22/05/2013

Há 41 anos a 'Pietá de Michelangelo' era danificada por golpes de martelo

Há 41 anos, em 21 de maio de 1972, um geólogo australiano de origem húngara, Laszlo Toth, saltou sobre a escultura da Pietá, na Basílica de São Pedro, golpeando-a com 12 marteladas. Um trabalho de restauração exemplar restituiu o esplendor original à obra-prima de Michelangelo Buonarroti.
O perfeito trabalho de restauração realizado na época, foi possível graças ao uso de um molde de gesso, utilizado para recuperar obras em risco ou que sofriam pela ação de vandalismo. Atualmente são usados modelos virtuais em ‘3D’, mais eficientes e de menor custo.
Para recordar o fato que chocou o mundo, foi realizada no Vaticano nesta segunda-feira, 21, uma Conferência intitulada “A Pietá de São Pedro, em memória de 21 de maio de 1972. História de uma restauração”. O encontro reuniu nos Museus vaticanos, especialistas que se ocuparam do caso na época e as novas gerações de estudiosos, para propor novas estratégias nas intervenções orientadas a trabalhos de restauração.
O encontro presidido pelo Diretor dos Museus Vaticanos, Antonio Paolucci, iniciou tratando do esplendor desta obra-prima realizada por Michelangelo, que com seu cinzel e genialidade, fez de um pedaço de mármore uma ‘escultura de carne’. “Um milagre de suprema habilidade” – disse Paolucci -, tanto que ele quis assinar ‘Pietá de Buonarroti’. O Diretor dos Museus vaticanos vê na “finitude formal da obra, o caráter distintivo dela, a razão do seu fascínio”. Esta característica impôs, após os danos provocados pelas marteladas de Toth (quebrou o braço de Maria, a mão, o dedo, parte do manto, o olho esquerdo, o nariz), o uso de princípios consagrados da restauração e a opção por uma intervenção completa ao invés de parcial.
“O mesmo Cesare Brandi pensava assim – prosseguiu Paolucci. Em qualquer outra escultura a visibilidade da lesão, ainda que dolorosa, seria tolerável”, mas não na obra-prima assinada em 1499 por um Michelangelo de apenas 24 anos era, que já há séculos havia tornardo-se uma “figura base da devoção popular”.
Graças a uma cópia em gesso da obra realizada em 1930 e conservada na Sacristia da Basílica, os restauradores dos Museus vaticanos e da Fábrica de São Pedro puderam realizar “a restituição perfeitamente mimética da imagem violada”. Os seis meses de trabalhos, presentes no documentário do Diretor Brando Giordani (co-produção dos serviços culturais RAI e da DS Cinematográfica, hoje em versão HD) e re-propostos na abertura do Seminário, mostram a recuperação dos cerca 50 fragmentos resultantes das marteladas, o molde feito, o mármore limpo e todas as lacunas preenchidas com precisão milimétrica.
“Atualmente a restauração está bem, é duradoura – disse Nazzareno Gabrielli, dos Museus vaticanos. Na forma como vemos tudo é Michelangelo. Hoje em dia não poderíamos ter feito melhor”.

Fonte: Rádio Vaticano 
Local:Cidade do Vaticano

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