03/07/2013

Líderes questionam viabilidade de plebiscito

Por Jeferson Ribeiro
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), formará um grupo de trabalho para debater a reforma política e o plebiscito sobre a questão, disse o líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE), nesta terça-feira (2).
A decisão foi tomada em reunião com os líderes partidários da Câmara para avaliar as sugestões da presidente Dilma Rousseff para um plebiscito sobre a reforma política. A presidente sugeriu cinco temas que poderiam ser abordados no plebiscito, mas cabe ao Congresso determinar se, quando e como será feita a consulta popular.
Os líderes se mostraram divididos sobre a viabilidade do plebiscito depois que o Tribunal Superior Eleitoral definiu prazo de 70 dias para eleitor ser informado sobre o conteúdo da consulta pública.
Dilma gostaria que pelo menos algumas mudanças aprovadas na reforma política já pudessem ser aplicadas nas eleições de 2014, mas, com o prazo dado pelo TSE essa possibilidade, na avaliação dos líderes, ficou quase inviável.
"A divisão (sobre a viabilidade do plebiscito) inclui os partidos da base, mesmo os que são a favor", disse Guimarães.
O petista negou que a criação de um grupo de trabalho para discutir o plebiscito seja uma forma de postergar a reforma política, mas admitiu que há um impasse.
"Não é empurrar com a barriga. Penso que vamos trabalhar muito e o grupo de trabalho vai nos ajudar a sair dessa encalacrada", disse.
"Vai ter reforma política de um jeito ou de outro", acrescentou.
O presidente da Câmara também solicitou aos líderes que apresentem até a próxima semana sugestões de perguntas para o plebiscito.
Para o líder do PSOL, deputado Ivan Valente (SP), o problema "é que as perguntas do plebiscito estão com a Câmara, mas a Câmara não quer uma reforma política".
Já o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), que representou a bancada peemedebista na reunião, disse que dificilmente o plebiscito redundaria em uma reforma política com mudanças já para as próximas eleições. E que o mais provável é que o grupo de trabalho faça as propostas para "uma reforma eleitoral".
Castro admitiu que depois da ação da presidente "é obrigatório ouvir o povo".
"Eu disse lá que nós não podemos brincar com a opinião pública. Não podemos fazer de conta que vamos fazer uma reforma política", acrescentou.
Reuters
Dom Total

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