19/07/2013

Cardeal Turkson diz que protestos no Brasil não são ameaça ao Papa

Cardeal Peter Turkson, em Belo Horizonte. (Foto: Pedro Ângelo/G1)Cardeal ganês Peter Turkson, em Belo Horizonte.
(Foto: Pedro Ângelo/G1)
O cardeal Peter Turkson, que foi cotado como um dos possíveis substitutos para o Papa Bento XVI, afirmou nesta quinta-feira (18) que a probabilidade de ocorrência de manifestações durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) não representa um risco ao Papa Francisco. “Isso não tem nada a ver com o Papa”, afirmou durante a abertura do Congresso Mundial de Universidades Católicas em Belo Horizonte. “Ele [Papa] vem com a mensagem de convidar todos nós, incluindo o governo, os políticos, (...) para prestar atenção nas pessoas abandonadas”, avalia o cardeal natural de Gana.

Turkson participa do Congresso Mundial de Universidades Católicas, realizado desta quinta-feira (18) até domingo (21). O evento faz parte da Semana Missionária na capital mineira, que antecede a JMJ, que será no Rio de Janeiro. Os desafios para a educação católica no novo milênio é um dos temas de discussão do evento, no campus Coração Eucarístico da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas).

Logo que foi anunciada a renuncia do Papa Bento XVI, em fevereiro deste ano, Peter Turkson passou a integrar a lista de papáveis. Se escolhido, ele seria o primeiro pontífice negro a comandar o Vaticano. O nome do ganês era um dos mais recorrentes na casas de apostas europeias. Prestes a completar 65 anos, ele é arcebispo da cidade de Cape Coast, capital de seu país natal, há mais de 15 anos.
Ao G1, o cardeal contou que o Occupy Wall Street, iniciado em setembro de 2011, foi tema de estudo do escritório dele, em Roma. Diversos analistas compararam a onda de protestos nacional ao movimento norte-americano. “As pessoas disseram que nós estávamos apoiando a ocupação. Nós não apoiamos a ocupação. Nós apenas dissemos às pessoas sobre a necessidade de uma reforma do sistema financeiro para tornar a vida mais fácil para todos nós”.

Ele afirma, com base no movimento norte-americano, que o bem-comum e a dignidade devem ser prioridades. “É necessário considerar que a necessidade da pessoa humana, o bem comum, a dignidade das pessoas têm de ser o critério mais importante de todo desenvolvimento, e governo”, pontua.

Sobre a JMJ, o cardeal disse ter expectativas positivas. Segundo ele, os brasileiros têm uma grande tradição católica. “Eu acho que é um lugar para juventude de todo o mundo se reunir e compartilhar um senso de solidariedade, de que os jovens não estão sozinhos. Na prática, é um testemunho de fé. É um sinal muito positivo, porque há muitos desafios para nossa fé. Não é fácil ser um cristão no mundo nesses dias. Mas é muito bom sentir que você não está sozinho”, afirmou Turkson.

Jornada Mundial da Juventude
A 28ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ) ocorre de 23 a 28 de julho a no Rio de Janeiro. Criada pelo Papa João Paulo II, em 1984, é o maior encontro internacional de jovens com o Papa.

A última edição, em 2011, reuniu mais de 2 milhões de pessoas em Madri. Para não coincidir com a Copa do Mundo de 2014, a edição no Rio de Janeiro foi antecipada para este ano. Vejacobertura completa da JMJ


Pedro Ângelo

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