«Ó sagrado banquete, em que se recebe Cristo e se comemora a sua paixão, em que a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da futura glória! Oh admirável mistério! O Criador do gênero humano, tomando corpo e alma, dignou-se nascer duma Virgem; e, feito homem, tornou-nos participantes da sua divindade» (1ª antífona das 1ªs Vésperas do dia 1 de janeiro).
Verbo eterno, que os universos que criei conter não podem, no alvo e puríssimo seio duma Virgem me incarnei e cresci, sempre circundado por um amor imenso que eu, Deus de infinita bondade e sabedoria, ainda não conhecia. Tal delícia me deu esta experiência, que decidi, antes de voltar para o Pai, deixar-me a mim próprio como alimento dos que em si me incarnar desejam. E por isso «quem come a minha carne e dignamente bebe o meu sangue, a esses darei a vida eterna, e ressuscitá-los-ei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue verdadeira bebida» (João 6, 55).
Tanto me afetou a experiência de viver com os homens que decidi tornar-me alimento deles, para os tranformar em ‘seres divinos’ quando neles mora o meu amor. Fiquei-me, eu, Filho do Deus Altíssimo, amante solitário, fechado em todos os sacrários da Igreja, onde passo o meu tempo esperando o amor e o carinho dos meus verdadeiros amigos e amigas, aqueles e aquelas que se deleitam no meu amor. E que eflúvio de carinho eu sinto invadir-me quando os meus amigos e amigas me visitam para me fazerem companhia e comigo trocarem impressões sobre o nosso amor. Também eu me deleito ao sentir-me querido e amado.
«Já não vos chamo servos, mas amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai» (João 15,15). Ninguém pode conhecer seriamente toda a minha identidade divina de Salvador da humanidade sem aceitar e saborear o mistério do meu amor eucarístico. Como dizia o grande orador Bossuet, o amor eucarístico só de joelhos se pode compreender.
O sangue de Cristo na Eucaristia resume, renova e sublima todos os holocaustos que, antes de Cristo, a humanidade prestou a Deus. Como «Deus é beleza sempre nova e sempre antiga» (S. Agostinho), assim a Aliança no Sangue de Cristo é nova e eterna. «Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos. Peço-vos perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não vos amam» (Anjo em Fátima, 3ª aparição).
Fátima Missionária
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