21/06/2013

Muita polícia e nenhum governo

É hora de um plano nacional de emergência para Saúde, Educação, Transporte e Segurança

'Nunca antes na história 20 centavos fizeram tanto estrago'

Por Carlos Eduardo Leão* 

Não adianta, PT. O Brasil não é seu. Nem do PSDB e muito menos do PMDB. Menos ainda dessa penca de partidecos oportunistas que parasitam o Congresso. O Brasil é dos brasileiros. Ponto final. 

E os verdadeiros donos desse imenso país deram uma emocionante demonstração de poderio cívico e mostraram aos seus políticos quem realmente manda na terra de Tiradentes, Juscelino e Tancredo.  E tudo começou no Mané Garrincha, da reforma de 1 bi e setecentos, com aquela histórica, retumbante e impiedosa vaia à nossa presidenta, assistida ao vivo e em HD pelos quatro cantos da Terra. Bem ao estilo daquela, igualmente antológica, em "homenagem" a Lula no Maracanã, em 2007, na abertura do Pan, no pipocar do mensalão. Lembram-se?

A vaia é a expressão sonora da insatisfação. Talvez seja o mais popular e o mais puro sentimento de indignação arraigado ao espírito humano. É a mais rústica das armas do povo mas a que mais fere, mais envergonha, mais ridiculariza, mais desconcerta e mais humilha. Inesquecível para quem a mereceu, a vaia deixa uma ferida crônica na alma dos responsáveis frente aos desmandos, à irresponsabilidade, à corrupção e à incompetência. Por mais dissimulados e insensíveis que pareçam os seus merecedores, a vaia lhes cala fundo e o estigma neles deixado os acompanhará nos seus esquifes, túmulos e jazigos.
Nunca antes na história desse país vimos uma manifestação tão extraordinária.  Se compararmos à histórica marcha das "Diretas já", de memorável lembrança, notamos aqui um amadurecimento popular ainda mais consistente e, por isso, irreversível. E ele vem sendo conquistado ao longo de um tempo recente, muito pelo sofrimento imposto pelos números impiedosos da inflação, da corrupção, da tributação extorsiva, do descompromisso com os gastos públicos e, pior, com a total insensibilidade com a saúde, educação, segurança e transporte, sustentáculos maiores de uma nação e seu povo.
Nunca antes na história desse país míseros 20 centavos fizeram tanto estrago. Eles foram a gota d´água necessária para transbordar um mar de mazelas políticas estrategicamente mostradas ao mundo através da Copa das Confederações. E não mais precisamos torcer contra a nossa Seleção. O amadurecimento a que me refiro não permitirá que a nossa conquista nos gramados dos estádios superfaturados sirva de ópio para o esquecimento de tudo que ora reivindicamos. Esse tempo acabou, cara presidenta.
E por falar na presidenta, embora taxada pelos próprios assessores diretos como prepotenta e arroganta, prefiro ter dela a impressão que sempre tive: inteligenta. Fica aqui a sugestão de seu povo para uma saída honrosa, muito embora essa bela palavra do nosso "última flor do Lácio" não caiba bem no dicionário de alguns de seus correligionários. Vete a PEC 37, cara presidenta, caso ela seja aprovada por uma maioria irresponsável. Não se oponha ao destino que merecem  e para o qual foram condenados os mensaleiros. Comece a tão esperada reforma política e aproveite a Copa das Confederações para anunciar ao mundo um plano nacional de emergência para a Saúde, Educação, Transporte e Segurança.
Verás que um filho teu não se furtará em aplaudi-la. Verás que um filho teu não se furtará em reconhecê-la. Verás que um filho teu não se furtará em lembrá-la para sempre. É a hora de virar o jogo. A decisão é sua.
Em tempo: Quanto as recentes declarações de Ronaldo Fenômeno e Pelé, portadores crônicos de devastadora prisão de ventre mental, deixo uma frase lapidar atribuída a Abrahan Lincoln: "É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida".
*Carlos Eduardo Leão é médico e cronista
Dom Total

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