os gestos, as sensações e as emoções dos peregrinos que estão a chegar ao Santuário de Fátima para participarem na peregrinação internacional aniversária. «Estás a ver que conseguimos?», «Obrigado» - diziam entre si os caminhantes de Vila Pouca de Aguiar à chegada ao local de culto da Cova da Iria, este sábado, 11 de maio. Durante oito dias, as 16 pessoas que integram este grupo percorreram 312 quilómetros.

Pelas estradas portuguesas, estes caminhantes encontraram «uma assistência formidável», contou, Alice Machado, de 52 anos, que veio a Fátima pelo terceiro ano consecutivo. A aproximação à Capelinha das Aparições é um momento de «libertação», explicou a peregrina que veio cumprir uma «promessa pessoal». A guiar os peregrinos de Vila Pouca de Aguiar esteve José Teixeira, de 46 anos. À FÁTIMA MISSIONÁRIA contou que ao longo do percurso houve particulares que lhes abriram a porta sem os conhecerem.

«Pessoas que não nos conhecem abrem a porta, e se não têm o que oferecer, compram», afirmou. Ao Santuário de Fátima chegou também um grupo de dez homens que partiu de Paredes na última segunda-feira, 6 de maio. Caminharam rumo a Fátima pela primeira vez e «sem experiência», mas pensam «voltar», disse Ernesto Ribeiro, de 55 anos, um dos membros do grupo. Nos seus pensamentos trazem «os males do país» e, à chegada, lamentaram a falta de «estabelecimentos abertos» ao longo do percurso.

A emoção e o cansaço também tomaram conta de dezassete peregrinos vindos de Viseu. Durante quatro dias percorreram 180 quilómetros. A peregrinação custou a cada um «120 euros», disse Manuel Figueira, de 62 anos. Já acampados no campo de futebol do Instituto Missionário da Consolata, estão três peregrinos que partiram da Póvoa do Varzim na última segunda-feira, dia 6.

Durante o percurso de 250 quilómetros, Vítor Araújo, de 36 anos, admitiu que «chorou pelo caminho muitas vezes», ao recordar as emoções mais fortes da vida. «Caminhar até Fátima é um percurso de fé, não é um desporto nem uma competição», defendeu, acrescentando que «deveriam existir» mais «casas de banho públicas» para apoiar os peregrinos.

Para caminharem rumo a Fátima durante os últimos dias, foram muitos os que tiraram férias. Durante esses dias, os peregrinos acamparam à noite ou pernoitaram em albergues, casas de congregações religiosas, residenciais, pousadas, casas desportivas, escolas, associações de bombeiros e casas de particulares. Ao longo das estradas portuguesas, tiveram a assistência da Cruz Vermelha, do exército, de particulares e da Cruz de Malta.

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