11/05/2013

Síria: Dia internacional de oração para pedir paz

Jaime C. Patias
Os cristãos sírios de todas as Igrejas e comunidades eclesiais convocaram para este sábado, 11 de maio, um dia de oração na intenção de "suplicar a Deus misericórdia para a Síria e o fim da violência".
O apelo a rezar pela Síria, intitulado "a oração de um coração partido", foi estendido aos cristãos de todo o mundo, suscitando muitas adesões. Do Dia de oração na Síria aderem 12 Igrejas e confissões cristãs. "É arriscado demais passar pelas áreas de combate. Devemos nos limitar a reuniões locais em todo o país, em casas, lugares de encontro e igrejas", consta no texto do apelo, divulgado pela Internet. As intenções de oração são quatro: o restabelecimento da paz, a libertação de todos os reféns, o tratamento das crianças traumatizadas pela guerra, o pedido urgente de ajudas humanitárias para todos os refugiados.
De Aleppo, o padre David Fernandez, sacerdote do Instituto do Verbo Encarnado, informa à Agência Fides que "as pessoas aguardaram ansiosas o mês de maio para pedir a Maria a graça da paz. Com os refugiados e com quem consegue vir, toda tarde celebramos a Missa, rezamos o Terço com esta intenção. Todos cantam as ladainhas e o hino final à Virgem com grande comoção. Pedem a Maria o dom da paz, dirigindo-se a Ela como a única que ainda pode ajudá-los a manter viva a esperança, na situação terrível que estamos vivendo".
Cristãos realizam relógio de oração
Em outra iniciativa, cristãos em Damasco, capital da síria, realizam orações e jejum coordenados em favor do país. A guerra civil que já dura mais de 2 anos, provocou cerca de 20 mil mortes e danos incalculáveis.
O relógio de oração funciona 7 dias por semana, 24 horas por dia, segundo a agência missionária Portas Abertas. Cada participante intercede durante uma hora, em favor de seu país. A situação das ruas, em que ocorrem bombardeios e tiroteios obriga que os intercessores orem em sua própria residência. Já durante o dia e a tarde, os cristãos se dirigem às suas igrejas.
A organização de assistência humanitária britânica War Child informou que crianças estão sendo usadas como escudos e soldados nos conflitos armados no país.
Elas podem estar sendo objeto de execuções, sofrendo ferimentos graves, sequestros e estupros. De acordo com a War Child, nenhuma criança está segura no país. Só na capital, Damasco, estima-se que vivam 2 milhões de meninos e meninas.
Entenda o conflito na Síria
Os conflitos iniciaram com manifestações contra o governo na cidade de Deraa, no sul da Síria, em março de 2011, quando um grupo de pessoas se uniu para pedir a libertação de 14 estudantes de uma escola local.
A reivindicação dos manifestantes era por um sistema político mais democrático e maior liberdade de expressão em um dos países mais repressivos do mundo árabe.
Quando as forças pró-governo abriram fogo contra protestos originalmente pacíficos, os opositores ao regime começaram a pedir a renúncia do presidente Bashar al-Assad.
O Exército Livre Sírio (ELS), que está entre as forças de oposição, encontra-se munido de forte armamento, apesar de inferior ao do governo, e tem lançado uma série de ataques contra as forças de segurança do regime.
O regime sírio continua com bombardeios sobre o centro e a periferia de Damasco - onde ocorreu a maioria das mortes registradas. Além da capital, as províncias que mais sofrem com a repressão são Idleb e Homs.
Especialistas em política internacional apontam a Síria como um dos países mais importantes do quadro geopolítico do Oriente Médio. Eles temem que os conflitos se alastrem a nações vizinhas devido à proximidade do governo de Assad com grupos como o Hezbollah, no Líbano, e o Hamas, nos territórios autônomos da Palestina.
O país também é um dos principais aliados do Irã, arqui-inimigo dos Estados Unidos, de Israel e inclusive da Arábia Saudita. O temor é que esta configuração possa levar qualquer conflito armado na região a uma crise de grandes proporções internacionais.
Com informações de Agências Internacionais
Fonte: www.pom.org.br

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