25/05/2013

Papa defende reinvenção da solidariedade para enfrentar crise

O Papa Francisco defendeu hoje no Vaticano a necessidade de uma reinvenção da solidariedade, no atual momento de crise, afirmando que as dificuldades econômicas mostram que “algo não funciona” no sistema financeiro.
“Há uma exigência de repensar a solidariedade, já não como simples assistência na relação com os mais pobres, mas como uma reconsideração global de todo o sistema, como busca de caminhos para o reformar e corrigir de forma coerente com os direitos fundamentais do homem”, disse, numa audiência a cerca de 500 membros da Fundação ‘Centesium Annus Pro Pontifice’.
Segundo o Papa, há pior “pobreza material” do que o desemprego, que “não permite ganhar o pão e priva da dignidade do trabalho”.
Por isso, precisou, há “algo que não funciona” e isso “já não diz respeito apenas ao sul do mundo”.
Francisco convidou, por isso, os católicos a “conjugar o magistério com a evolução socioeconômica” e “refletir para fazer emergir a fecundidade do valor da solidariedade”.
"A solidariedade não é uma esmola social, mas um valor social", frisou.
A Fundação Centesimus Annus, instituída pelo Beato João Paulo II (1920-2005) há vinte anos, está a promover um congresso internacional subordinado ao tema ‘Repensar a solidariedade para o emprego: Os desafios do século XXI’.
O Papa argentino observou que a palavra solidariedade não é “bem vista pelo mundo financeiro”, pelo que lhe é preciso “restituir a sua merecida cidadania social".
A intervenção retomou a ideia, várias vezes apresentada no pontificado de Francisco, de que a crise “não é apenas econômica e financeira, mas tem raízes numa crise ética e antropológica”.
“Seguir os ídolos do poder, do lucro, do dinheiro, por cima dos valores da pessoa humana, tornou-se norma fundamental de fundamentação e critério decisivo de organização”, lamentou o Papa.
Para Francisco, o ser humano deve estar “acima dos negócios, da lógica e dos parâmetros do mercado”, para que cada pessoa tenha “a possibilidade de viver dignamente e participar ativamente no bem comum”.
“Temos de voltar à centralidade do homem, a uma visão mais ética da atividade e das relações humanas, sem medo de perder alguma coisa”, realçou.
OC
Agência Ecclesia

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