21/06/2013

Francisco admitiu existência de rede de corrupção e “lobby gay” no Vaticano




O sumo pontífice também admitiu a existência de um lobby gay entre membros da Igreja Católica
Cidade do Vaticano. O papa Francisco reconheceu a dificuldade da reforma da Cúria Romana e a existência de um "fluxo de corrupção" e de um "lobby gay" em uma recente reunião com religiosos latino-americanos, informou a agência de notícias I.Media ontem.
O comentário do papa teria ocorrido durante uma audiência concedida aos líderes da Conferência Latino-americana de Religiosos FOTO: REUTERS

Questionado, o porta-voz da Santa Sé, o padre Federico Lombardi ressaltou se tratar de "um encontro privado", ao qual não esteve presente e sobre o qual "não teria nenhum comentário a fazer". A reforma da Cúria (governo da Igreja), citada por "quase todos os cardeais" nas reuniões preparatórias do último conclave, é uma tarefa "difícil", admitiu em uma audiência concedida em 6 de junho aos líderes da Conferência Latino-americana de Religiosos (CLAR).De acordo com um resumo da reunião que durou cerca de uma hora, publicado pelo site católico Reflexão e Libertação, o papa acrescentou: "Na Cúria, há pessoas santas, mas também existe uma corrente da corrupção". Fala-se de ´lobby gay´, e é verdade, ele existe", reconheceu."Eu não posso conduzir esta reforma", disse, admitindo ser muito "desorganizado". Este será o trabalho, segundo ele, da comissão de oito cardeais nomeados por ele, que se reunirão pela primeira vez oficialmente em Roma, em outubro.


Admissão

Se estas declarações forem verdadeiras, será a primeira vez que um Papa comenta de forma tão direta um problema sensível a pessoas externas. Pouco antes da eleição do papa Francisco, vários jornais italianos citaram a existência de um "lobby gay" que seria ao mesmo tempo um grupo de pressão e alvo de chantagens no Vaticano. A existência desta rede teria chocado Bento XVI e contribuído a sua decisão de renunciar ao trono de Pedro. Mas a Santa Sé negou com veemência essas "mentiras, calúnias e desinformações".

Mas, há muito tempo, correm boatos sobre a homossexualidade de alguns religiosos, que manteriam relações de maneira muito discreta fora do pequeno Estado católico.O papa Francisco afirmou ontem que "São Pedro não tinha conta em banco", ao defender uma igreja pobre que rejeite a mentalidade "empresarial" durante a habitual homilia que pronuncia todas as manhãs na capela da residência Santa Marta no Vaticano."Quando se quer uma igreja rica, a igreja envelhece, perde vitalidade", advertiu o papa argentino, ao reiterar que optar uma igreja pobre "nos salva do risco de virarmos organizadores, empresários", disse durante a missa, que também foi celebrada por Gerhard Ludwig Müller, atual prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (antigo Santo Ofício).Desde que foi escolhido pontífice em março passado, o papa Francisco celebra a missa matutina na capela da residência onde vive na Cidade do Vaticano diante de quase 60 pessoas, incluindo funcionários da Santa Sé e convidados. 

Fonte: revista chilena Reflexión y Liberación (11/06)
 Diário do Nordeste

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