Depois de mais uma noite de contestação ao governo, com milhares de pessoas concentradas no centro do Cairo, as atenções viram-se agora para o braço de ferro entre as Forças Armadas e o Presidente do Egito, Mohamed Morsi. Os militares deram um prazo de 48 horas ao Chefe de Estado islâmico para satisfazer «as exigências do povo» e «assumir a responsabilidade pelas históricas circunstâncias que o país está vivendo». Mas em comunicado, emitido na manhã desta terça-feira, 2 de julho, o governo recusa aceitar o ultimato.
«O Estado democrático egípcio civil é uma das mais importantes realizações da revolução de 25 de janeiro» de 2011, que acabou com o regime do presidente Hosni Mubarak, e o «Egito não permitirá uma volta ao passado», afirma a nota da presidência, salientando que Morsi «prossegue as suas consultas com todas as forças nacionais a fim de garantir o caminho da mudança democrática e da proteção da vontade popular».
O problema é que cada vez são mais os que levantam a voz contra o governo. Milhares de pessoas passaram a noite de segunda-feira nas ruas da capital, pedindo a exoneração do executivo. «Morsi não é mais o nosso Presidente», gritaram os manifestantes, após terem exultado de alegria com a divulgação do ultimato das Forças Armadas. Para o movimento de oposição Tamarrod, a atitude dos militares, de se colocarem «ao lado do povo», significa que «haverá eleições antecipadas».
Fátima Missionária
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