31/05/2013

Francisco e João

Quando o Papa Francisco foi eleito e saudou a Praça de S. Pedro e todo o mundo em tom franciscano mostrando grande proximidade na linguagem e nos gestos, imediatamente surgiram comparações com o João XXIII.
Assinalar 50 anos do falecimento do Papa Roncalli tem oferecido a oportunidade de redescobrir o seu percurso biográfico e os intensos cinco anos de pontificado.
Se pelos seus gestos se descobre a bondade e a ternura, pelo que afirmou e pelas decisões que tomou percebe-se a profundidade de pensamento, a competência, a vida espiritual e a religiosidade que o aproxima de todas as pessoas. Características também tão presentes no atual Papa.
Entre outros, há dois aspetos, que expressam sintonias entre os dois sucessores de Pedro: a proximidade a todas as pessoas e a opção por uma Igreja pobre.
Francisco saúda toda a gente, beija crianças e enfermos com quem se cruza, preside à missa em cada dia com quem deseja participar, no Vaticano, e partilha as refeições com quem está na Casa de Santa Marta. Há 50 anos, no pontificado de João XXIII, o isolamento do Papa seria maior. E mais restrito o contacto com outras pessoas no quotidiano pontifício. A tal ponto que as histórias que rodeiam o seu pontificado, agradavelmente apresentadas nas “Fioretti do Bom Papa João”, falam por exemplo no desagrado que sentia ao ter de respeitar o protocolo e tomar as refeições sozinho: “pareço um seminarista de castigo”, terá desabafado.
Para além dos aspetos mais anedóticos – que são muitos – as linhas de força do pontificado de Francisco e João estão muito próximas. Nomeadamente na opção pela simplicidade no seu exercício e na proposta de atitudes de pobreza para toda a Igreja.
Felizmente podemos encontrar características e opções semelhantes entre estes dois papas, como também entre qualquer um deles e Paulo VI, João Paulo II ou Bento XVI. E incluir nestas convergências bispos, padres e mulheres e homens que encontram no Evangelho o programa de vida! E aí está o fundamental!

Agência Ecclesia

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