Mesmo sendo proibido por lei e alvo de fiscalização, o comércio ilegal de caranguejos na Av. Bezerra de Menezes continua. Há cerca de três meses, a Regional I iniciou a transferência dos ambulantes para a Praça Paulo Pessoa, ao lado do Mercado São Sebastião, na tentativa de impedir a ocupação dos canteiros da via.
Constantemente, os ambulantes aguardam o fim da fiscalização para iniciar o trabalho FOTO: LUCAS DE MENZES
Ontem pela manhã, contudo, a reportagem flagrou muitos comerciantes que, na ausência de vigilância, voltaram a utilizar o espaço. O argumento é que a medida da Prefeitura prejudicou o trabalho e fez com que os lucros caíssem.
Segundo o ambulante Clauderlano Sena, apesar de ser um local agradável, a praça não funciona para a o comércio do crustáceo. Depois que a fiscalização tornou-se mais intensa, ele conta que passou alguns dias atuando no logradouro. No entanto, a dificuldade de acesso dos clientes ocasionou uma redução de 90% em suas vendas.
Outro ambulante, que pediu para não ser identificado, afirma achar a postura da Prefeitura exagerada. Uma das justificativas utilizadas para a remoção dos comerciantes da via foi que a venda no local acarreta transtorno no trânsito, mas segundo ele, aos sábados e domingos, o impacto no tráfego é mínimo. "Ninguém está se impondo a sair daqui, mas queríamos que os fins de semana fossem liberados".
Prejuízos
Para os vendedores que preferiram não arriscar e decidiram se estabelecer na Praça Paulo Pessoa, a mudança de ponto só trouxe prejuízo. Um dos comerciantes, Antônio Paulo, está no novo local há cerca de três meses e diz que já perdeu 50% dos clientes. Em sua visão, deveria haver diálogo entre os vendedores e a Prefeitura no intuito de pensar em um lugar mais adequado para o comércio.
Francisco José Ferreira, chefe dos pro-fiscais da SER I, reconhece que a praça não é o espaço ideal para os ambulantes e afirma que a situação é apenas temporária. Segundo ele, a Prefeitura tem em mente a elaboração de um projeto para a construção de um lugar destinado exclusivamente para a venda de caranguejos. No entanto, não soube informar se está em andamento.
"Acredito que vai ser feito. Com certeza é importante um projeto a se realizar com esse propósito", assegura. Sobre a fiscalização, o gestor destaca que a ação de controle continua intensa, mas, ontem, teve que aguardar auxílio da Polícia Militar.
Diário do Nordeste
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